28/04/2009

Dúvidas, dúvidas...

A propósito do que muito se escreveu elogiosamente sobre os jardins portáteis do Leonel Moura na Praça do Comércio -- viva o jornalismo de press release --, uma perguntinha canalha para o meu vereador favorito (o Perestrello, que conseguiu como ninguém prostituir a minha cidade, vai embora e, por isso, JSF sobe um lugar na pole position):

Quantas Oliveiras se plantavam em Lisboa por 70.000 euros?

Quantos Jacarandás? Quantos Plátanos? Quantos choupos?

JSF fez, em dois anos de mandato, alguma empreitada de espaços verdes com este avultado orçamento? (se calhar fez, gostava de saber quais...)

Quantas árvores plantou JSF este mandato? E onde?

Quantas árvores mandou classificar?

E para não me acusarem de fazer "caça ao zé" e, eventualmente, banirem-me do fórum (até ando a pedi-las), uma nota de parabéns ao ajardinamento do pântano/ bunker da Avenida dos Estados Unidos da América (em frente aos serviços de verificação de incapacidade da segurança social), do qual ninguém ainda aqui falou, se não estou em erro.

Certo é que o processo de posse administrativa deste lote de terreno, abandonado anos a fio em fase de construção, data de anteriores mandatos, mas a febre eleitoral de apresentar espaços verdejantes onde, outrora e durante mais tempo do que em qualquer democracia devia ter sido permitido, existiu um pântano a céu aberto, fez com que em poucas semanas nascesse um bonito espaço verde (faltam, por exemplo, banquinhos para o espaço ser, efectivamente fruido pela população).

Escusadas eram, porém, placas "obra-a-obra, Lisboa melhora/ fica mais verde", mas isso lembra-me outra questão canalha, e estupidamente demagógica:

Quanto custa a "plantação" destes cartazes? A este budget, gostava de somar o custo das telas "Aprovado", e da campanha de higiene urbana? E juntando essas somas, quantas árvores podiam ser plantadas com esse orçamento?

Agradecendo adiantadamente as respostas na caixa de comentários abaixo, subscrevo-me.

13 comentários:

Anónimo disse...

olá diana :-)
essa do jornalismo de press release é boa, vinda de quem vem. olha, por falar em telas, vai perguntar ao pedro quanto custavam as dele, que se bem te lembras eram bem maiorzinhas, tá bem?

filipa lex disse...

Não tem a minha concordância em todos os aspectos, mas sinto especial simpatia por pessoas como a Diana, que não têm medo do contágio emocional e adjectivado dos seus comentários e que cultivam com liberdade a forma como se expressam.

Diana Ralha disse...

cara anónima/ anónimo,

eu, de facto, quando estou em funções de consultora de comunicação de uma conhecida agência de comunicação - que não é o caso: estou em modo de "dona de casa desperada a curtir a sua licença de maternidade" -, dá-me imenso jeito(e aos meus clientes) o jornalismo de press release.
Porém, se formos até fazer um pouco de análise às minhas opções de carreira dos últimos 2 anos, foi até pela proliferação deste tipo de jornalismo que decidi que já não me apetecia, então, andar nisso dos jornais, para fazer copy paste de press releases sem questionar, sem investigar, sem ser incómodo como uma pedra no sapato - a propósito disto, das pedras nos sapatos tenho que escrever mais um post canalha para o zé (mas isso é para depois).

Aparentemente, blogues como este servem precisamente para fazer estas questões que os jornalistas já não fazem. POrque não têm tempo, porque são mal pagos, blá, blá, blá. E que seja. Ainda bem que existem blogues como este, e, da minha parte, continuarei a fazê-lo até ser banida. :)

Quanto ao PSL, não faço ideia quanto custaram as telas dele, mas muito se escreveu na imprensa sobre isso - ao contrario das do "obra-a-obra" e "aprovado", que, em vésperas de eleições autárquicas, se espalharam como fungos pela cidade.

É a diferença entre a boa-imprensa e a má-imprensa, mas eu não dou conselhos de borla, para isso, contactem a minha agência de comunicação ;)

Mas eu não estou a falar do PSL neste post. Ele não tem funções executivas neste executivo. Quando tiver, se as tiver - apesar das gralhas do CM na sua capa sobre a sondagem que o coloca perigosamente perto de Costa e ainda é só o começo -, também farei o favor de denunciar os seus devaneios.

Com o mesmo humor, com a mesma dose dupla de ironia.

Paulo Ferrero disse...

Cara Diana, ainda bem que tem escrito. Que história é essa de ser banida??!!
Sobre o pântano da E.U.A., de facto há que dar os parabéns a quem acabou com ele (mesmo que posse administrativa viesse de outros, mas isso acontece sempre assim e acontecerá...). Trata-se de um tema que foi muito falado na reunião de CML descentralizada que decorreu na Casa de Tomar, há coisa de 1 ano, e ainda bem que se acabou com essa coisa horrorosa, que me fazia lembra o 'abecasilo'. Bj

Anónimo disse...

Os jardins portáteis são o género de treta que não vale um chavo mas vende. Vende, antes de mais, espaço e tempo nos media, mais preocupados com me(r)dias.

Os exemplos não faltam.

Anónimo disse...

Cara Diana Ralha,

Como antiga jornalista e actual consultora de comunicação, deverá saber que existem formas mais simples e, talvez mais rápidas, de obter estas informações, nomeadamente ligando ou enviando um email ao Vereador José Sá Fernandes. Corrija-me se estou errado, mas julgo que, até à data, não o fez.

Se de facto tem interesse em ver as suas questões respondidas, como acredito que tenha, os contactos do Vereador estão em www.cm-lisboa.pt.

Estamos, como sempre estivemos, ao dispor para todos os esclarecimentos, seus ou de outro qualquer munícipe, mas, como deverá compreender, através dos meios que atrás referi.

Cumprimentos,

João C.
GVSF
21 323 62 84

Diana Ralha disse...

Caro Dr. João Camolas,

Muito agradeço a mensagem que deixou ao meu cuidado na caixa de comentários do blogue Cidadania Lx.

O Dr João Camolas, tal como eu, é um profissional de comunicação, e decerto não estará alheio ao fenómeno dos novos media - como é, efectivamente o caso do blogue (essencialmente de denúncia) Forum Cidadania Lx - e concordará com o seu poder.

O poder de um blogue, em concreto deste blogue onde colaboro, que é um blogue feito por munícipes de Lisboa, assim como das redes sociais (Facebooks, Twiter, Youtube, entre outros), que têm vindo a conquistar milhões em todo o mundo, é uma matéria que está na ordem do dia (repare que na última semana o fórum cidadania lx saiu em dois jornais portugueses), e que passou a ser amplamente debatido desde o "fenómeno Obama", actual presidente dos EUA que, enquanto pré-candidato democrático, e depois como candidato à corrida eleitoral, utilizou estas novas tecnologias de uma forma pioneira e inteligentíssima, quer do ponto de vista económico, quer da sustentabilidade ambiental, e sobretudo ao nível da efectividade da comunicação das suas mensagens-chave.

Este tema foi até, por mera coincidência, debatido hoje no canal de um outro fórum de cidadãos anónimos, o da rádio TSF, no qual um colega nosso, ex-jornalista como eu, que certamente conhece - falo de Tiago Franco -, falou das vantagens da utilização deste tipo de tecnologia nas estratégias de marketing político, encarando-as como uma forma quase pessoal de comunicar com os eleitores.

Pois bem, posto isto, penso que é consensual: os políticos podem ganhar muito em falar com os seus eleitores nestes canais, muito mais do que afixando cartazes, e distribuindo panfletos. Não é à toa que um candidato à presidência da CML as está a usar, e penso que o blogue do vereador JSF terá na sua génese a mesma inspiração. "Façam o favor de entrar em minha casa", sente o leitor de um blogue onde são afixados mais do que comunicados de imprensa oficiais. Afinal, os políticos são pessoas como nós, poderemos pensar...

O mesmo poderá assumir em relação aos blogues de movimentos cívicos - este é o nosso Speakers Corner, aqui, curiosamente, parece que nos ouvem, parece que incomodamos até, ao contrário do que acontece, por exemplo, na Assembleia Municipal, na qual enquanto os munícipes apresentam os seus queixumes, os deputados e vereadores vão até ao bar fumar um cigarro, ou conspirar contra alguém.

Estas minhas dúvidas, apresentadas em formato de post, também não têm copyright. Curiosamente, um outro blogue (LIsboa SOS) levanta o mesmo tópico, tendo recebido email do artista Leonel Moura (não sei se o seu gabinete contactou igualmente os autores - anónimos -. deste blogue).

Como também sabe, estive nos seus "sapatos" - também fui assessora de imprensa de um pelouro que mexe muito com a vida dos cidadãos (o mesmíssimo no qual v/ Exa exerce funções também há pouco tempo, se não estou em erro). Não é fácil, nem sempre é fácil, sei-o bem. Mas também lhe confesso que se procurar nas caixas de comentários do Forum Cidadania Lx, de há dois anos atrás - quando ainda estava em funções -, encontrará respostas oficiais a questões colocadas pelos seus autores. Sem qualquer problema. Respeito muitíssimo quem se dá ao trabalho de denunciar o que está mal na cidade. Foi por isso e não por um contrato de avença a recibos verdes que abracei a coisa púbica - ainda que, infelizmente, por muito pouco tempo.

Não entendo, por isso, o pudor que v/ Exa tem em responder numa caixa de comentários de um blogue que é feito por munícipes de Lisboa, eleitores em Lisboa, e não vejo qual é a diferença de me endereçar a si, ou ao Vereador JSF, via email ou via blog (até porque sei que foi contactado por um outro munícipe que lhe enviou as minhas dúvidas para o seu email e recusou a resposta porque não foram por ele formuladas mas sim por mim).

Mas respeito a sua posição e aqui está o desejado email, que será replicado na caixa de comentários:


Quantas Oliveiras se plantavam em Lisboa por 70.000 euros - custo das obras de arte de Leonel Moura (que esperemos não sejam arte efémera)?

Quantos Jacarandás? Quantos Plátanos? Quantos choupos (ou outras árvores de alinhamento relevantes)?

JSF fez, em dois anos de mandato, alguma empreitada de espaços verdes com este avultado orçamento? (paga pela CML e não por patrocinadores)

Quantas árvores plantou JSF este mandato? E onde?

Quantas árvores mandou classificar?

Quanto custa a "plantação" dos cartazes "obra-a-obra" e "aprovado"? E da campanha de higiene urbana? (a cml recusou-se já a dizer este valor)

E juntando essas somas, quantas árvores podiam ser, em média, plantadas com esse orçamento?

Agradeço-lhe muitíssimo o seu tempo e disponibilidade.
Mande os meus cumprimentos ao Vereador Sá Fernandes.

Diana Ralha

PS- Obrigada Filipa Lex

Diana Ralha disse...

pps - obrigada paulo, por não me expulsar da antena deste forum.
cumprimentos calorosos!

Paulo Ferrero disse...

'Expulsar da antena deste fórum'? Era o que faltava. Bj

Anónimo disse...

dispensava-se era desperdiçar posts e coupar espaço neste blog com politiquisses.

o tom politiqueiro é coisa que me irrira e, na verdade, não ajuda nada, pois apenas faz reagir a politiquisse do outro lado e acaba tudo enrolado.

claro, os politicos ainda não perceberam, ao fim de todos os anos, é que é fisicamente impossível prestar atenção ou dar credibilidade a estes discursos.

caso tivesse feito um post sobre a falta de árvores, os custos etc etc etc, todos acabariam por perceber e imputar falhas a este ou outro executivo.

é que as pessoas pensam, sabe, diana?

e gostam de factos, ditos de forma educada e sem politiquês. è simples e eficaz.

já enjoam os posts sobre este e sobre aquele, que disse não sei o quê etc etc etc

precoupem-se com a cidade e não com o jogo politico.

falem directamente ás pessoas e não da bancada dos partidos...

procurem ajudar a cidade e nã o a auto-promoção.

Diana Ralha disse...

Caro anónimo,

Eu não faço jogo político nem preciso de me auto-promover (já tenho imensas entradas no Google, não preciso de mais).

Não tenho qualquer filiação ou cartão de partido.

Não tenho quaisquer aspirações ou jeito para a política.

Aliás, nenhum partido ou político me arranjou um tacho ou avença duvidosa em qualquer empresa municipal quando, de um dia para o outro, fiquei sem emprego na câmara de Lisboa (mas que malandros que eram os assessores do Carmona, porém -- muito se escreveu dos seus milionário salários e benesses).

Que se diga, aliás, que trabalhei 3 semanas na CML, por vezes pergunto-me se valerá a pena colocar no meu CV... Se qualifica como uma verdadeira experiência profissional...

Estive na fila da segurança social como tantos outros. Enviei curriculos para todo o lado, e fui a apresentações quinzenais obrigatórias. Arranjei um emprego por mérito, não por cunha, depois de ter andado a bater a muitas portas.

Levo, com o meu marido, uma vida simples, de uma jovem mãe de dois filhos, que luta para viver em Lisboa. E que luta por uma Lisboa melhor, é claro.


Tenho esta forma de me exprimir. Sempre tive jeito para escrever composições e se calhar por isso fui durante tanto tempo jornalista. E cronista também, passei a recta final da minha passagem pelo jornalismo a denunciar em pequenos textos escritos na 1a pessoa, aquilo que de mal se passava em Lisboa. Chamavam-se Infeliz(c)idades. Eram poderosíssimos, apesar de não serem mais do que 1100 caracteres.

É que um conjuntinho de palavras pode ser uma arma bem mais poderosa do que qualquer outra.

Factos, era isso que se pretendia. Perceber porque se gastam 70.000 euros num equipamento bonito mas efémero (resta também saber quanto custará a sua manutenção), quando há tantas caldeiras sem árvores em Lisboa.

E há uma regra no jornalismo que é contextualizar. Ainda tenho esse defeito. Dizer que o passivo da CML é de mil milhões não tem o mesmo impacto do que dizer que equivale a construir uma ponte Vasco da Gama.

O mesmo se quis aqui fazer. Quantas árvores de alinhamento valem as oliveiras do artista Leonel Moura.

E isso não tem nada de político, lamento.

Anónimo disse...

agora não. ao inicio sim.

Anónimo disse...

Quando é que as assossiações de defesa do animal, vão começar a luta contra os matadouros, onde todos os dias se assassinam milhares de vacas, porcos, galinhas, etc.? E a chacina diária dos pescadores que mais nada têm para fazer do que andar a matar os peixes?
Quando é que os defensores dos animais,vão deixar o pecado da gula e passarem a comer só batatas e alfaces?
NÃO HAVERÁ AQUI ALGUMA HIPOCRISIA, QUANDO SE DEFENDE UM ANIMAL E ÁS REFEIÇÕES, VAI-SE COMER O PRÓPRIO ANIMAL?