16/04/2009

Lisboa: câmara «aprova» dois hotéis para Alcântara

In IOL Portugal Diário

«A Câmara de Lisboa aprovou esta quarta-feira o plano de pormenor do Centro de Congressos, que prevê a criação de dois hotéis, um no Palácio dos Condes da Ribeira e outro junto à antiga FIL, escreve a Lusa.

A proposta foi aprovada com a abstenção do movimento Cidadãos por Lisboa, PSD, PCP e o vereador José Sá Fernandes, e os votos favoráveis do PS e movimento Lisboa com Carmona.

Segundo o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), o plano de pormenor prevê «três grandes intervenções»: a construção de um hotel como complemento ao Centro de Congressos, a instalação de um hotel no palácio dos Condes da Ribeira, antigo liceu, e o arranjo do espaço público.

Hotéis são viáveis?

O vereador independente Carmona Rodrigues lamentou que as queixas e sugestões feitas durante o período de discussão pública não tenham sido anexadas ao processo, não tendo assim os vereadores da oposição conhecimento desses documentos. Na sequência desta intervenção os documentos foram distribuídos a todos os vereadores.

Pedro Feist, do movimento Lisboa com Carmona, questionou a viabilidade económica dos hotéis previstos no plano, sendo que já existe um hotel naquela área.

A vereadora social-democrata Margarida Saavedra apontou os «acessos complicados» às unidades hoteleiras e questionou a classificação da zona como «histórica habitacional», quando «não há uma única habitação no sentido tradicional do termo».

Margarida Saavedra criticou a ocupação do logradouro do palácio dos Condes da Ribeira, bem como a lotação da futura unidade, que terá 90 quartos, apesar de classificada de hotel de charme, um género hoteleiro que se caracteriza por ter poucos quartos.

«Sobreequipamento em termos hoteleiros»

A vereadora do movimento Cidadãos por Lisboa Helena Roseta também considerou discutível a instalação de um hotel no edifício.

Helena Roseta lamentou que os dois quarteirões por detrás da antiga Standard Eléctrica, onde funciona uma clínica e um lar, não tenham sido abrangidos pelo plano.

O vereador comunista Ruben de Carvalho condenou o «sobreequipamento em termos hoteleiros» da zona e a escassez de espaços verdes.

Ruben de Carvalho manifestou também «preocupação» quanto à falta de espaço no acesso à plataforma ribeirinha para pessoas com deficiência.

O vereador do Urbanismo recordou que os termos de referência deste plano foram aprovados em 2004 e argumentou relativamente à classificação da zona, que a área histórica habitacional é a «mais exigente, nomeadamente, em termos de percentagem de solo permeável».

4 comentários:

Anónimo disse...

Não há coincidências...

Anónimo disse...

excesso de hotéis?! porque já existe um?!

não devem estar a par dos números.

Lisboa precisa de umas dezenas para poder responder às encomendas e mesmo com a crise.

ainda por cima na zona do centro de congressos.

além disso a crise não é eterna.

a solução, para uns, é parar completamente, por causa da crise.

tst tst

Paulo Ferrero disse...

Um PP em Regime Simplificado, regra geral, cheira a esturro. Teimar-se em avançar com essa modalidade quando ela já não existe, ainda cheira mais a esturro. Incluir-se na zona a ser abrangida pelo dito PP um lote que fica a norte da linha natural de delimitação da área, dá a ideia que é só para a abranger o palacete e incluir o tal projecto de hotel. De notar, ainda, que do outro outro hotel, a construir defronte à Cordoaria, desse então nem reza a história, ou melhor, o desenho. Se houver alguém que conheça o boneco, o respectivo autor e quando entrou ele na CML e quando foi aprovado, diga, por favor.

Anónimo disse...

Olha se era o Santana a proclamar Lisboa «Capital do Charme», a (justificada) chacota que para aí não ia...