11/05/2009

Mobilidade "alternativa" no Times

À consideração da CML, três interessantes artigos no Times:

Just step out, pedestrians are told. Drivers will stop
Sobre uma experiência de Shared Space em Inglaterra. Ao contrário do que o senso comum pensa, semáforos, passadeiras, passeios altos, barreiras para peões, e outro tipo de condicionamentos e regulações nas cidades são prejudiciais à segurança. O motivo é simples, e é muito fácil de o constatar em Lisboa: quando há um sinal verde e está claramente definido como é que os peões e os veículos se devem comportar (passadeiras, semáforos, barreiras, faixas pintadas), os automobilistas ganham uma sensação falsa de segurança. Assumem que não há perigo, o que leva a velocidades altas e ao total alienamento do que passa à sua volta.

We pedestrians have reached a crossroad
Sobre diferentes tipos de passagens de peões, incluindo o famoso Barnes Dance, onde um cruzamento inteiro tem um período de verde exclusivamente para peões. Assim não se obriga o peão a esperar 3 ou 4 vezes para atravessar uma simples rua.

Traffic lights covered up by Ealing Council to test congestion 'cure'
Uma das zonas de Londres descobriu por acaso o que muitos especialistas em mobilidade há muito dizem: os semáforos não só causam perigo como podem atrasar o trânsito. Em Ealing houve um dia sem semáforos devido a um avaria, e o trânsito fluiu melhor. Agora vão desligá-los durante 6 meses de propósito.
Tem uma referência ao famoso caso de Drachten: In the Dutch town of Drachten the removal of traffic lights at one big junction resulted in crashes falling from 36 in the four years before the scheme was introduced to two in the next two years. The average time for each vehicle to cross the junction fell from 50 seconds to 30 seconds despite a rise in the volume of traffic.

4 comentários:

Anónimo disse...

As velocidades altas nas arterias dentro das cidades se combatem com a instalação de lombas redutotas de velocidade.
Como parece que não é agradável para a suspensão do carro, é a única maneira dos condutores abrandarem.
Os semáforos só criam uma falsa sensação de segurança porque há condutores que avançam com o sinal vermelho e aceleram no amarelo quando deveriam parar.
Acho que este artigo é uma grande "treta".
Luís Rêgo

Anónimo disse...

Veja-se a Rua Morais Soares em que as ruas confluentes são são verdadeiras transversais, isto é, são desencontradas, o que leva à existência de semáforos em quantidade superior ao que seria normal.

Para se atravessar aquela Rua, em escassas centenas de metros, leva-se, no mínimo 20m.

Acresce o facto de a rua ter 2 faixas em cada sentido, sendo que duas estão cocupadas com estacionamento em segunda fila e permanente.

Isso mesmo! Á noite as pessoas deixam os carros em segunda fila e vão descansadinhas para casa.

Nunca vi uma multa ser passada ou um reboque por aqueles lados.

Isto passa-se na Rua Morais Soares, Avenida Afonso III e transversais.

E mais grave, numa zona em que seria possível a construção de parque subterrâneos, na Praça Paiva Couceiro, Mercado de Arroios, Alto de S. João, ou no Prolongamento da Av. Afonso Costa.

Não há um único parque de estacionamento.

Na avenida de Roma existem 3, separados por poucas centenas de metros - Praça de Londres, Alameda, Av, Roma.

Deve ser o status que diferencia as zonas.

Anónimo disse...

Tem toda a razão!

E numa zona altamente comercial, com necessidade de espaço para cargas e descargas.

Miguel Carvalho disse...

Caro Luís Rêgo,
Gostei da forma como desmontou décadas de estudos, experiências reais, debates, investigações feita em vários países do norte da Europa.
"Acho que este artigo é uma grande "treta".

Para que se perceba a "falsa noção de segurança" que está por detrás de muita da sinistralidade em Lisboa: Imagine-se a "Av" República como está agora, e sem linhas desenhadas, nem separador central, nem semáforos. No segundo caso, todos os automobilistas estariam mais atentos, mesmo que tivessem prioridade.
Como existe hoje, cria-se a ideia que se pode ir sempre em frente sem pensar no que pode acontecer.