14/07/2009

PSD volta a chumbar venda de palácios para hotéis

In Público (14/7/2009)
Inês Boaventura

«António Costa queria vender seis imóveis e encaixar 12,7 milhões de euros, mas a assembleia municipal só aprovou a alienação do Palácio Braamcamp


Os deputados sociais-democratas da Assembleia Municipal de Lisboa vão chumbar hoje a alienação dos palácios do Machadinho e Pancas Palha, com o argumento de que se aproximam as eleições autárquicas e o novo executivo não deve ser condicionado. Igual sorte pode ter o Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE), que o líder da bancada do PSD, em maioria na assembleia, diz ser "um mau plano".

Com o chumbo da alienação dos dois palácios, cai definitivamente por terra o plano traçado por António Costa para arrecadar 12,7 milhões de euros através da venda de seis imóveis e sua conversão em hotéis de charme. Destes, a assembleia aprovou apenas o negócio referente ao Palácio Braamcamp, que se concretizou por 2,4 milhões de euros, valor que ultrapassou em mais de 500 mil euros a base de licitação.
No fim de Junho, dúvidas quanto aos valores de alienação, aos projectos hoteleiros que pudessem vir a implementados e sugestões de utilização alternativa foram as razões invocadas pelo PSD para chumbar a venda dos palácios Benagazil e Visconde do Rio Seco. Duas semanas depois, os argumentos são outros, mas o resultado é o mesmo, já que o chumbo do PSD implica a inviabilização da proposta.
"Neste momento, em cima das eleições, não faz sentido estar a tirar do património municipal alguns imóveis", diz o líder dos deputados sociais-democratas, defendendo que o executivo eleito em Outubro "terá uma política para os palácios e tem direito a não estar condicionado por já não ter palácios". Saldanha Serra alega ainda que "nos últimos tempos tem-se assistido a alguma contestação pública à lógica de encher Lisboa dos chamados hotéis de charme".
Quanto ao PUALZE, o deputado diz que tem "dúvidas muito acentuadas" sobre o facto de "o grosso da zona de intervenção" ser consagrada ao sector terciário, sujeitando-se a existência de habitação a "condições tão rígidas que é quase o mesmo que dizer que não se pode verificar". Assim sendo, diz Saldanha Serra, o partido vai abster-se ou chumbar este plano "muito incipiente".»

1 comentário:

Anónimo disse...

1 governo, 1 maioria - assim é que não!