03/07/2020

Obra na Junta de Freguesia da Estrela

Chegado por e-mail:


«Exmos. Srs.,

Venho por este meio, solicitar a Vossa atenção para a inqualificável obra que está ser realizada no bairro da Lapa, pela Junta de Freguesia da Estrela, onde se está a utilizar um tipo de pavimento, em blocos de cimento cor de laranja, que não só são completamente descaracterizadores do património urbano e imobiliário único deste local, como um verdadeira atentado à calçada portuguesa.

Peço-vos que me ajudem a combater este desastre!

Envio em anexo fotografias da obra, e o link da Junta de Freguesia para a obra: https://jf-estrela.pt/…/686-rua_das_pracas_novo_modo_de_hab

Agradeço desde já,

Com os melhores cumprimentos,

Alexandre Bettencourt»

6 comentários:

GPleno disse...

Para ser sincero não me faz confusão esta transição para este tipo de pavimento(excepto se fosse pura e simplesmente cimento).Este novo pavimento, na minha opinião, acaba por ser melhor para a mobilidade das pessoas. Agora calçada com desenhos artísticos, essa sim é de preservar e de continuar a implementar onde possam coexistir com outros tipos de pavimento que facilitem a mobilidade.

Anónimo disse...

Este radicalismo da calçada portuguesa, é ridícula.

Porque raio é que se tem de por calçada portuguesa em todo o lado?? A calçada portuguesa devia ser apenas colocada em locais muito específicos, com certas características e condições, porque já todos sabemos que em muitas situações, a calçada portuguesa traz problemas aos peões... Já para não falar quando é pessimamente aplicada.

Portanto, deixem-se de ideias bacocas e retrogadas.

Anónimo disse...

O resto do passeio vai ser em calçada tradicional, aquela área levou blocos de cimento para delimitar uma zona de redução de trânsito mas onde os automóveis podem passar. E já sabemos como fica a calçada com carros a passar por cima...

Anónimo disse...

Considero que a presente obra, dadas as suas características, deveria ter sido previamente sujeita a consulta do público a fim de se conhecer o seu parecer e recolher sugestões.
Infelizmente e dentro do critério seguido por alguns autarcas de não prestar esclarecimentos aos seus fregueses, nada disto foi feito, pelo menos que eu tenha tido conhecimento, limitando-se a autarquia a colocar nos para-brisas de alguns automóveis um desdobrável dando conhecimento do início e do que constava a obra.
Pela leitura desse desdobrável, somos informados de um conceito novo para a cidade de Lisboa, que vai ao encontro da minha visão de cidade: zonas de coexistência entre o automóvel e o peão, com acalmia de velocidade para o automóvel e, o que é fundamental para uma cidade saudável, a plantação de árvores e a existência de bancos.
Não devemos esquecer que a Lapa é uma zona em que as ruas não Têm árvores nem bancos mesmo atendendo à avançada idade da sua população.
Esperemos que a promessa de plantação de árvores e a colocação de bancos seja para cumprir na prática.

João Pinto Soares

Anónimo disse...

Sei que este comentário não tem nada a ver com esta publicação, mas alguém me sabe explicar porque uma avença num parque de estacionamento da EMEL é 1/5 mais barata do que num parque de estacionamento da Empark?
Porque é que a Empark, que não constrói estacionamentos mas apenas os explora, pode cobrar 5 vezes mais pelo mesmo serviço?

Anónimo disse...

Com Lisboa sem rumo e sem o sentido do que deve ser uma Cidade com sustento, que alimente a vida dos que aqui nasceram e vivem, tudo o que seja melhor que Bombaim serve.
Uma Cidade, não é um veículo de trabalho e onde se ganha pão, é um sítio que não tem ruínas a cada esquina, não tem desleixo, não tem desmazelo, sujidade, que não está superpovoada de automóveis abandonados ao ar livre e que não deve haver hectar quadrado tão povoado por este instrumento utilitário e não objecto de vaidade, em toda a Europa instruída, como em Lisboa.
Uma Cidade é um sítio que se respira e sente-se a sua Natureza e o seu Mar, se for o caso. Uma Cidade é espaço de cultura e de lazer.
Uma Cidade é para os velhos e para as crianças e até principalmente e porque não, para os deficientes.
Porque o espaço é pouco para historiar Lisboa e o que sentem aqueles lisboetas que não aprovam a descaracterização a que a têm sujeitado, afastando a vida dos bairros, não permitindo que os descendentes ali continuem a morar, estes governantes que surgem compenetrados do seu poder acham-se detentores do diálogo que não promovem.
Antes de se fazer a discussão, que não é permitida fazer, porque não existe ainda Democracia para a fazer, quais são os limites urbanísticos, de espaços e áreas, onde deve existir calçada portuguesa.
Antes dessa discussão, é preciso acudir a centenas de quilómetros em Lisboa de asfalto e chão esburacado, ratoeiras de sinistralidade e de traumatismo que não surgem nas estatísticas inexistentes.
Não é por estas obras de fachada e meritórias e aqui não existe contradição, que se começa. Porque a discórdia logo se instala.
Não é ao gosto de cada freguês ou presidente de Junta que se mexe no passeio, mas com a participação da cidadania e compreender o que acima foi dito.
Tudo se aceita se for melhor que em Bombaim.
Lisboa teve e cultivou uma Escola de calceteiros.
Lisboa continua a abrir buracos todos os dias, para os mais diversos fins e voltam a abrir porque os operadores são muitos.
Onde existe e se pode consultar a cartografia completa do subsolo de Lisboa?
Daqui a quantos anos Lisboa sossega e dispõe de dinheiro suficiente para fazer esse trabalho imenso que pudesse dar descanso ao chão, durante dez anos ou vinte anos e então ter intervenções na calçada que conjugasse soluções para tornar os passeios de Lisboa mais seguros e apelativos?
Acontece hoje o contrário.
Passear descansado nos passeios não é possível, deixar os deficientes passear lá não é possível. O advento tardio de ocupar os passeios de esplanadas, já saiu de moda em outras latitudes, aqui até as trotinetas ganharam o seu direito.
Perdidos, os lisboetas permitem que se instale este tipo de calçada, ou betão poroso polvilhado de beatas ou de pastilha elástica, que continua a ser o nosso cartão de visita.
Intervenções na calçada em Lisboa, não é o que cada presidente de Junta lhe apetece fazer. Porque no meu bairro, poderei gostar de uma calçada azul escuro.
O presidente da freguesia pode ser voluntarioso, mas instalou um parque de exercício junto ao cemitério dos Prazeres, mas ninguém lá se exercita, como outros que existem pela Cidade com quase nula frequência. Naquela localização a "área mais nobre e mais frequentada" é o parque canino, o que é ilustrativo das prioridades dadas ao lisboeta.
Quanto custa um calceteiro? Quanto custa os traumatismos não contabilizados?