Vem do tempo em que as leitarias de Lisboa, além de locais de venda de leite e lacticínios eram também local de convívio, almoçaradas e tertúlias várias. A maior parte delas desapareceu de circulação para darem lugar a sucursais bancárias e outras coisas do "pugresso". Mas a Leitaria A Camponeza, nº 155-157 da Rua dos Sapateiros (rua rica em história e património, de que só resta a fachada do Animatógrafo e algumas histórias da carochinha, lá do alto da sala de convívio do Grémio Lisbonense )mantém-se orgulhosamente só, de pé e sem dever nada a ninguém. E ainda bem que assim é. Data de 1908 e, além do mais, é um dos exemplos de Arte Nova (essa arte maior!) que em Lisboa se contam pelos dedos de uma mão (*); verdadeiramente bem estimada pela D. Adelina Diogo (julgo que ainda é ela)e resplandecendo de orgulho na sua arquitectura do Arq. Domingos Pinto, dos azulejos azúis e brancos de José António Jorge Pinto, pintados à mão com cenas do campo, e das suas vergas e traves-mestras. Os estrangeiros descrevem-na assim: "This is an old-fashioned leiteria (specializing in milk products and pastries), whose blue-tiled walls display bucolic scenes. The coffee, cakes, and sandwiches are all good. Closed Sun.". Eu recomendo o galão e as torradas.
(*) Alguém já reparou no atentado ao património que alguém está a fazer, porque alguém permitiu, à designada Vila Sousa (menção honrosa do Prémio Valmor de 1912!), no nº 22 da Alameda das Linhas de Torres? Então, aproveitem e protestem a quem de direito!!
30/11/2005
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1 comentário:
Obrigada pelo esclarecimento sobre o belo palacete, esventrado há anos, na Alameda das Linhas de Torres.
Com a sua informação fiquei a saber que se trata da Villa Sousa. Assim já posso prosseguir na pesquisa: vou aos sites do IPPAR e da CML, para ver se consigo informação sobre eventuais planos para dar vida condigna a este belo exemplar arquitectónico do Lisboa.
Se não encontrar nada de concreto, deixarei um apelo naqueles sites.
Obrigada.
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