24/11/2006

Prémio Valmor e Municipal não foi atribuído em Lisboa

In Público (24/11/2006)
Diana Ralha

"O júri atribuiu duas menções honrosas a Gonçalo Byrne e a Frederico Valsassina. Não houve "qualidade arquitectónica suficiente" para atribuir Valmor 2003

O Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura, relativo ao ano de 2003, não foi atribuído. O júri considerou que do conjunto de obras que estiveram em apreciação "não houve nenhuma que apresentasse qualidade arquitectónica suficiente".
Foram atribuídas, porém, duas menções honrosas aos arquitectos Gonçalo Byrne (por unanimidade) e Frederico Valsassina (por maioria). Gonçalo Byrne, que em 2000 foi distinguido com o Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura, pelo edifício C8, do Departamento de Física e Química da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, recebeu a menção honrosa por unanimidade pelo conjunto edificado que projectou no Chiado, freguesia do Sacramento, enquadrado pelas ruas Garrett, Serpa Pinto, Travessa do Carmo e Almirante Pessanha, cujo promotor foi a companhia de Seguros Império.
Já Frederico Valsassina recebeu, por maioria, uma menção honrosa do Prémio Valmor ao conjunto edificado Alcântara-Rio (antiga fábrica União), delimitado pelas ruas João de Oliveira Miguéis, Fradesso da Silveira e Fontainhas, na freguesia de Alcântara. O Prémio Valmor de Arquitectura tem por finalidade premiar a qualidade arquitectónica dos novos edifícios construídos na cidade de Lisboa. O Prémio Valmor de Arquitectura é atribuído desde 1902 e foi associado, desde 1982, ao Prémio Municipal de Arquitectura, passando a denominar-se Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura.
Trata-se de um prémio pecuniário que, de acordo com o testamento deixado pelo Visconde de Valmor Fausto Queiroz Guedes, seria repartido em partes iguais pelo arquitecto e pelo proprietário da construção. Para o efeito foi criado um fundo gerido pela Câmara Municipal de Lisboa com o dinheiro deixado pelo visconde.
Não é inédita a não atribuição do Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura. Em 1999, por exemplo, também não foi atribuído, e na edição de 2002, foram contempladas duas obras ex aequo, ambos propriedade da Universidade Nova de Lisboa (UNL): o edifício da reitoria da UNL, da autoria dos arquitectos Manuel Mateus e Francisco Aires Mateus, e o edifício II do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), da autoria do arquitecto Raul Hestnes Ferreira
."

Eu, por mim, acabava com os Prémios Valmor. Ao tempo que já não fazem sentido nenhum. E Lisboa agradece.

Paulo Ferrero

1 comentário:

Anónimo disse...

" Não houve "qualidade arquitectónica suficiente" para atribuir ...." - É uma frase muito infeliz ou da jornalista, ou dos membros do Júri. Ou se dá, ou não se dá. Agora dar e dizer que Não houve "qualidade XX suficiente" é um acto de insulto para aqueles que foram distinguidos.

Acho que neste sentido, concordo com o comentário aqui colocado.