26/08/2007

Acentuada degradação da Igreja Paroquial de Santo António de Campolide




A igreja e o seu interior. Este é o estado do tecto e do soalho... Fotos CNC

Provedor de Justiça pede intervenção do Estado

Os jornais têm-se feito eco nestes dias sobre a situação de risco de ruína e da insegurança em que se encontra a igreja de Campolide. O próprio Provedor de Justiça acaba de intervir no assunto.
Veja o que divulgou:
«Provedor de Justiça solicita ao Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças que seja encontrada solução para pôr fim à degradação da Igreja Paroquial de Sto. António de Campolide e dos seus espaços envolventes»
«O Provedor de Justiça solicitou ao Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças que seja encontrada uma solução que viabilize a urgente execução de obras de recuperação da actual igreja paroquial de Sto. António de Campolide, em Lisboa. A iniciativa de Nascimento Rodrigues surge após lhe terem sido apresentadas reclamações sobre o estado de acentuada degradação do imóvel e dos espaços públicos envolventes.
A igreja em causa foi confiscada pelo Estado à Companhia de Jesus, em 8 de Outubro de 1910, e a sua propriedade jamais foi restituída à Igreja Católica nem à Companhia de Jesus, tendo apenas sido cedido o seu uso privativo à paroquia de Santo António de Campolide. Ao não devolver a propriedade do edifício, o Estado não permite que a Igreja Católica se responsabilize pela sua conservação. No entanto, na qualidade de proprietário, não executa as obras de beneficiação reconhecidamente urgentes, cuja falta põe em risco a segurança de pessoas e bens. Acrescente-se que a igreja paroquial de Sto. António de Campolide está classificada como imóvel de interesse público desde 1993, por ter sido considerada como uma espécie singular ilustrativa da arquitectura religiosa de finais do século XIX, principalmente ao nível dos elementos interiores e dos vitrais.
(...) Com o objectivo de alcançar uma solução que possibilite, sem inconvenientes de maior para o Estado, a fruição da igreja paroquial, Nascimento Rodrigues sugeriu ao Primeiro-Ministro que fossem adoptadas providências de coordenação entre os diversos departamentos da Administração Central. Em resposta, foi referido que a questão tinha sido encaminhada para o Ministério das Finanças. Estando ciente das profundas transformações orgânicas em curso nas instituições do Estado que tutelam o património, o Provedor de Justiça considera que só uma pronta intervenção do Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças pode abrir portas a uma solução que permita proteger o imóvel do próximo Inverno
In site do Provedor de Justiça
Leia mais aqui.
Um pouco da história desta igreja pode ser visitado aqui, no site do Centro Nacional de Cultura.
O estado de degradação foi denunciado pelo site da própria paróquia de (Santo António de) Campolide: aqui.
Decorre inclusive uma campanha de fundos. Pode consultar aqui os termos desta campanha.
Orlando Duarte, eleito da CDU na Assembleia de Freguesia de Campolide tem registado o péssimo estado em que o imóvel, classificado pelo IPPAR em 93, se encontra. Pode confirmar isso aqui, num posto inserido em Fevereiro no seu blog pessoal.

1 comentário:

Anónimo disse...

O Estado é um péssimo exemplo como guardião dos nossos bens. A quantidade de bens públicos que estão em ruína iminente é impresionante. E mais ainda se atendermos ao número elevado de bens que se encontram classificados como de interesse público ou monumento nacional. São estas coisas que nos fazem pobres, miseráveis!

Durante cerca de 3 anos, uma escola de ensino básico, aqui junto da minha casa, teve um vidro duma sala de aula partido. Durante meses um cano roto jorrava abundantemente água para a sargeta da rua em frente.
Vou frequentemente a uma escola do ensino secundário fazer consultas a um arquivo que lá funciona. O mau estado da escola é impressionante: vidros de candeeiros partidos, janelas escancaradas por terem fechos estragados os pátios cobertos de ervas daninhas, as paredes escritas.

Pergunto eu: como serão os adultos que sairão destas escolas? Que sensibilidade terão para a preservação dos bens que nos pertencem?

Se hoje vemos os bens públicos num abandono de arrepiar, certamente que daqui a 20 ou 30 anos as coisas serão bem piores nesse aspecto.

E a culpa é nossa que pactuamos com estas situações. De resto o Estado, quem é? Somos nós também.

Mas ficamos todos contentes porque dizem que temos o maior Centro Comercial da Europa, ou uma das maiores pontes onde foi comida a maior feijoada, ou temos quase 2 telemóveis por habitante, E temos o maior pepino de que há conhecimento ( colhido no Entroncamento).

Somos muito pequenos, de facto!!