In Diário de Notícias (7/7/2010)
por DANIEL LAM
«Câmara embargou obra por desrespeitar o acordo determinado para criar uma espécie de jardim com vegetação na cobertura
As obras do novo edifício do grupo de comunicação Cofina, defronte do Estádio da Luz, em Benfica, Lisboa, estão em acelerada fase de conclusão para ali abrir brevemente o supermercado Pingo Doce das Torres da Luz e para as publicações de jornais e revistas - entre os quais o Correio da Manhã e o Record - se mudarem para aquele prédio já em Setembro. Parados estão os trabalhos na cobertura, embargados há duas semanas pela Câmara de Lisboa por não cumprirem o estipulado.
O edifício tem estado envolto em polémica desde sempre, porque "tem muito mais volumetria do que estava previsto e deixa praticamente emparedados terraços e janelas dos prédios vizinhos", denunciaram ao DN moradores das ruas José Maria Nicolau e Mateus Vicente. Para minimizar o impacte visual, ficou decidido que a cobertura do edifício seria feita com vegetação, criando uma espécie de jardim. Afinal, quase toda essa área foi ocupada com tubagens e sistemas de ar condicionado.
Na sequência de denúncias apresentadas pelos moradores vizinhos, elementos da câmara municipal efectuaram uma vistoria à obra e determinaram o embargo.
A Direcção Municipal de Gestão Urbanística da autarquia revelou entretanto que os responsáveis pela construção do edifício pretendem entregar "uma nova solução de tratamento da cobertura".
Moradores dos prédios vizinhos consideram "estranho quererem abrir brevemente o Pingo Doce e transferir as publicações para cá em Setembro, sem terem o ar condicionado e outros sistemas de exaustão de fumos a funcionar".
A abertura do supermercado está prevista para breve, até porque, segundo soube o DN, o Grupo Jerónimo Martins já esteve a recrutar pessoal para a nova loja.
Residentes dos prédios vizinhos queixam-se que "o supermercado vai assar frangos e fazer outros cozinhados, lançando fumos e cheiros para as casas das pessoas".
A cobertura do edifício "está completamente cheia de condutas, canos muito largos e casas de alumínio dos sistemas de climatização e ar condicionado".
Olhando para tudo aquilo, mesmo junto às suas janelas, prevêem que "não vai haver descanso. Os sistemas de sucção fazem um barulho intenso, que até parece uma fábrica a trabalhar".
O grande terraço de um morador ficou praticamente emparedado pelo novo edifício. Só restava um estreito vão, que também está a ficar tapado com a construção de uma torre de exaustão para a saída dos fumos dos parques de estacionamento subterrâneos, relataram os mesmos residentes.»
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Muito sinceramente, já não tenho pachorra para esta novela.
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2 comentários:
A barulheira que esta gente vai ter que aguentar 24 horas por dia....
Quem é que deu à "luz" tão bons planos...?
Esta câmara é uma lástima. Como é possível que um edifício destes, construído em cima de todos os atropelos à lei, só seja vistoriado depois da muita insistência dos moradores? É difícil não acreditar em interesses obscuros ou conivências declaradas. Embargo? Basta passar por lá para se ver a azáfama para concluir a obra! É por estas e por outras que, às vezes, tenho vergonha de me dizer lisboeta...
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