«Publicado em Julho 20th, 2010
Diário da República, 1.ª série — N.º 138 — 19 de Julho de 2010
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Resolução da Assembleia da República n.º 69/2010
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Recomenda ao Governo a imediata suspensão de todas as acções relativas à transferência de museus e à criação de novos museus no eixo Ajuda/Belém, designadamente da construção do novo Museu dos Coches, até à elaboração de um plano estratégico para a reconfiguração do seu conjunto.»
Recomenda ao Governo a imediata suspensão de todas as acções relativas à transferência de museus e à criação de novos museus no eixo Ajuda/Belém, designadamente da construção do novo Museu dos Coches, até à elaboração de um plano estratégico para a reconfiguração do seu conjunto.»
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Finalmente algum bom senso neste caso patológico de despesísmo de dinheiros públicos.
Pede-se agora calma, muita calma e muita ponderação na elaboração do estudo a fazer, canalizando os eventuais dinheiros a disponibilizar, na direcção certa, face ás necessidades reais e não neste tipo de obras sem nexo, simplesmente de fachada e de regime.
Ao menos valha-nos estas coisas para achar que os movimentos de cidadania e as petições, sempre não caem em saco rôto.
Um muito obrigado!!!
Pede-se agora calma, muita calma e muita ponderação na elaboração do estudo a fazer, canalizando os eventuais dinheiros a disponibilizar, na direcção certa, face ás necessidades reais e não neste tipo de obras sem nexo, simplesmente de fachada e de regime.
Ao menos valha-nos estas coisas para achar que os movimentos de cidadania e as petições, sempre não caem em saco rôto.
Um muito obrigado!!!
13 comentários:
Seria bom usar esses dinheiros para manter o que já existe !
(mas não houve já demolições por causa deste "novo" museu ?)
Sim, claro: muita calma e muita ponderação.
De preferência tanta calma e tanta ponderação que não próxima vez que alguém se lembrar do assunto já ninguém saiba nem do museu que não se construiu nem do dinheiro que em tempos houve para o construir.
O Museu dos Coches está instalado em condições absolutamente vergonhosas. Os comentários a favor da preservação deverão ser redigidos por quem lá não foi uma única vez na última década.
Aproveitem as manhãs de domingo (até às 14.00h) e constatem um espólio extraordinário a apodrecer com muita calma e muita ponderação.
"Aproveitem as manhãs de domingo (até às 14.00h) e constatem um espólio extraordinário a apodrecer com muita calma e muita ponderação. "
Depois quando um dos coches se desfizer em pleno recinto de exposições podemos ter a certeza que os mesmos que aqui são contra o novo museu vão vociferar contra o Estado por ter deixado isto acontecer.
com as verbas do casino restaurem as obras...deixem-se de frescuras e de viajarem na maionese.
Manter o nosso património é um investimento no e de futuro!
Mas Caro PFigeiredo,
é exactamente isso que está em causa quando nos insurgimos contra o projecto do novo Museu dos Coches! Não existe dinheiro para restaurar um edifício, que por si já é uma boa parte do sucesso do museu - não tenha dúvida que quem vai ao Museu dos Coches vai visitar, também, o edifício magnífico do Picadeiro onde está inserido - o espólio está extemamente mal conservado, mas existem 30 milhões para construir um edifício que tem problemas óbvios de eficácia energética e, mais grave de tudo, claros problemas de harmonização espacial - uma caixa de betão e vidro dificilmente passa bem ao lado da arquitectura circundante de Belém, apesar do que nos querem impôr designers e arquitectos que se acham tão virtuosos e cuja herança/ónus podemos testemunhar por essas cidades fora!
Se os coches estão em mau estado será então prioridade nr. 1 iniciar os devidos processo de conservação !?
Óbvio que que também se pode gastar dinheiro num melhoramento das condições do Picadeiro...
Só não vê quem não quer.
Portanto seriam:
-trinta e tal milhões para o novo edifício;
-mais dinheiro para as respectivas derrapagens das obras;
-mais dinheiro para a conservação dos coches;
- mais dinheiro para a conservação do actual museu e sua requalificação numa nova actividade (que desconfio seria para "lanchonette", de eventos chiques, ou para espetarem lá com os cavalinhos lusitanos);
-mais dinheiro para a manutenção de ambos os espaços.
Ou seja, tudo somado, uma verdadeira pechincha!!!
Muito bem dito, Salvador.
Ainda acrescento mais: - só os custos de manutenção daquela "treta", desleixada em termos de eficiência energética e ambiental que iam construir (acrescidos dos encargos dos novos administradores que aí seriam colocados), são suficientes para suportar os encargos de recuperação dos coches, sem qualquer dúvida.
E dos trinta e tal milhões que seriam para a obra, não são precisos sequer metade, para reabilitar o actual picadeiro onde se encontram os coches actualmente, assim como para compor, como espaço exterior, o "buraco" onde iam começar o novo museu.
Ainda ficamos com mais de quinze milhões para reabilitar algum dos edifícios públicos que estão em degradação nas proximidades, para complementar o museu actual com novas salas de exposição, assim como as necessárias oficinas laboratório, para exposição e manutenção dos coches.
Claro: - isto não vai dar tantos tachos novos, nem marcar o território com a chancela dos actuais governantes, tal como qualquer político de vistas curtas pretende.
Mas dará mais que isso: - manter-se-à o carisma e a dignidade do nosso património, que é aquilo que efectivamente atrai os turistas, e a médio e longo prazo dá muito mais vitalidade a uma capital, que qualquer "pirolito" novo.
Parabéns a todos aqueles que se empenharam nesta iniciativa.
E que se restaure a pérola nacional que é o actual museu dos coches.
Isto é uma atitude simples, honesta, correcta, de consenso geral, que deixa os actuais governantes com o alívio do dever cumprido, aproveita os dinheiros disponíveis do casino, resolve o problema do museu dos coches, do estado actual dos coches, da reabilitação do actual picadeiro…
Só não vai ficar contente o autor do novo projecto… mas esse fica bem melhor, vivendo com os louros da arquitectura que fez em devido tempo, que com o ónus do mau exemplo de ineficiência e falta de sustentabilidade ambiental que aqui ia dar, num período em que é fundamental que as novas obras públicas sejam bons exemplos para as obras que a sociedade civil desenvolve. Não se pode exigir na legislação, e não dar o exemplo!
E porque esta proposta não interfere com o desenvolvimento do plano estratégico Ajuda/Belém, É PRECISO AVANÇAR JÁ COM AS OBRAS DE REABILITAÇÃO!
"E dos trinta e tal milhões que seriam para a obra, não são precisos sequer metade, para reabilitar o actual picadeiro onde se encontram os coches actualmente, assim como para compor, como espaço exterior, o "buraco" onde iam começar o novo museu."
Fez as contas?! Podemos vê-las?!
Alguns meninos do negócio dos milhões dos outros, perderam a noção da realidade (milhões esses que fazem parte dos valores da gestão pública, onde nós também contribuímos com os impostos que pagamos) e só quando os milhões são muitos é que conseguem fazer alguma coisa (!)...
A reabilitação do actual museu dos coches, comparando com obras semelhantes, devidamente acompanhadas, mas sem "desvarios", não precisa sequer de se aproximar do custo referido.
Considerando a área do picadeiro: 50m x 17,5m, mais a área superior e a da sala lateral (já de Raul Lino), teremos perto de 1500m2 redondos.
Ou seja: €15.000.000,00 : 1500 = €10.000,00/m2
Quero eu garantir que, mesmo com a recuperação das carpintarias e das obras de arte existentes, não são precisos dois mil contos por metro quadrado!, num pavilhão amplo...
Mas se a questão são as obras de arte, estamos num museu, e a sua reabilitação pode ser um processo evolutivo, faseado no tempo, permitindo até recuperar agora outros edifícios, e ir reabilitando essas obras depois de conseguir climatizar devidamente o edifício, assim como o respectivo teor de humidade - esse é que é o maior desafio aí, pois tem que conciliar a manutenção futura das madeiras do edifício e dos coches - o que é MUITO URGENTE QUE SEJA FEITO!
O que não se pode é temer essa obra, que tem que ser reabilitada rapidamente.
E anda-se aí a brincar aos edifícios novos, de milhões, que só vão servir para ter manutenções de custos brutais!!! deixando-se um edifício destes para as calendas... (não só as pinturas, mas sim todo ele...).
Não somos pategos.
Brincar com os milhões dos outros sempre foi fácil para alguns...
Esses mais de seis milhões do casino, deviam ser aproveitados para reabilitar este património, que é uma pérola do turísmo nacional, acarinhada internacionalmente por pessoas de todos os níveis culturais e sociais.
Já chega o que vemos desbaratar por aí todos os dias (olha os palácios que andam a vender... se calhar era mais um!).
Vira-se uma guia do "Hermitage" para os presentes, onde se incluíam pessoas de várias nacionalidades e disse:
-"A colecção de carruagens e coches do "Hermitage " é boa mas, quem quiser ver a melhor colecção e exposição do mundo, tem que ir ao Museu dos Coches, em Lisboa."
É isto, este conjunto neste contexto, que não se pode perder:
É isto que, "anónimos das 9 e tal" querem perder, vá-se lá saber porquê!
Quanto ás contas, parecem-me estar bem explicadas e sem malabarismos, para quem as souber e quiser entender, no comentário do arq Ferreira.
ao anónimo que não gosta de arquitectos e designers sugiro que seja ele a urbanizar o país ou a construir a casa da sogra. assim os arquitectos, mais libertos da sua responsabilidade inútil, sempre podem seguir com o seus hobbys de cirurgia cardiovascular ou de comentadores de internet profissionais sob anonimato.
arqs ferreira e luis marques, claramente estão a seguir a lógica do anónimo acima referido e a opinar superficialmente acerca de um tema que requer maior especificação. como arquitectos devem saber e muito bem que o preço por metro quadrado para a recuperação de um edifício setecentista excede em muito o de um edifício novo, mesmo que não chegue aos ingenuamente calculados 10.000€/m2.
nos requisitos do novo museu estavam incluídas algumas características de que o actual edifício carece.
- espaço! se não visitaram o actual museu recentemente façam-no ou expliquem-me como seria feita um ampliação do actual museu para comportar o espólio que lá está selvaticamente amontoado neste momento mais o excedente que nem amontoado cabe lá. actualmente aquilo é um armazém com decoração de luxo mas sem condições.
- serviços complementares. qualquer museu precisa de capitalizar as visitas para garantir alguma autonomia financeira e oferecer condições de visita. serviços educativos, actividades, exposições temporárias, loja, bar, um simples serviço de informações. para não falar de oficinas de restauro, acervos, etc. e tudo isto requer mais uma vez espaço inexistente actualmente. o que seria já uma derrapagem ao orçamento calculado pelo arq. ferreira. o governo pode ter agendas sub-reptícias de popularidade, mas seguramente o que quis fazer foi pegar no museu mais visitado do país e ver como o conseguia pôr a render.
-segurança. legalmente os museus na orla ribeirinha do tejo não deveriam existir, ou no mínimo deveriam assegurar a segurança do espólio em caso de maremotos e inundações. daí que também seja patética a proposta de passagem do MNA para a cordoaria.
o edifício proposto respondia a tudo isto. apesar disso eu também não gosto do novo edifício, e muito menos concordo que se tenha pago a peso de ouro um (excelente) arquitecto estrangeiro cujo internacional style é tão expressamente vincado para uma área urbana tão sensível. temos muito bons arquitectos contemporâneos de cariz mais regionalista, sem cair em revivalismos anacrónicos (por exemplo o do arq. cornélio da silva, deus nos livre).
o actual edifício do picadeiro é fabuloso e pode perfeitamente estar integrado num novo espaço museológico, ele por si só, é uma obra de arte, mas não pode nem vai obviamente continuar a ser o suporte do Museu dos Coches. é inevitável sair dali, agora ou daqui a 20 anos se a inércia do restelo o permitir.
Discordo fundamentadamente que o museu dos coches tenha, ou deva, sair dali:
- Para além da cumplicidade de cem anos de parceria entre o edifício e os coches aí colocados, o facto é que há uma complementaridade enorme entre ambos: o picadeiro real foi edificado para ser ocupado pelos cavalos; e os coches não serviam para nada sem os cavalos. E este é o elo e a memória que significa a mais valia; faz também a diferença.
- Por outro lado, partir do princípio que um museu é o caixote onde se arruma, de forma mais ou menos rentável, um espólio para que seja visto, é uma ideia atrofiada que tem sido seguida em alguns casos e leva dramaticamente aos desastres que já nos habituaram em boa parte do espólio que temos no país! Ex: vão lá fazer um museu do Douro, bem arrumadinho, em Lisboa… É o mesmo tipo de anedota!
- A diferença, nas pérolas que estimamos, tem o sentimento, a relação, a cumplicidade. Tem um entrelaçar de passado e presente que fazem a diferença. É isto que acontece actualmente neste museu, e que é um crime destruir. E isto tem vindo a ser assegurado por personalidades internacionais de todas as áreas, como por exemplo nos comentários da subscrição que decorre em defesa da reabilitação do actual museu, com vários milhares de subscritores.
- Quanto a complementar o actual museu, nada mais fácil que a reabilitação de um dos palácios, propriedade pública, aí nas proximidades. E não precisamos de um total de mais de 15000m2 de área!!! tal como o brutamontes do museu projectado prevê, de custos de manutenção estúpidos… (nem falem de viabilidade, em termos económicos, dessa “peça”).
Quanto ao autor do projecto, cujo mérito e reconhecimento são indesmentíveis no seu período áureo, escusava de se sujeitar, nesta época, a passar pela desconsideração de não apresentar agora uma obra que é o oposto das necessidades energéticas e ambientais de uma intervenção pública com este impacto – não é um bom exemplo: é o pior dos exemplos – ineficiente em termos energéticos e de impacto ambiental desastroso: a pegada ecológica desta peça é brutal.
O governo não pode legislar uma obrigatoriedade de cumprimento aos privados, e dar exemplos de actuação destes! Não pode!
Quanto ao orçamento que justifiquei: foi tudo menos ingénuo – apenas demonstrei que é viável com um tiro matar dois coelhos – reabilitar o edifício actual, não acabar ali com a jóia do museu dos coches, e complementar devidamente todo o programa novo pretendido, com a reabilitação de ainda mais um edifício, com a verba que está disponível. E sem enfiar mais um “pirolito” que não é exemplo, em cima do Tejo!
Quanto ao decurso de 20 anos sem nada fazer:
- Apontei uma solução, economicamente viável, urgente, consensual; e que reabilita património!, que é o que este país precisa.
- Há 24 anos(!), estivemos 30 técnicos especialistas em patologia e reabilitação de património, nesse museu, a ver como apodreciam as nossas jóias da coroa!!!(edifício e coches). Dói-me tanto a alma hoje como me doeu nesses dias.
Não posso admitir a implementação de uma estupidez tão grande como a que pretendem fazer sem levar até às últimas consequências o meu descontentamento.
Quem ordena estes actos, depois de ter legislado directrizes de licenciamento das novas edificações urbanas em sentido oposto, tem que ser responsabilizado com consequências sobre os seus actos:
- 15000m2 novos, despesistas e ineficientes, sobrando ainda por recuperar um edifício nobre (o actual picadeiro) e o palácio para onde o museu devia ser ampliado??? É esta gestão que tem levado o país à ruína económica: não sabem minimamente o que andam aí a fazer…
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