Rede de bicicletas em Lisboa volta à discussão camarária com proposta superior a 42 milhões
Relatório final das seis propostas e adjudicação da rede à empresa J. C. Decaux é amanhã apreciado pelo executivo
Quase dois anos depois de a Assembleia Municipal de Lisboa ter chumbado o processo de criação de uma rede de bicicletas de uso partilhado na cidade, alegando má fundamentação do processo e exagerado encargo para os cofres da autarquia, o executivo camarário lisboeta apreciará amanhã o processo revisto, mas já com o relatório final e a proposta de adjudicação, que pressupõe um encargo de 42,35 milhões de euros.
A proposta, a apresentar pelo vereador José Sá Fernandes, revela que aquele valor - 35 milhões de euros, a que acrescem 7,35 milhões de IVA - corresponde à contratualização daquela rede de bicicletas, em complementaridade com o sistema de transportes públicos de Lisboa, por um período de dez anos, à multinacional francesa J. C. Decaux Portugal, empresa especialista em publicidade e mobiliário urbano, responsável pelo programa Vélib, de partilha de bicicletas em Paris. Foram assim preteridas cinco empresas que desenvolveram sistemas semelhantes em Barcelona, Oslo, Estocolmo, Montreal e Londres.
O procedimento seguido, conforme ficou estabelecido em reunião camarária de Dezembro de 2008, adaptou a forma de diálogo concorrencial para a criação, implementação e financiamento e gestão da rede. Entre Março e Abril de 2009 foram apresentadas e analisadas as propostas pelo júri, e realizadas audiências aos candidatos.
A primeira fase de instalação da rede deverá ocorrer seis meses após a assinatura do contrato, com a instalação de 100 estações de partilha e capacidade para mil bicicletas. Uma segunda fase aumentará para 150 o número de postos e para 2500 as unidades de circulação.
Omissos na proposta a levar à discussão camarária, mas que, afinal, foi uma das principais justificações do PSD para o voto que inviabilizou a passagem do projecto na assembleia municipal em 2008, continuam a estar os encargos reais para a autarquia com a execução do programa. Se através de um esquema de autofinanciamento, como a autarquia pretendia, se através de parceria com a empresa adjudicatária.
Ao utilizador do sistema deverá ser requerida uma inscrição para utilização dos veículos, desde a gratuitidade (30 minutos) e depois com um valor que variará entre os três euros (um dia) e os 25 euros (um ano).
A proposta, a apresentar pelo vereador José Sá Fernandes, revela que aquele valor - 35 milhões de euros, a que acrescem 7,35 milhões de IVA - corresponde à contratualização daquela rede de bicicletas, em complementaridade com o sistema de transportes públicos de Lisboa, por um período de dez anos, à multinacional francesa J. C. Decaux Portugal, empresa especialista em publicidade e mobiliário urbano, responsável pelo programa Vélib, de partilha de bicicletas em Paris. Foram assim preteridas cinco empresas que desenvolveram sistemas semelhantes em Barcelona, Oslo, Estocolmo, Montreal e Londres.
O procedimento seguido, conforme ficou estabelecido em reunião camarária de Dezembro de 2008, adaptou a forma de diálogo concorrencial para a criação, implementação e financiamento e gestão da rede. Entre Março e Abril de 2009 foram apresentadas e analisadas as propostas pelo júri, e realizadas audiências aos candidatos.
A primeira fase de instalação da rede deverá ocorrer seis meses após a assinatura do contrato, com a instalação de 100 estações de partilha e capacidade para mil bicicletas. Uma segunda fase aumentará para 150 o número de postos e para 2500 as unidades de circulação.
Omissos na proposta a levar à discussão camarária, mas que, afinal, foi uma das principais justificações do PSD para o voto que inviabilizou a passagem do projecto na assembleia municipal em 2008, continuam a estar os encargos reais para a autarquia com a execução do programa. Se através de um esquema de autofinanciamento, como a autarquia pretendia, se através de parceria com a empresa adjudicatária.
Ao utilizador do sistema deverá ser requerida uma inscrição para utilização dos veículos, desde a gratuitidade (30 minutos) e depois com um valor que variará entre os três euros (um dia) e os 25 euros (um ano).
14 comentários:
3 euros por dia, 25 euros por ano?
Quantos dias julgam eles que tem um ano? Mesmo que haja uma redução, é uma redução absolutamente maluca.
Em Paris este sistema funciona perfeitamente bem... e mesmo que se cobrasse mais por ano, decididamente compensa!
Espero que o vejam como uma forma de tirar trânsito automóvel das grandes avenidas e da marginal, e que, assim, tornem Lisboa mais fresca, mais bonita, mais verde.
9 dias custarem mais que 365 nem ao careca lembrava.
A ideia é forçar as pessoas efectuarem o pagamento de um ano e depois poderem utilizar a bicicleta sempre que necessitam dela para as suas deslocações, sem se preocuparem com custos extra...
Porque não começam os vereadores e os funcionários da Câmara a dar o exemplo, designadamente os do tráfego e dos espaços verdes. No edifício municipal do campo grande trabalham quase duas mil pessoas e quantas usam bicicleta? DUAS!
" 9 dias custarem mais que 365 nem ao careca lembrava.
"
Então suponho que cidades como Paris, Barcelona ou Berlim estejam cheios de carecas, pois este é o princípio seguido por todas elas.
O pagamento diário é para turista que estão 2, 3 ou 4 dias na cidade e o anual para quem lá vive (ou passa temporadas mais alargadas).
O que eu acho que nem ao careca lembrava é o preço absurdo de tudo isto. Dava para oferecer uma bicicleta de 80€ a cada lisboeta.
Então vossas excelências devem com toda a certeza conhecer mais produtos nas mesmas circunstâncias, ou seja, que por nove dias custem mais caro que por um ano completo.
Não se importavam, por especial fineza, de os comunicar aos ignorantes, ou pretendem guardar essa preciosa sabedoria para vossas excelências?
"Então vossas excelências devem com toda a certeza conhecer mais produtos nas mesmas circunstâncias, "
Em Paris (http://www.velib.paris.fr/content/download/3122/27013/version/3/file/V%C3%A9lib%27+-+English.pdf), o sistema é similar, a 1ª 1/2 hora é gratuita, segunda 1€, 3ª 2€ e a partir daí custa 4€ por cada 1/2 hora.
O passe anual custa 29€ (menos do que 5 horas de aluguer).
Como eu já disse o sistema em Berlim e em Barcelona também é similar, exactamente pelos mesmos motivos: incentivar alta rotação das bicicletas por parte dos utilizadores ocasionais (para não pegarem numa para andar 5 minutos e depois ficarem com ela a tarde toda enquanto estão na praia) e permitir que quem as usa regularmente o possa fazer a preços razoáveis.
Satisfeito?!
Paris é em França,
aqui estamos em Portugal, onde nem para os cheques-bebé há dinheiro.
Que falta de pontaria!
"Paris é em França,
aqui estamos em Portugal,"
Comentário brilhante!
Demorou muito tempo a chegar a essa conclusão?!
"Paris é em França,
aqui estamos em Portugal,"
Eu sou quando vir isso numa revista científica com peer review e impact factor acima de 2 é que aceito tal conclusão.
Ali aquele tem uma certa razão.
Devia ser assim.
CARRIS, METRO, TRANSTEJO, TST, CP, etc, etc:
1. Bilhetes de um dia: 3 euros.
2. Bilhetes de um ano: 25 euros.
3. Bilhetes vitalícios: 0 euros.
42 milhões de euros? Nunca se esgota a imaginação para esbanjar fundos públicos. Onde vão buscar o dinheiro? Vão contrair mais dívida? Os impostos só servem para se pagar os juros do dinheiro mal gasto que se deve. Foi por causa disso que se deu a revolução francesa.
tá tudo loooouuuuuco?! sim, está, e muito!
42 milhoes por uma ideia que OBVIAMENTE não é praticável em larga escala na cidade de lisboa?
as comparações com barcelona, paris ou berlim são de uma ingenuidade inquietante, como se fossem espaços geograficamente ou culturalmente similares e comparáveis!
criar dificuldades à entrada de carros do exterior e investir em electricos e autocarros e na articulação da rede, isso sim, seria progresso.
irra, a malta não pensa!
NC
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