Plano ainda está em estudo mas pode incluir a construção de um mercado no centro da praça e a reorganização do trânsito.A Junta de Freguesia de Santa Maria Maior quer reabilitar a Praça da Figueira, devolvendo-lhe “o esplendor” de outros tempos. Na calha está a criação de um mercado no centro da praça, recuperando algumas peças do antigo espaço comercial que ali existiu até 1949, e que a Câmara de Lisboa terá guardado.
“O objectivo é usar a praça de forma polivalente”, reabilitando o espaço público e fachadas e reorganizando o trânsito, adianta o presidente da junta, Miguel Coelho.
“Quem vai à Baixa dirige-se à Praça do Comércio, não passa na Praça da Figueira", observa. "Queremos transformá-la numa nova referência para actividades comerciais, lúdicas e culturais”, acrescenta o autarca.
Antes do terramoto de 1755, a praça acolhia o Hospital de Todos-os-Santos, que ficou destruído. No redesenho da zona baixa da cidade no pós-terramoto, aquele foi o local escolhido para criar um mercado ao ar livre, que foi sofrendo alterações e deu lugar, em 1885, a um mercado coberto. Nascia então o Mercado da Praça da Figueira, que deu à praça o nome actual, num edifício rectangular em estrutura metálica com quase oito mil metros quadrados.
"A Praça da Figueira está sempre em festa. Nas vozes agudas das mulheres dos lugares há foguetes a toda a hora...", descrevia o jornalista e escritor António Ferro na obra A descoberta de Lisboa no ano de 1921. Mas o mercado acabou por ser demolido em 1949 e no seu lugar está agora apenas uma estátua equestre de D. João I. Hoje, o ambiente já não é de tanto festa mas mais de "apatia", lamenta Miguel Coelho.
O plano para reabilitar a praça ainda é, por enquanto, apenas uma “vontade política”, mas Miguel Coelho acredita que o projecto tem pernas para andar. "Já troquei impressões com o vereador Manuel Salgado e há abertura para avançar”, garante. Se for para a frente, o projecto deverá ser elaborado pela câmara mas a obra ficará a cargo da junta, diz o autarca.
Notícia corrigida às 8h54 de 16/06: estátua na Praça da Figueira é do rei D. João I, não de D. José I
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8 comentários:
Ideia muito meritória. Trata-se de um espaço urbano com entidade própria. Um espaço-mercado que, acima de tudo, "venda" aquilo que a Praça da Figueira já representou para a cidade (e para a região) não só como equipamento comercial, mas também, e principalmente, com a sua componente social, cultural, da vida da capital, poderá constituir-se como fator distintivo a ter em conta. Aguardemos pelos próximos desenvolvimentos.
Quem paga?
Don´t worry, Meu Caro Filipe,
Com o IMI que me cobram, com os cortes, com os impostos, etc..., etc..., deve chegar e ... sobrar!!!!!
Bravo,excelente ideia!
Espero que o projecto nâo demore séculos a se realizar!
O FMS é que não é!
E já agora plantem árvores!
Até porque aquilo está uma miséria, à semelhança da maior parte das ruas de Lisboa, que estão todas despidas.
Em dias de calor como estes é ainda pior! Torna-se impossível andar pelas ruas da cidade!!
Andam muito optimistas, acham que há sempre um palerma que paga por isto tudo. O problema é que em geral os palermas são os pelintras que ficam, e os mais aptos emigram. Não sei quem vai pagar a conta, mas folgo em saber que o amigo continua optimista.
Reabilitar as fachadas??
Mas a junta de freguesia vai pagar a reabilitação de prédios particulares??
Já chegámos a este ponto?!?!
Sendo assim quero que a CML ou a minha junta de freguesia reabilitem todo o meu prédio, às custas de todos. Se uns podem os outros todos também.
Andamos a brincar com os dinheiros públicos, é o que é!!
Fico feliz por saber que as atenções se começam a virar para a praça da Figueira. Sempre achei ter potencial para se tornar na mais bela praça de Lisboa.
Muitos concordam que foi um erro destruir o mercado que ali existia, mas voltar a trazer o mercado para a praça da figueira pode ser um erro ainda maior! Convém não esquecer que esta praça já foi recentemente alvo de um projecto de recuperação que foi um fiasco!
A zona da Baixa já têm espaços comerciais, de restauração e culturais em abundância ou com maior potencial que esta praça! O que falta naquela zona da baixa são espaços verdes para as famílias e os visitantes repousarem, com baloiços para as crianças, bancos e mesas para os amigos se encontrar e conviverem. Deixo como exemplo a place des vosges em Paris, de dimensões ligeiramente superiores mas com características de resto semelhantes à nossa praça da Figueira.
É redutor olhar para a Baixa meramente como um destino turístico!
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