27/02/2006

Príncipe Real vira Georgetown?!

O Público de ontem dava conta da intenção do promotor imobiliário Anthony Lanier estar a propôr à CML um projecto de reabilitação urbana a médio prazo para o Príncipe Real, tendo como referência o bairro novecentista de Georgetown, em Washington. Trata-se, segundo a notícia, de um projecto da empresa portuguesa PREA (subsidiária da East Banc, de Lanier) que envolverá habitação de luxo e comércio de prestígio com a chancela do arquitecto Souto Moura. Fala já, inclusive, de alguns palacetes (Ribeiro da Cunha - este com um outro projecto de hotel em análise na CCDR, e em relação ao qual somos contra, se continuar a querer derrubar o jardim das traseiras do palacete -, Banco de Portugal e Empório Casa) já em lista de compras. E fala-se também do possível efeito nefasto que uma eventual morosidade «burocrática» possa ter na viabilização do projecto, uma vez que a praça e os edifícios em causa dependerem, como é óbvio, de autorização do IPPAR.

Pela nossa parte, vemos com bons olhos uma operação dessa envergadura, e com esses propósitos, que pense mais longe e que vá para além da reabilitação urbana, trânsito incluído. Mas estaremos frontalmente contra:

- Se se pretender destruir interiores e alterar fachadas dos palacetes em causa;
- Se se avançar com a ideia peregrina da construção do malfadado parque de estacionamento subterrâneo à volta do jardim França Borges (Príncipe Real);
- Se se apresentar como necessária a destruição dos jardins das traseiras dos palacetes que dão para o Jardim Botânico;
- Se se promover a abertura de escritórios em vez da anunciada habitação.

PF

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