In Público (14/12/2006)
"As iluminações de Natal da Av. da Liberdade receberam ontem um vistoso acrescento, ou melhor, uma excrescência, que se multiplica avenida fora. Muitas das suas árvores foram "enfeitadas" com inestéticos caixotes azuis a imitar vasos, nos quais o símbolo da marca de automóveis que patrocina as luzes nesta artéria da cidade surge em grande formato, como se de repente o local se tivesse transformado num mega-stand. Também há enormes bolas com o mesmo ícone, embora em menor quantidade. A Câmara de Lisboa não só autorizou a iniciativa, como se congratula com ela, uma vez que isso permite poupar dinheiro quer à autarquia, quer aos comerciantes, que também ajudam a pagar as iluminações natalícias. A ideia é considerada de tal forma luminosa que já se pensa em estendê-la a outras ruas da cidade em anos seguintes. Goste-se ou não, é coerente com outras iniciativas igualmente inéditas neste capítulo, como as projecções no frontispício do Teatro Nacional D. Maria, que incluem uma mensagem de boas festas conjunta do município e de uma instituição bancária. A cabine de projecção montada na placa central do Rossio para levar a cabo tão distinta missão é revestida de cobertura plástica e tem um pequeno telhado de chapa ondulada, que nada fica a dever aos abarracados que a autarquia gosta de apregoar que já extinguiu. Diga-se em abono da verdade que a cabine não destoa propriamente do ambiente circundante: a fonte mais próxima, que foi, tal como a sua irmã gêmea, alvo de trabalhos de reabilitação, continua rodeada de um acapoeirado gradeamento. O que vale é que é Natal, e por isso ninguém leva a mal. Ou será que é Carnaval?
Ana Henriques"
14/12/2006
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