18/02/2011

O desejo chamado eléctrico 24

Foi em Novembro de 2007 que, por proposta de Os Verdes, a Assembleia Municipal de Lisboa votou favoralmente, e por unanimidade, uma recomendação para reposição de carreiras de eléctrico operadas pela Carris, em Lisboa, e particularmente uma das centenárias, a do 24, inaugurada em 1907. Suprimida provisoriamente em 1996, o provisório tornou-se definitivo.

Um movimento cívico que engrossou com apoio dos mais variados sectores, de anónimos lisboetas, comerciantes do Bairro Alto, amigos disto e daquilo, do Jardim Botânico, das associações de turismo, lavrou o seu protesto em forma de petição. Já antes a câmara elaborara um protocolo com a transportadora, dez anos depois da interrupção da carreira para a reactivação de algumas linhas. De então para cá, nenhuma das várias versões da carreira voltou aos carris - do Largo do Carmo a Campolide, ao Alto de S. João à Rua da Alfândega, ao Cais do Sodré.

A Assembleia Municipal enumerou algumas vantagens decorrentes do aumento de linhas, referindo o interesse turístico, ambiental e dos próprios munícipes.

O Fórum CidadaniaLx protestou e organizou uma petição, em 2008: "A sua importância para a melhoria da mobilidade da cidade, assim como o seu grande potencial para o desenvolvimento do turismo de qualidade na capital são evidentes, devendo merecer por isso a maior atenção por parte da CML e da Carris."

Três anos depois, Paulo Ferrero, membro daquela associação cívica, questionou: "Como é possível que uma câmara municipal, um pelouro dito de mobilidade, nada faça de concreto para que a reabertura do E-24 seja possível a curto-médio prazo? Como é possível que a Carris diga que as carreiras de autocarro são suficientes no troço do E-24? Aquele troço (Cais do Sodré-Campolide, com extensão ao Carmo) é um pesadelo de poluição do ar, engarrafamentos, peões em perigo iminente (sobretudo no troço da Misericórdia-Jardim S. Pedro de Alcântara), um atentado urbanístico, enfim, um desastre."
In Público

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