"Já encaminhei os protestos ao presidente da câmara e ao vereador Sá Fernandes [responsável pelo Espaço Público, que emite as licenças de ruído], mas ainda não tive resposta", lamenta. O vereador também não respondeu ao PÚBLICO.
Por Ana Luísa Silva Marisa Soares in Público
Organização lamenta os incómodos mas quer que o terraplano de Santos passe a ser o "queimódromo" de Lisboa. Já o presidente da Junta de Santos-o-Velho espera que o evento não se repita naquele local
Os moradores na zona de Santos, em Lisboa, não têm tido noites fáceis. O barulho dos concertos que animam a Semana Académica desde quarta-feira tem sido, literalmente, uma dor de cabeça para quem tem de dormir cedo e trabalhar no dia seguinte. Este ano, as festas, que decorrem pela primeira vez no terraplano de Santos, junto ao rio Tejo e não muito longe das casas,já motivaram múltiplas queixas pelo ruído que se prolonga até de madrugada. A Associação Académica de Lisboa (AAL), responsável pela organização, está ciente das reclamações, mas pede compreensão. E quer repetir a experiência.
"Ninguém consegue dormir com o barulho, sobretudo quem mora perto da zona ribeirinha", diz o presidente da Junta de Freguesia de Santos-o-Velho, Luís Monteiro (PS). O autarca tem recebido "inúmeras queixas" e até ele tem passado noites em claro. "Já encaminhei os protestos ao presidente da câmara e ao vereador Sá Fernandes [responsável pelo Espaço Público, que emite as licenças de ruído], mas ainda não tive resposta", lamenta. O vereador também não respondeu ao PÚBLICO.
Segundo Luís Monteiro, o ruído prolonga-se pelo menos até às 2h, mas o vice-presidente da AAL, Hugo Serra Riço, garante que os concertos - aos quais têm assistido dez mil pessoas por noite, em média - têm terminado à 1h. A organização pediu à câmara uma licença até às 2h, mas o pedido não foi aceite, o que obrigou ao cancelamento do concerto da banda Linda Martini, na quinta-feira. Ontem, os concertos podiam prolongar-se até às 4h, tal como hoje.
"Temos conhecimento das reclamações e compreendemos. Por isso distribuímos na semana passada cerca de 3000 cartas pelas caixas de correio dos moradores, a explicar o conceito do evento e a pedir desculpas pelos incómodos", afirma o responsável da AAL. Apesar de entender as queixas de quem não consegue pregar olho por causa da música, Hugo Serra Carriço pede compreensão: "Este é um momento de expressão cultural dos estudantes de Lisboa, que tem benefícios para a cidade. É preciso desmistificar a ideia de que o evento é um festival de bandas e um centro de bebedeiras."
A escolha do local para realizar o evento tem a sua razão. "Quisemos escolher um local central, bem servido de transportes públicos, para evitar que os estudantes tenham de conduzir, com álcool no sangue", explica Hugo Serra Riço.
Ao contrário da Queima das Fitas do Porto e de Coimbra, a Semana Académica de Lisboa nunca teve poiso certo. O terraplano de Santos tem "todas as condições" para ser o recinto oficial da Semana Académica, considera o estudante. A AAL já manifestou essa vontade à autarquia e à Administração do Porto de Lisboa (que gere o espaço), que foram cautelosas. "Pediram para fazermos o teste este ano e depois poderemos limar algumas arestas", diz o vice-presidente da associação.
A ideia não agrada ao presidente de Santos-o-Velho. "Espero que não se repita. O evento pode ser feitos noutros sítios, aqui não há condições", reitera. Luís Monteiro recorda que o terraplano de Santos foi usado no passado para outros eventos apoiados pela autarquia e que acabaram por "correr mal" precisamente por causa do ruído.
3 comentários:
Conheço a zona, tenho lá familiares chegados e aquilo tem sido uma pouca-vergonha total.
E faço notar que estamos a mais de uma mês dos Santos Populares e das férias Verão, pelo que não só os idosos e os doentes e quem trabalha é incomodado mas AS PRÓPRIAS CRIANÇAS QUE TÊM DE ESTAR CEDO NA ESCOLA.
Esse Zé que autorizou tal atentado é de uma incompetência a toda a prova.
Correcção: UM mês, obviamente.
Haviam era de tar todos a trabalhar no duro, em vez de estarem a sugar os parcos recursos das familias a fingir que fazem e em bebedeiras e droga. Daqui a uns 2 ou 3 anos é ve-los a todos na fila do centro de emprego a chorar a queixarem-se que não têm trabalho como se alguem tivesse culpa deles terem resolvido tirar cursos que não servem para nada.
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