03/12/2016

LISBOA, Capital Europeia da Demolição: Rua Alexandre Herculano 41




O inspector-geral da ACT deixou uma coisa clara: “As instabilidades em processos construtivos e demolições não podem existir.” 
 
“É extremamente preocupante que no meio da cidade de Lisboa, a capital de um país da União Europeia, morram duas pessoas a trabalhar. Acho que isso nos devia envergonhar a todos”, afirmou. Pimenta Braz considera um “índice horrível” que estas duas pessoas tenham “desaparecido a trabalhar”. 
 
Da parte do Fórum Cidadania Lx acrescentaríamos que enquanto a CML - Pelouro do Urbanismo - e Ministério da Cultura - DGPC - continuarem a alimentar este método nefasto e obsoleto de "reabilitação" que consiste em destruir o que é possível de reabilitar, vamos assistir a mais acidentes terríveis deste tipo. Este prédio de qualidade estava em razoável estado de conservação e era perfeitamente possível de reabilitar. Mas para que "fundos financeiros" ligados ao mercado da habitação de "Luxo" possam cumprir com as expectativas de lucro máximo, a CML permite a destruição de interiores que dão carácter e acrescentam valor à nossa capital. Este tipo de obras - que mais não são que "Construção Nova" aproveitando uma ou duas fachadas - são extremamente caras e perigosas como se vê. Não esquecer que apenas alguns meses atrás, e do outro lado da Avenida da Liberdade, morreu um operário numa outra obra de demolição de interiores na Av. Duque de Loulé.
 
Para quando uma alteração do actual paradigma de reabilitação em Lisboa?

3 comentários:

Anónimo disse...

Neste projecto em concreto serão reproduzidos todos os tectos trabalhados que existem no edifício. Não se perde tudo.

FJorge disse...

Reabilitar um edifício histórico não é «reproduzir tectos trabalhados». Um edifício é uma realidade complexa, construtiva, espacial e decorativa. Reabilitar é tratar de todos estes elementos de forma a serem transmitidos para as futuras gerações, reconvertendo e melhorando estruturalmente assim como elevar os niveis de conforto térmico e acustico. Esse é o desafio dos técnicos e constructores. Reduzi-lo a um aspecto decorativo (e ainda para mais sendo uma reprodução, portanto sem valor de autenticidade) é produzir uma mentira, deixar um legado pobre e sem valor patrimonial no futuro.

Paulo Couto disse...

Aqui podem ver o projecto para este edifício:

http://alexandreherculano41.com/pt/plantas.html

pelo que percebi vão aumentar mais um andar e pelo qual retiraram o telhado deixando a chuva fazer o reto. Nas fotos do projecto não se vêm tectos com estuques ornamentais :(