31/07/2008

Largo do Rato - Agradecimento

Na impossibilidade de agradecer a todos os que nos têm cumprimentado por esta vitória aqui ficam os agradecimentos públicos, não só pelos cumprimentos, mas também pelo empenho de milhares de cidadãos.
É ainda uma meia vitória mas muito importante. A cidadania imperou e sem este movimento de protesto nada seria possivel. Obrigado assim a todos os que assinaram a petição, aos que a divulgaram incansavelmente pelos seus amigos e, muito em especial, ao Cidadania Lisboa pelo apoio.
Os agradecimentos não estariam completos se os não fizesse à comunicação social que se portou exemplarmente na cobertura desta iniciativa.
Muito mais há a fazer. Setembro é já ali e a força de muitas mais assinaturas será decisiva.

Jorge Santos Silva/ Arq. Luis Marques da Silva

LARGO DO RATO:... A união faz a força!

Apesar do projecto de arquitectura estar aprovado, ontem a Câmara Municipal de Lisboa, reunida em reunião de executivo, indeferiu o licenciamento e, por consequência não irá emitir a respectiva licença de construção.

Surgem agora as dúvidas sobre quais serão as hipóteses que se seguem, para o presente assunto: Ou há a revogação expressa do acto proferido de deferimento de arquitectura e consequente assumpção por parte da autarquia de que este projecto, para aquele local, deverá ser definitivamente afastado, ou submete o mesmo projecto a discussão pública, podendo á posteriori, deferir o licenciamento, emitindo a respectiva licença de construção, ou também e por último, transferir a capacidade construtiva deste terreno para outro qualquer terreno fazendo uma permuta que, em termos legais, nada terá á partida de contrário.

No entanto deverá ser referido aqui, que o espectro da indemenização deverá ser reduzido á sua verdadeira e real expressão, não devendo este argumento servir para minorar o peso negocial de futuras negociações entre a câmara e o promotor. Isto porque o procedimento administrativo deferido (projecto de arquitectura), não deverá ser considerada como expectativa protegida, só o sendo a partir do licenciamento; os danos causados deverão ser considerados sempre hipotéticos e não efectivos, pelo que o valor indemenizatório será sempre baixo, relativamente ao custo dos efeitos produzidos na cidade com a construção deste edifício.

Eu defendo que neste local, o que melhor remata aquela esquina, será sempre um espaço verde, que permita fazer a ligação com o chafariz de Mardel, onde a água deverá tornar a correr, com a recuperação efectiva do edifício da centenária Associação Escolar de S.Mamede, isto independentemente de se abrir ou não a sinagoga á cidade; é que neste caso, se por um lado o acto é demonstrativo da abertura religiosa apregoada pelo actual regime, por outro lado e como referiu Pedro Feist na reunião ontem realizada, o muro existente e que fecha o edifício, é em si mesmo uma referência histórica, resultante da imposição do Estado Novo em ocultar outros cultos religiosos, que não o católico. É portanto meter foice em seara alheia, devendo ser a própria comunidade a decidir se pretende ou não esta solução para a sua sinagoga.

Não posso deixar de me congratular com as posições tomadas pelos vereadores de toda a oposição que assumiram corajosamente o indeferimento da proposta: Helena Roseta, argumentou aspectos técnico-legais para sustentar a sua posição e Margarida Saavedra apontou aquilo que é óbvio ao comum dos cidadãos, o excessivo peso da volumetria da proposta apresentada bem como o seu desenquadramento para o local.
Uma nota de apreço para a Junta de Freguesia de S Mamede, que aprovou, por unanimidade, a rejeição deste projecto para o local.
Fica também aqui e agora provado, que o acto de se ser cidadão passa pelo nosso empenho e dedicação ás causas em que acreditamos, devendo, se forem justas e leais, lutarmos por elas:
Ontem, ouviu-se a voz em uníssono de 3800 cidadãos de Lisboa a clamar contra o "Mono do Rato"... E, para já vencemos!

O rato rugiu, sim, mas ainda falta um passo ...


E esse passo é formalizar o chumbo definitivo, ou seja, aceitar o repto que o Sr. Presidente lançou a quem votou contra: preparar uma proposta de revogação da aprovação do projecto de arquitectura. Ou seja, ainda, mandar o promotor e o mono para outro sítio de Lisboa. Só aí Lisboa terá vencido e esta votação de ontem terá sido histórica!

Debate? Sim, mas NÃO basta na Ordem dos Arquitectos. Faça-se como João Soares fez.

E, pegando no outro repto lançado pelo Sr. Vereador do Urbanismo, faça-se uma proposta para a criação de 'um departamento na CML, com dotação orçamental, para se começar o abate dos monos e dos mamarrachos de Lisboa'.

...

Sobre a sessão de ontem, há ainda a reter dois momentos:

1. O Sr.Presidente da CML sabe perfeitamente que no texto da petição contra o mono, não existe nenhuma referência à 'destruição do chafariz'. Se há algum comentário de subscritores ou comentários a posts, em que tal se refira, das duas uma, ou é intencional ou por má informação, que não dos autores da petição.

2. O Sr.Presidente da CML fez um discurso muito interessante no final da discussão deste ponto, algures entre o 'não me comprometas' e uma postura institucional de não pôr em causa decisões do passado - que, aliás, teve como único apoio uma intervenção patética de Sá Fernandes -, pelo que ficámos todos sem saber se era a favor ou contra o mono. Mas não pode dizer, como disse, que o que estava ali em causa era a aprovação de rede de águas, luz e esgotos. O que estava ali em causa e foi CHUMBADO foi uma proposta de licenciamento do projecto.

3. A Sr. Vereadora Ana Sara Brito fez uma intervenção muito interessante, mencionando o facto de na altura da aprovação do projecto de arquitectura não ter havido nenhuma petição. Verdade. E que ela mesmo tinha sido uma das pessoas a pôr em causa esse projecto. Se o diz, é verdade. E que a CML de então tudo fez para que ninguém soubesse (inclusivamente, falando há meses com a responsável pela Junta de S.Mamede, disse-me que nem a Junta se tinha apercebido de nada até surgirem as primeiras notícias nos jornais, o que é sintomátivo sobre o modo 'transparente' como PSL e a Srª Napoleão lidaram com o mono, vá-se lá saber porquê).

Pessoalmente, nunca soube deste mono, a não ser há um ano, na exposição do Expresso, em plena Trienal de Arquitectura, na Cordoaria. Vi o boneco e pensei que fosse uma brincadeira de mau gosto de algum arquitecto de Ceaucescu, que não passava de um desenho, até porque na legenda do boneco nada se dizia sobre se aquilo tinha sido aprovado pela CML.

Voltando à Srª Vereadora, qual é o espanto geral quando a mesma diz no final que iria votar a favor.

4. O quadro/projecção/boneco que o Sr. Vereador do Urbanismo apresentou ontem está viciado à partida. Pergunto só: como é que é possível um prédio de 7 andares, repito, 7 andares, que é(era?) o mono, ter a mesma altura, no quadro, do prédio de Ventura Terra que tem apenas R/C e mais 3 pisos? Será o mono um prédio para pigmeus, com pé direito de 50cm em cada piso? Se isso não é viciar os dados da discussão, o que é?

5. A questão da sinagoga, além de ser uma questão lateral ao problema do mono, que é de escala e de rebentamento do equilíbrio urbanístico do outrora largo (recorde-se, estropiado de forma irreversível enquanto tal por Abecassis); serviu de tentativa patética de apaziguamento do protesto cada vez mais largo, da esquerda à direita, passando pelo centro, por cima e por baixo, de todas as cores e feitios, maiorias e minorias. Só não vê quem não quer ver.

Concluindo: projectos como o do mono do Rato, mais a Torre Compave/Boffil - de contornos altamente nebulosos, em todos os sentido -, o projecto Alcântara XXI, Alcântara-Mar, NovAlcântara, Terminal de Cruzeiros, Ampliação da Estação Fluvial Sudeste, Projecto Norman Foster - recordo ao Sr. Presidente e ao Sr. Vereador de Urbanismo que o projecto de Foster NÃO É uma torre e, sobretudo não é um mono ... porque Foster não sabe fazer monos, mono é o prédio do IADE, por ex.; pelo que podemos discutir se o projecto de Foster corta o sistema de vistas, altera radicalmente a silhueta ribeirinha (e os monos do Cais do Sodré, não alteraram?) mas tratá-lo como 'torre', parece-me já contraditório com a postura institucional que não lhe permitiu votar NÃO ao mono do Rato -, a Docapesca, os Coches, são claramente motivo de referendo municipal. Mas isso é um pau de dois bicos para os políticos nacionais e, portanto, dele têm um medo pavoroso. Por isso, por aí nada feito.


Vereadores de Lisboa chumbam prédio polémico no Largo do Rato-31.07.2008, Ana Henriques
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Projecto de arquitectura está aprovado desde 2005 pela autarquia, o que quer dizer que promotor imobiliário pode vir a pedir indemnização em tribunal
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Os vereadores da Câmara de Lisboa recusaram-se ontem a deferir a licença que permitiria construir um prédio de grandes dimensões no Largo do Rato, entre a Rua de Alexandre Herculano e a Rua do Salitre, por entenderem que o edifício desenhado pelos prestigiados arquitectos Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus não se enquadra no local.
"Excrescência urbana" e "ditadura da arquitectura da modernidade" foram alguns dos epítetos empregues pelos autarcas, na opinião dos quais o imóvel destinado a habitação iria, pelas suas dimensões, esmagar os edifícios em seu redor. Acontece que o projecto de arquitectura de Valsassina e Aires Mateus está aprovado desde 2005, o que quer dizer que a decisão de ontem cria um imbróglio legal sério. "Julgo que o promotor imobiliário do projecto meterá a câmara em tribunal para pedir uma indemnização", observa uma das principais opositoras do projecto, a vereadora social-democrata Margarida Saavedra. O presidente da câmara, António Costa, usou precisamente este argumento para tentar convencer os vereadores a aprovar o licenciamento. Mas não conseguiu persuadir sequer o seu aliado de coligação, Sá Fernandes, que argumentou que o edifício tem "uma escala inaceitável". A favor da viabilização do empreendimento só estiveram os socialistas, que votaram vencidos.
Saavedra pensa que outra solução poderá passar por o promotor imobiliário apresentar outro projecto, com menos volumetria. Já para a vereadora Helena Roseta, dos Cidadãos por Lisboa, antes de tomar qualquer outra decisão a autarquia deve agora auscultar os lisboetas, lançando uma discussão pública sobre o projecto. António Costa disse que era, aliás, essa a sua intenção quando ganhou as eleições, mas que depois percebeu que a aprovação do projecto de arquitectura, feita quando o PSD governava a autarquia, tornava a emissão da licença de obra mais ou menos irreversível.
Roseta defende que as normas urbanísticas em vigor não permitiam sequer ao município aprovar naquele local um edifício com 21 metros de altura. Uma petição contra o projecto reuniu até agora 3780 assinaturas.
21 metros, ou seja, sete andares, é a altura prevista para o novo edifício. Há quem considere as suas dimensões excessivas .
Arquitecto "disponibilíssimo" para discutir -PÚBLICO 31.07.2008

Manuel Aires Mateus, que juntamente com Frederico Valsassina desenhou o polémico projecto para o Largo do Rato, diz-se "disponibilíssimo" para a discussão pública do seu trabalho sugerida pela vereadora Helena Roseta - embora esteja ciente de que não lhe cabe a ele uma decisão nesse sentido, que será da competência da autarquia e do promotor imobiliário. "Aceito as críticas que me fazem. Mas não concordo com elas. O novo edifício não é mais alto do que aquele que está ao seu lado na Av. Alexandre Herculano", um prémio Valmor do arquitecto Ventura Terra, salienta. Aires Mateus diz que é a cidade que fica a perder se o seu edifício não for construído, uma vez que ele contribuiria "para melhorar o ambiente urbano" do local. Será que o arquitecto está disponível para reformular o seu projecto, remediando o excesso de volumetria de que falam os seus detractores? "Estou sempre aberto a novas possibilidades", responde Aires Mateus. Também aqui, e uma vez mais, a decisão final não lhe cabe a si, mas ao seu cliente. Seja como for, diz que continua a acreditar no projecto tal como ele foi concebido: "É um projecto sério. Também se dizia que o Centro Cultural de Belém ia tapar os Jerónimos". Em mais de duas décadas de profissão, Aires Mateus garante que é a primeira vez que lhe acontece semelhante coisa. "Não estava à espera", confessa. Já o seu colega Valsassina recusou-se a prestar declarações. "Este é um projecto estimulante, mas também perturbador. Tenho dúvidas sobre ele", observou ontem o presidente da câmara, António Costa, acrescentando que, na opinião do Instituto do Património Arquitectónico, o prédio "dará monumentalidade" ao Largo do Rato. "A reprovação feita pelos vereadores não elimina a aprovação do projecto de arquitectura, que se mantém válida", sublinhou.

30/07/2008

Largo do Rato -Licenciamento chumbado hoje em sessão de Câmara


O projecto de licenciamento para a construção do edifício do Largo do Rato foi hoje chumbado na reunião de Câmara por 11 votos contra e 6 a favor.
Uma vez que o projecto de arquitectura foi já aprovado em 2005, este chumbo não inviabiliza a obra apenas a suspende pelo que, o próximo passo a seguir será o de propor levar à discussão pública este projecto, situação que não ocorreu no passado. Desta feita, na próxima sessão de Câmara em Setembro, será entregue esta proposta considerando inclusive alternativas para a construção do edifício a título indemnizatório, como seja o Mercado Municipal do Rato, que se encontra ao abandono. Seria uma permuta a custo zero já que se tratam de terrenos municipais, em local igualmente nobre, devolvendo assim à cidade o gaveto onde se pretende edificar este verdadeiro monstro de 10.000 metros quadrados, recuperando a solução de Jorge Sampaio, então presidente da edilidade, de construir um jardim que abrisse a sinagoga ao Rato e respeitando desta forma a cércea de construção do edificado no largo e não a da Av. Alexandre Herculano como afirmou o vereador Manuel Salgado na defesa deste projecto de construção.
De referir que a petição que este Fórum apoia subordinada a este tema, foi diversas vezes referida no sentido de não se poder descurar de maneira nenhuma, o significativo número de cidadãos que neste momento já a subscreveram.
Será pois de todo o interesse que o numero de assinaturas aumente de forma a podermos de uma vez por todas impedir esta construção.

Jorge Santos Silva

Carlos Fragateiro exonerado do D. Maria II

In Diário de Notícias (30/7/2008)

«Teatro. Despacho conjunto das Finanças e Cultura

Decisão, formalizada na segunda-feira, só ontem comunicada ao encenador

O Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM II), presidido por Carlos Fragateiro, foi dissolvido por despacho conjunto dos ministérios da Cultura e das Finanças. Formalizada na segunda-feira, com efeitos práticos imediatos, a decisão só ontem foi comunicada ao encenador, pelo chefe de gabinete de José António Pinto Ribeiro. (...)»

Só uma breve nota para dizer que achoo este processo da substituição da direcção do Dona Maria II o grau zero da credibilidade, com contornos de ficção dignos de produções fictícias.

Câmara licenciou 30 hotéis num ano

In Diário de Notícias (30/7/2008)

«Lisboa. Alfama, Campo das Cebolas e Rossio são áreas contempladas

Vereador do Urbanismo diz que mais unidades vão ter impacto no turismo

A Câmara Municipal de Lisboa licenciou no último ano 30 novas unidades hoteleiras na capital, revelou ontem o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado. "Desde Agosto de 2007 a autarquia já licenciou 30 novas unidades hoteleiras, o que representa um avanço enorme e terá impactos no turismo" da capital, disse o responsável, que falava num debate sobre o plano da autarquia para a frente ribeirinha.

Manuel Salgado deu como exemplos os hotéis previstos para Alfama, para a área junto ao Campo das Cebolas e para o piso superior à pastelaria Suíça, admitindo ainda a hipótese de na Calçada da Ajuda poderem vir a aparecer novas unidades hoteleiras. O vereador apresentou o documento orientador da autarquia para os 19 quilómetros de frente ribeirinha e garantiu que as intervenções a levar a cabo estarão articuladas com as dos municípios da margem sul, respondendo ao desafio lançado pelo director-geral da Associação de Turismo de Lisboa (ATL), que em declarações à Lusa na segunda-feira chamou a atenção para esta matéria. "Houve matérias clarificadas. Foi dito que os projectos estarão em articulação com os dos municípios da margem sul. O estuário é estruturante do ponto de vista turístico e isso é importante perceber", disse o director-geral da ATL.»

O Sr. Arquitecto Salgado não pode vir defender uma aberração urbanística como o hotel que foi recentemente aprovado para o antigo Palácio dos Condes de Coculim, graças nem sei bem a quê, triplicando ou mais a volumetria naquela zona. Será muito bom e rentável para um hotel com vistas para o Tejo. Mas numa cidade italiana, por exemplo, uma coisa daquelas em pleno bairro histórico seria imediatamente chumbado.

Já quanto à Suíça, Lisboa agradecia que o Sr. Arquitecto não mencionasse mais esse assunto, até se saber concretamente o que o promotor (cujos créditos são bem conhecidos de todos) pretende com o novo projecto apresentado à CML. Lembro ao Sr. Arquitecto que o anterior projecto do mesmo promotor era um escândalo, já que implicava:

- a total demolição do miolo dos edifícios do quarteirão da Suíça;
- a desafectação das lojas do piso térreo;
- o esventramento do subsolo para construção de estacionamento subterrâneo com abertura de 'termas romanas';
- a ampliação em altura do actual quarteirão.

Vamos ter calma!

Câmara de Lisboa afinal já quer comboios a circular até à estação de Santa Apolónia

In Público (30/7/2008)
Catarina Prelhaz

«Vereador do Urbanismo contradiz António Costa e garante que a ideia da autarquia é manter a gare ferroviária no activo. Terminal de cruzeiros poderá ocupar apenas os pisos superiores

A Câmara de Lisboa quer continuar a ter comboios em Santa Apolónia. O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, deu o dito do presidente por não dito e garantiu ontem que a desactivação da estação "não está nem pouco mais ou menos" nos planos da autarquia. O autarca apenas admite que "algumas linhas" passem a terminar na Gare do Oriente, conforme o que vier a ser determinado pela CP e pela Rede Ferroviária de Alta Velocidade (Rave), empresa responsávelpelo TGV.

Quando em Abril foi lançado o projecto de ampliação da estação do Oriente, o presidente da câmara, António Costa, defendeu que deveria ser equacionada a desactivação de Santa Apolónia para ser eventualmente transformada num terminal de cruzeiros. O anúncio gerou mal-estar nas empresas do sector ferroviário, CP e Refer, e deixou descontentes os utentes e comerciantes da zona, que não querem abdicar da ligação ali existente com o centro da cidade.
Ainda assim, a Câmara de Lisboa não descarta a possibilidade de se vir a adaptar os pisos superiores de Santa Apolónia ao terminal de cruzeiros que deverá surgir no local, adiantou Manuel Salgado durante um debate sobre o futuro da frente ribeirinha, promovido pelo Turismo de Lisboa.
Completamente de parte está a ideia de construir um centro comercial e uma área para actividades empresarias junto ao Jardim do Tabaco. "Decidimos reduzir o projecto do terminal [de cruzeiros] aos apoios mínimos", assegurou o vereador do Urbanismo, acrescentando que a autarquia está ainda a estudar a solução final juntamente com a Secretaria de Estado dos Transportes.
Um ano, 30 hotéis
E como vai a autarquia potenciar a oferta turística nas zonas históricas? Manuel Salgado não hesitou na resposta a um dos cerca de 120 participantes no debate ontem realizado no Lisboa Welcome Center, junto ao Terreiro do Paço. "Licenciámos cerca de 30 novas unidades hoteleiras desde Agosto de 2007", anunciou o vereador, acrescentando que a "oferta significativa" disponibilizada desde o início do mandato vai ser potenciada com o levantamento de restrições às obras de conservação e alteração na Baixa pombalina.
A proposta que visa desbloquear intervenções nos edifícios daquela zona histórica será hoje discutida pela câmara e, segundo Salgado, a sua aprovação (apoiada pelo PSD) deverá permitir a construção de mais três hotéis na zona, um dos quais a instalar no edifício da pastelaria Suíça. O vereador lançou ainda a hipótese de virem a nascer unidades hoteleiras na Calçada da Ajuda, nos terrenos dos quartéis ali existentes.
"Mais difícil" será a reabilitação dos bairros históricos da cidade, confessou o vereador. "Não é culpa deste executivo nem dos anteriores. Nenhuma opção tomada até agora resultou. O que se vê são coberturas em zinco, andaimes e obras paradas", admitiu. Para Salgado, a "única solução possível" é que a câmara, sem dinheiro para as intervenções necessárias, venda o seu património edificado e promova o envolvimento dos privados na reabilitação e a aplicação de "multas pesadíssimas" aos prevaricadores.
Manuel Salgado adiantou ainda que a ligação pedonal superior do Museu de Arte Antiga é para avançar. "Pretende-se prosseguir com o projecto do arquitecto Souto Moura [previa um tabuleiro de 70m de comprimento e 16 de altura], mas há um novo projecto da Refer que está em fase final de negociação", detalhou. O executivo pondera ainda o desnivelamento da Av. D. Carlos I, mas não para já, "até porque não há fundos europeus para fazer este tipo de obras", explicou Manuel Salgado.»

O terminal de cruzeiros em Santa Apolónia é uma parvoíce pegada e um frete à APL. E a quinteplicação da volumetria da estação fluvial Sul-Sudeste ainda mais. Já se está a fazer notar a saída de Júdice??

29/07/2008

Palácio Burnay




Em contrapartida, e enquanto os poderes que nos regem se deslumbram, a expensas do erário público, com as produções do star system da arquitectura nacional e internacional, as jóias de que deveriam (ajudar a) cuidar vão-se esboroando paulatinamente. Até final do ano, há a possibilidade, rara, de visitar uma delas – o Palácio Burnay, na Junqueira, no âmbito de uma exposição fotográfica alusiva, que o Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) organizou (segunda a sexta-feira, das 10.00 às 17.00, até 31 de Dezembro). As imagens, dispersas pelas principais dependências, recordam o auge da casa, que continua bela, mesmo que há muito privada do fabuloso recheio com que Henri Burnay a enriqueceu em vida.

Há uns anos, infiltrações decorrentes de problemas nas coberturas danificaram parte dos seus interiores, profusamente decorados - basicamente, chovia lá dentro. Um tecto de Malhoa, no que foi a sala de jantar da família Burnay, por exemplo, mostra ainda hoje a extensão dos danos. A celebrar o seu 125.º aniversário, e sem verbas para uma intervenção de fundo no edifício, o IICT tem vindo a recuperar o possível, ao ritmo possível. O Palácio Burnay está classificado como Imóvel de Interesse Público.

Créditos da segunda e terceira imagens: IICT

Utilitas, venustas, firmitas…



… Ou utilidade, beleza e solidez, segundo as categorias, felizmente intemporais, de Vitrúvio. Alvíssaras a quem as encontrar no mais grotesco projecto de que há memória viva na capital e que a CML se prepara para apreciar. Projecto grotesco que muito deve à deferência provinciana perante os ventos de ‘modernidade’ que tem sido apanágio de sucessivas vereações. Mas há uma réstia de esperança, mesmo que este edifício venha a ser erguido: herdeiras de uma cidade que não soubemos estimar, as gerações vindouras terão todo o gosto em implodi-lo, reduzindo-o, assim, à sua justa dimensão. Não apenas por uma questão prática, mas sobretudo por uma questão ética: em latim, firmitas era também sinónimo de consciência do lugar e sentido de eternidade, sem os quais, ontem como hoje, não há arquitectura digna desse nome – apenas um mercado de obras sem nexo, fruto da lamentável feira de vaidades em que a profissão se transformou.


Créditos de imagem: ‘Homem Vitruviano’, de Leonardo da Vinci, 1492. Gallerie dell'Accademia, Veneza, via Web Gallery of Art

Casas de banho na Alameda Keil do Amaral

A alameda Keil do Amaral no Parque Florestal de Monsanto é frequentada, sobretudo aos fins-de-semana, por milhares de pessoas. Muitas delas aí passam o dia inteiro, fazendo pic-nics e outras actividades. Incompreensivelmente continua a não existir uma única casa de banho que sirva o local obrigando os visitantes a “desenrascarem-se” com podem. Casas de banho precisam-se.

Graffiti em Londres: "Some simple measures to reduce the likelihood of an attack"


A propósito do post sobre a falta de soluções para os graffiti em Lisboa, "Soluções de outras paragens", divulgo aqui as respostas de Londres, mais precisamente, do Borough of Kensington and Chelsea o mais populoso do Reino Unido:

SOME SIMPLE MEASURES TO REDUCE THE LIKELIHOOD OF AN ATTACK:

-Remove graffiti where possible from your own property. Graffiti removal products and advice are available free from the Council.

-Removing it quickly will reduce the likelihood of further attacks. The Council will remove it for you if you are unable to do it yorself.

-Good quality polyurethane gloss paint is easier to clean than other surfaces.

-Cleaning with white spirit or other paint removers might be possible.

-Mid colour paints instead of very light or very dark will be less attractive to the graffiti vandals.

-Trellis, climbing plants or murals on wall will discourage graffiti.

-Security measures should be used where possible to prevent acess to your property.
-Help keep your area free of graffiti once the Council has removed it.

Graffiti is a crime we are all paying for as mindless vandals damage our property and destroy our high quality urban environment. Help us tackle the problem in our borough.

Graffiti is a criminal damage and should be reported to your local police station. You could get a reward of up to L 1000 for information leading to the conviction of graffiti vandals.»

Fonte: panfleto disponível em vários locais de Kensington & Chelsea (como já todos sabemos, nenhuma destas medidas implementadas em Londres existem em Lisboa... o nosso atraso é quase total)

Foto: graffiti na fachada lateral da Sé de Lisboa (se a capital não consegue retirar um graffiti destes num dos seus monumentos mais importantes... que maior prova poderemos ter da falta de soluções, respostas a este problema?)

Ermida lisboeta renasce como galeria de arte

In Diário de Notícias (29/7/2008)
LUÍS FILIPE RODRIGUES

«Cultura. Exposição de autores nacionais marca inauguração

Projecto visa promover a dinamização cultural da zona de Belém

A Ermida Nossa Senhora da Conceição, na Travessa do Marta Pinto, em Lisboa, reabre hoje as suas portas ao público, com a exposição "Espera por mim", organizada por Paulo Reis. O antigo local de culto religioso foi transformado num espaço cultural inovador, que além de várias exposições, vai ainda albergar um espólio de arte contemporânea, e acolher, pontualmente, outras actividades como lançamentos de livros. (...)»


Ora aí está uma boa ideia de como aproveitar antigos templos agora não sacralizados. Uma boa ideia, importada, que aplaudo.

Zona ribeirinha deve ter calendário rigoroso

In Diário de Notícias (29/7/2008)

«Lisboa. Presidente da associação de turismo defende antecipação das obras

Vítor Costa defende a participação das câmaras a sul do Tejo

A Associação de Turismo de Lisboa (ATL) defendeu ontem que o plano da autarquia para a zona ribeirinha tenha um calendário que funcione como "compromisso político" e se articule com os dos restantes municípios do estuário do Tejo. (...)»

28/07/2008

ANTIGA FÁBRICA DO BRAÇO DE PRATA MANTÉM USO CULTURAL

Parece que uma das iniciativas mais interessantes que apareceram em Lisboa nos últimos tempos vai poder continuar a desenvolver-se. A Fábrica Braço de Prata (http://www.bracodeprata.org/) corria o risco de ser desalojada quando se iniciassem as obras do projecto do Renzo Piano Jardins de Braço de Prata. Seria um pena matar à nascença um projecto que até a já famosa reportagem do New York Times classificava como "Lisbon’s most ambitious new cultural venue".

No entanto, o comunicado da Câmara Municipal de Lisboa em baixo deixa alguma esperança no ar...

2008-07-25
Comunicado no website da Câmara Municipal de Lisboa
ANTIGA FÁBRICA DO BRAÇO DE PRATA MANTÉM USO CULTURAL

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou, no passado dia 16 de Julho de 2008, o loteamento da Antiga Fábrica de Material de Guerra em Braço de Prata, também denominado empreendimento “Jardins de Braço de Prata”.No âmbito dessa aprovação, foram fixadas as condições e responsabilidades das partes envolvidas (Câmara e promotor) e determinadas as áreas a ceder ao Município de Lisboa.Na sequência dessa resolução, a CML chegou a acordo com a Obriverca, entidade promotora, no sentido de manter o uso cultural do edifício da Fábrica onde estão instaladas a Associação Cultural Ler Devagar e a Livraria Eterno Retorno, cujo espaço será cedido para o domínio privado do Município, no âmbito da operação de loteamento.Lisboa, 25 de Julho de 2008

O hotel dos Trindades, em todo o seu esplendor:


Rua Rosa Araújo, Nº 4-8

Se a CML o aprovar na 4ªF, eis o 'brinco' que vai existir no Bairro Barata Salgueiro.

BES, amigo, Lisboa está contigo (1)


Avenida da Liberdade, 203-221 e R.Rosa Araújo, 25-35

Projecto do Arq. Valsassina (foto do site), decorrente do emparcelamento/reparcelamento do chamado 'quarteirão BES', que engloba prédios magníficos como os da figura abaixo, que vão ficar como os de cima se a CML aprovar depois de amanhã o projecto em causa (Proc. nº 53/URB/2006).

Perguntas:

1. Não há no celebérrimo PUALZE, desde 1991, uma coisa chamada 'medidas preventivas'?
2. Não está no documento do PUALZE, expressamente mencionado o 'elevado valor arquitectónico dos edifícios da Av. Rosa Araújo?
3. Não está esta zona incluída no 'Bairro Barata Salgueiro', o 1º bairro burguês a ser edificado depois da abertura da Avenida da Liberdade, e que devia estar classificado há muito?
4. Como é possível afirmar-se que os edifícios estão em mau estado?
5. Faz sentido continuar a defender uma coisa chamada PUALZE?




ATENÇÃO:

PEÇO DESCULPAS PELO ERRO DO 'BONECO' ACIMA COLOCADO. ESTE BONECO ESTÁ NO SITE DO ARQUITECTO AUTOR DO PROJECTO QUE FOI ONTEM A SESSÃO DE CML E FOI ADIADO PARA SETEMBRO, MAS O BONECO EM APREÇO ONTEM JÁ NÃO TEM OS DOIS PATAMARES DO TOPO. ENGANO MEU, NÃO INTENCIONAL, MAS ENGANO GRAVE.

PEÇO DESCULPAS A TODOS!

SEJA COMO FOR, ISSO NÃO INVALIDA A POSIÇÃO RELATIVAMENTE AO PROJECTO EM SI, POIS O QUE SAIU DO BONECO FORAM OS PATAMARES. TUDO O RESTO É IGUAL: AMPLIAÇÃO DE UM ANDAR, TRANSPARÊNCIAS ENTRE EDIFÍCIOS, ETC., ETC.

SEJA COMO FOR, HÁ DUAS COISAS QUE ME RECUSO A ACEITAR QUE UM VEREADOR DE URBANISMO FAÇA, E ONDE FÊ-LO:

1. MANIFESTO EMPENHO EM DEFENDER AQUELES TRÊS PROJECTOS ABERRANTES PARA A RUA ROSA ARAÚJO.

2. MOSTRAR-SE PREOCUPADO PELA VIABILIDADE DE HOTÉIS. A CML NÃO TEM QUE SE PREOCUPAR COM VIABILIDADE DE PROJECTOS DE OUTROS. TEM QUE PREOCUPAR COM O INTERESSE PÚBLICO, NESTES CASOS, EM SABER SE É BOM PARA LISBOA E PARA OS LISBOETAS APROVAR ESTAS 3 MACHADADAS FINAIS NO BAIRRO BARATA SALGUEIRO, ONDE, RECORDE-SE, PROLIFERA A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA, O ABANDONO DELIBERADO DE PRÉDIOS MAGNÍFICOS, COMO ESTES EM APREÇO (RECORDO, AINDA, QUE O EDIFÍCIO PRINCIPAL PARA ONDE IRÁ A SEDE DO BES, ERA DE HABITAÇÃO, COMÉRCIO, E SERVIÇOS) E/OU COMO OS DOS CRUZAMENTOS DA RUA ROSA ARAÚJO COM A CASTILHO E RUA MOUZINHO DA SILVEIRA. MAIS VALIA A CML INTIMAR OS PROPRIETÁRIOS A CONSERVAREM E ALUGAREM/VENDEREM OS APARTAMENTOS A QUEM QUER POVOAR A CIDADE E NÃO CONSEGUE, EVITANDO-SE AS TAIS 'DESCARACTERIZAÇÕES QUE A ZONA TEM SOFRIDO, É UM FACTO', NAS PALAVRAS DO SR.PRESIDENTE, REFERINDO-SE AOS EDIF. 'FRANJINHAS', AO ALTIS, AO TOTTA & AÇORES (ESQUECEU-SE DO HERON CASTILHO E DE OUTROS)


(texto editado)

PSD ameaça devolver pasta dos espaços verdes na CML

In Público (27/7/2008)


«Os presidentes de junta do PSD estão a ponderar devolver à Câmara de Lisboa a competência de manutenção dos espaços verdes, caso a autarquia não transfira as verbas em falta, diz o líder social-democrata da assembleia municipal, Saldanha Serra.
"Se as verbas não forem repostas temos que avaliar as condições que os presidentes de junta têm para manter os espaços verdes e ponderar se os espaços verdes não terão de ser devolvidos à câmara", afirmou à agência noticiosa Lusa o líder da bancada do PSD.
As verbas afectas à manutenção dos espaços verdes - uma competência delegada pela câmara nas juntas - diminuíram devido às alterações de critérios decididas pelo vereador responsável por este pelouro, José Sá Fernandes, que acusou as juntas de "má gestão dos recursos públicos" nesta área, com "empresas a receberem metros quadrados de manutenção de espaços que afinal não existiam".
Apesar disso, o presidente da câmara, António Costa, prometeu-lhes que elas iriam afinal receber o mesmo montante global para este serviço que no ano passado. Saldanha Serra afirma que, após vários contactos com António Costa e o vereador das Finanças, Cardoso da Silva, as verbas ainda não foram transferidas pelo que é levado a concluir que "a câmara não tem sido pessoa de bem neste processo".
"Está a faltar a um compromisso e isso é extremamente grave na relação institucional entre autarquias", observou. Para o líder da bancada do PSD, "as juntas não podem estar a subsidiar a câmara, porque têm os seus compromissos e estão no limite de não os poderem honrar". Acresce a esta situação que estão a tornar-se "insuportáveis" para as juntas as dívidas da câmara de 2007 referentes aos complementos de apoio à família.
Questionado pela Lusa, o presidente da autarquia respondeu que os presidentes de junta "sabem que o assunto está a ser tratado". "A indicação que tenho é que não falta muito para que esteja concluído. Há um problema burocrático na direcção municipal de finanças", explicou. António Costa aconselha os presidentes de junta a manterem-se "serenos". O PSD governa 33 das 53 juntas da capital. »

Paula Teixeira da Cruz vai pedir esclarecimentos urgentes sobre prédio projectado para o Largo do Rato

In Público (28/7/2008)

«Edifício polémico vai a votos na Câmara de Lisboa na próxima quarta-feira. Vereadora do PSD sugere indemnizacão a promotores


A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, a social-democrata Paula Teixeira da Cruz, vai pedir esclarecimentos urgentes ao presidente da Câmara, o socialista António Costa, sobre o prédio de grandes dimensões que dois nomes sonantes da arquitectura portuguesa projectaram para o Largo do Rato.
A volumetria do edifício desenhado por Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus é excessiva, considera Teixeira da Cruz, que se afirma muito preocupada com o caso, a escassos três dias da sua votação na reunião de Câmara. A vereadora do PSD Margarida Saavedra vai mais longe e assegura que a altura prevista para o imóvel, sete andares, viola o Plano Director Municipal. Num momento em que está a correr uma petição contra o projecto intitulada "Salvem o Largo do Rato", que recolheu até agora 3500 assinaturas, ninguém consegue adivinhar se a Câmara viabilizará ou não a obra na próxima quarta-feira.
Margarida Saavedra interrompeu as suas férias no Algarve para vir a Lisboa votar contra o projecto, que classifica como "um crime" capaz de condenar de vez o já maltratado Largo do Rato. O sentido de voto dos cinco vereadores independentes dos movimentos Lisboa com Carmona e dos Cidadãos por Lisboa mantinha-se ontem ainda uma incógnita. "Vou consultar o processo antes de tomar uma posição", dizia Helena Roseta, deste último movimento.
Ao mesmo tempo, defendia que casos polémicos como este, em que parecem estar sobretudo em causa questões estéticas, se justifica colocar os projectos à discussão pública. "Se depois de analisar o processo eu concluir que não houve irregularidades seria um abuso de poder votar contra ele", acrescenta. O facto de o projecto ser, nas palavras da ex-bastonária dos arquitectos, "dissonante" da sua envolvente não constitui, no seu entender, razão suficiente para o chumbo: "Senão nunca haveria inovação em arquitectura".
Já Margarida Saavedra não tem dúvidas sobre as questões legais: "A ser construído, o edifício será uma excrescência horrível no Largo do Rato. Mas não se trata meramente de uma questão de gosto. O número de andares baseia-se na média das cérceas [altura] dos edifícios da Av. Alexandre Herculano", para a qual o futuro imóvel também dá, "quando devia guiar-se pelas cérceas dos edifícios do Largo do Rato".
A autarca salienta que "a sindicância que foi feita aos serviços do Urbanismo da Câmara de Lisboa por uma magistrada do Ministério Público diz que o projecto contraria o Plano Director Municipal ". Margarida Saaverdra lamenta que os socialistas que governam a autarquia levem o assunto à Câmara numa altura em que muitos lisboetas estão já de férias. "É evidente que António Costa tem interesse em fazer aprovar o projecto", observa. Que interesse? "Deve estar a ser alvo de grandes pressões", responde, sem mais adiantar. Para Saavedra, o que está em causa não é a arquitectura do edifício, mas a sua desadequação ao local em que está previsto, onde existem palácios - a Procuradoria Geral da República e a sede do PS - e outros edifícios classificados, como é o caso de um edifício de Ventura Terra, do Chafariz do Rato, da sinagoga de Lisboa e ainda da garagem Auto-Palace.
Mas até que ponto não se está perante um facto consumado, uma vez que o projecto já foi aprovado pela Câmara no último mandato, por sinal na altura em que o PSD estava à frente dos destinos da autarquia? "Foram criadas expectativas aos promotores imobiliários", admite a vereadora social-democrata, "Mas a câmara pode indemnizá-los ou ceder-lhes um terreno noutro local", sugere, recordando que chegou a estar previsto para ali um jardim quando Jorge Sampaio presidia ao município.
O PCP deverá votar contra o edifício de apartamentos de 21 metros de altura e dez mil metros quadrados de construção. Tal como o vereador eleito pelo Bloco de Esquerda Sá Fernandes. Prevê-se que os socialistas votem a favor. "Terá detractores e entusiastas, pois não é um edifício anódino", disse em Novembro passado o vereador do Urbanismo Manuel Salgado, da bancada do PS. "Destaca-se de toda a envolvente, Como arquitecto, agrada-me", afirmou então. Ana Henriques
Um dos co-autores do projecto, Frederico Valsassina, e o responsável pela holding a que pertence a empresa que está a desenvolver o empreendimento imobiliário do Rato, Diogo Vaz Guedes, fizeram parte da comissão de honra da candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa. Ex-presidente da Somague, Vaz Guedes lidera agora a holding Gespura, da qual faz parte a firma de investimentos imobiliários Artpura. "Sei que não é um projecto fácil. Vai levar algum tempo até a cidade o assimilar. É novo, as pessoas assustam-se, mas é mesmo assim. Não fazemos réplicas", disse ao semanário Expresso o outro autor do edifício, o arquitecto Manuel Aires Mateus.»

27/07/2008

Soluções doutras paragens….



Depois de quase 20 anos de batalhas nestas paredes, entre algumas gerações de "grafiteiros" e, o Município de Göteborg, este último, que durante todo esse tempo removeu os graffitis e, pintou as paredes mensalmente, abdicou finalmente de soluções "fáceis" e, passou a rasteira final aos meninos vândalos. Com a plantação de trepadeiras.....os pequeninos vão ter que procurar outros locais para o seu passatempo. Os milhares de coroas que se gastaram aqui durante estas duas décadas......e que teriam feito tanto jeito em coisas bem mais necessárias.

25/07/2008

E ainda:


Av.República, Nº 25

Subida de um piso. Acerto das empenas com os prédios vizinhos. The usual stuff, num dos prédios resistentes da outrora avenida mais bonita de Lisboa, hoje montra do mau gosto de arquitectos, engenheiros e construtores dos últimos 30 anos. Um prédio que consta da carta de património, e que devia ser classificado. O IGESPAR não existe, e o resto é isto. Que fazer?

Vêm aí o Mono do Rato e ...




O projecto para a Rosa Araújo (4-6-8), em relação ao qual o papá do Sec.Estado meteu uma verdadeira 'cunha', em directo aos microfones da SIC, para quem o quis ouvir. Parece que o ouviram...

São ambos discutidos esta 4ªF, em plena época de férias de muita gente, a começar por gente que lhes pode fazer frente. Sempre tão 'atencioso(s)'!





E como se não bastassem estes dois projectos, ainda vão ser debatidos o emparcelamento/reparcelamento do chamado 'quarteirão BES' (Avenida da Liberdade/Rua Rosa Araújo) - gostava de saber para que servem as 'medidas preventivas' em vigor para a zona da Avenida da Liberdade desde 1991?! -, mais a ampliação/alterações/estropiar de palacete devoluto dos Viscondes dos Olivais (Rua Buenos Aires, 10). Aqui fica, portanto o aviso e o repto:

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A próxima reunião de CML é pública, é na próxima 4ªF, e começará a partir das 9.30 da manhã. O 'mono' é o 16º ponto da agenda, que tem 62 pontos. Possivelmente será discutido depois de almoço. Mas, atenção, a intervenção do público é só às 18h!

Para inscrições é dirigir-se aos Paços do Concelho, à portaria, nesta 2ª F, entre as 9.30 e as 12h. E não se deixe convencer pelos assessores que o(a) receberem. Não se esqueça que tem direito, por lei, a intervir. O tema assim o exige!. É preciso participação cívica, senão continua tudo na mesma a fazerem de nós parvos e a descaracterizarem Lisboa até ao fim.

EPUL centra actividade na reabilitação urbana

In Diário de Notícias (25/7/2008)
LUÍSA BOTINAS

«Deliberação. Câmara de Lisboa aprovou por maioria alteração de estatutos
A Câmara de Lisboa aprovou na reunião do executivo municipal a alteração dos estatutos da Empresa de Urbanização de Lisboa, EPUL, que lhe permitem assumir uma vocação de reabilitação urbana e ter competências de licenciamento. A proposta foi aprovada em reunião do executivo municipal com os votos contra do PCP e a abstenção do movimento Lisboa com Carmona.

A vereadora Rita Magrinho disse ao DN, a propósito desta deliberação, que para o PCP, "a EPUL, apesar de empresa municipal, não deve assumir competências que são eminentemente ligadas ao executivo. Não é a questão legal que está em causa. Entendemos que deve ser a câmara a fazer a cidade e não uma empresa. A EPUL não pode ser uma SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana) gigante. As competências na área do licenciamento ou na elaboração de planos de pormenor devem ficar na câmara. Senão, para que servirá a direcção de reabilitação urbana?". (...)»

24/07/2008

MAIS UMA ACHEGA HISTÓRICA ÁCERCA DA ESCOLA-OFICINA Nº1


«A Escola Oficina nº 1 situa-se no Largo da Graça nº 58 em Lisboa. O local não tinha construção até aos anos setenta do século XIX, sendo então uma quinta murada. A 29 de Junho de 1876 foi fundada a Sociedade Promotora de Creches, estando ligados a ela nomes como José Rosa de Araújo ou António Dias Ferreira, homens da política nacional e da gestão camarária. Ainda em 1876 a Sociedade Promotora de Creches inaugurou a sua primeira creche no Largo do Outeirinho da Amendoeira, em S. Vicente de Fora. O edifício da Escola Oficina começou a ser construído em 1877, tendo o terreno sido cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, sendo então Rosa Araújo o presidente da edilidade. O projecto foi elaborado e cedido gratuitamente pelo arquitecto Domingos Parente da Silva, também ele membro fundador, tendo para a construção do edifício sido necessário contrair um empréstimo de dez contos de réis, divididos em mil acções de dez mil réis cada uma e pagas em prestações mensais consecutivas de mil réis.
O edifício, tal como o conhecemos hoje, ficou pronto em 1878. Para lá foi transferida a creche do Largo do Outeirinho da Amendoeira, passando a designar-se de Creche de Santa Eulália em homenagem à mãe de Rosa Araújo, e ali funcionou até 1903, altura em que as dificuldades económicas determinaram o aluguer à Provedoria do Asilo Municipal. A 26 de Abril de 1904 é realizada uma Assembleia Geral que aprova novos estatutos e altera a designação de Sociedade Promotora de Creches para Sociedade Promotora de Asilos, Creches e Escolas, sendo a sua sede instalada na Rua de S. João da Praça 83 - 2º, onde é inaugurada a Escola-Oficina nº 1 no dia 1 de Janeiro de 1905. Em 1906 a Escola-Oficina transfere-se para as suas antigas instalações no Largo da Graça, atingindo então projecção nacional e internacional em matéria de ensino, com um projecto de ensino por muitos considerado bastante avançado para o seu tempo, baseado numa escolaridade laica, gratuita e obrigatória.
Iniciativa das Lojas maçónicas Sementeira e José Estevão, ligadas ao Grande Oriente Lusitano, tinha por objectivo dotar a sociedade de bons profissionais sendo preferencialmente destinada às crianças do bairro da Graça. É também um curioso exemplo de colaboração entre maçons e anarquistas portugueses, ainda que enquanto entidade tivesse sempre estado na esfera de influência da Maçonaria portuguesa. O ensino ali praticado privilegiava além de um plano curricular dividido entre a teoria e a prática oficinal, a relação adulto-criança, sendo também marcantes as inovadoras formas de avaliação. O primeiro plano de estudos data de 1904, elaborado antes da inauguração, contando com o ensino do português e da aritmética, da escultura em madeira, do desenho e da marcenaria. Em 1907 possuía já uma educação geral primária com disciplinas como Francês, Ginástica, Física, Química, Botânica, Zoologia, Higiene, Aritmética, Sociologia e, naturalmente, o Português. Quanto à parte oficinal era composta pelo desenho, construção de mobiliário e talha. A Escola inseria-se na vivência social e política do bairro da Graça, um bairro essencialmente operário onde coexistiam republicanos, socialistas, anarquistas, carbonários e maçons, muitos deles pertencendo cumulativamente a mais do que uma organização.
É ainda de sublinhar o carácter “enciclopédico” do ensino ministrado, designado então de “educação integral”, como que preparando o aluno para a abordagem de vários assuntos teóricos ou várias actividades práticas, numa semelhança com a prática maçónica. É neste contexto, e a propósito do curriculum, que merece referência a atenção dada à preservação e ao contacto com a natureza, onde por influência maçónica foi introduzida a comemoração do Dia da Árvore, que coincide com o equinócio da primavera comemorado na Maçonaria. De referir ainda que a escola era gratuita e suportada pela Maçonaria através das Lojas ou pelas contas do próprio Grande Oriente Lusitano, o que era extensível ao material didáctico necessário ou à existência de uma biblioteca própria.»
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por António Lopes in site do GOL
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É pois com pesar que se vê património histórico-cultural, que teve um papel pioneiro num dos métodos do ensino em Portugal, poder vir a ser destruído por questões meramente especulativas isto, independentemente das opções políticas, associativas ou religiosas de cada um, que não são para aqui chamadas ...

Câmara engana missionárias

In Correio da Manhã (23/7/2008)

«A Câmara de Lisboa cedeu dois imóveis devolutos às missionárias da caridade da Ordem de Madre Teresa de Calcutá para a construção de um centro de dia e uma residência para as irmãs. Estes terrenos encontram-se desde 1995 na área que delimita os traçados preliminares da Terceira Travessia sobre o Tejo (TTT). Ou seja, quando a escritura foi celebrada, em 2006, não era permitida qualquer construção.

Em causa está a cedência de dois imóveis na zona de Chelas, um na Azinhaga das Salgadas e outro no Alto das Conchas. A cedência destes prédios à Congregação foi aprovada por unanimidadenuma reunião em Julho de 2005 (então presidida por PedroSantanaLopes),segundo proposta da vereadora que detinha o pelouro da Habitação Social, a social-democrata Helena Lopes da Costa. Em Julho de 2006, Fontão de Carvalho, então vice-presidente, celebrou, em representação da autarquia – presidida por Carmona Rodrigues – a escritura que assinalou a transferência dos referidos terrenos às irmãs da Ordem de Madre Teresa de Calcutá, que pagaram por esta cedência cerca de dois mil euros.
Porém, em 1995 tinha sido delineada "uma zona de defesa e controlo urbanos" destinada a viabilizar a TTT e que proibia a construção naqueles terrenos, segundo publicado em Diário da República.

Contactados pelo CM, Helena Lopes da Costa e Carmona Rodrigues afirmam desconhecer o decreto em causa. O procurador das irmãs, António Cordovil, diz que a Congregação aguarda que a Câmara solucione o problema.A autarquia, por seu turno, não tinha ninguém disponível para prestar esclarecimentos sobre a situação.»

Foto: CM

[(obrigado ao(s) alerta(s) anónimo(s)]

Prédio na Avenida da Liberdade só pode ser habitado após obras

In Sol Online (24/7/2008)

«O prédio contíguo ao imóvel na Avenida da Liberdade, em Lisboa, que ardeu no início de Julho só poderá ser novamente habitado depois de terminadas as obras no telhado e instalação eléctrica, anunciou quarta-feira a autarquia da cidade (...)»

Perante estas declarações da CML, dignas de M. de La Palisse, ficamos todos na mesma quanto a respostas sobre:

1. Foi incêndio 'espontâneo' (como o da Casa do Governador do Forte do Bom Sucesso, ou o dos edifícios defronte à Maternidade Alfredo da Costa?) ou fogo posto? Por quem e a mando de quem?

2. O projecto de hotel para aquele edifício, que está ao abandono há tanto tempo, antes de incêndio, era para aprovar? Sim ou não?

3. Aquele prédio (um dos raríssimos ainda íntegros e que tinha belos interiores e ainda mais bonita cobertura) era para preservar no projecto de hotel?

Tribunal multa vereadores de Santana devido a Túnel do Rego

In Público (24/7/2008)
Catarina Prelhaz

«Autarcas responsáveis pela aprovação do projecto terão de pagar 1500 euros cada um por irregularidades detectadas numa auditoria do Tribunal de Contas


Os ex-vereadores da Câmara Municipal de Lisboa responsáveis pela aprovação do projecto do Túnel do Rego durante o mandato de Pedro Santana Lopes foram condenados ao pagamento de 1500 euros cada um pelo Tribunal de Contas (TC).
A auditoria realizada pelo TC, cujos resultados foram ontem revelados na reunião privada do executivo camarário, apontou a existência de erros e de informação em falta no projecto orçado em cerca de quatro milhões de euros e aprovado por unanimidade em Janeiro de 2004.
"A auditoria do TC foi bastante arrasadora quanto às irregularidades do projecto. Esta foi uma questão que já tinha sido suscitada pelo PCP em Novembro passado e que nos deixa inseguros quanto a outras questões deliberadas pela câmara", frisou em declarações aos jornalistas a vereadora dos Cidadãos por Lisboa Helena Roseta.
A decisão do TC de chumbar o empréstimo de 360 milhões de euros à autarquia também voltou a estar no cerne da discussão, com o Partido Comunista a questionar sem resposta o presidente da autarquia, António Costa, acerca do modo como as dívidas da câmara têm sido pagas aos fornecedores. Segundo a vereadora comunista Rita Magrinho, a verba que António Costa diz já ter sido entregue, perfazendo um total de 188 milhões de euros, não está prevista no orçamento da autarquia para 2008 (no documento apenas estão cabimentados para o efeito 27 milhões de euros). "Estas contas não podem estar certas, a menos que tenham sido pagas com o orçamento de 2007. E, se assim foi, então a câmara não precisava dos 360 milhões de empréstimo. O senhor presidente não conseguiu explicar e disse que ia pedir esclarecimentos ao departamento financeiro", censurou Rita Magrinho.
Na reunião de ontem foi ainda dada luz verde à reabilitação dos bairros sociais da Quinta do Ourives e do Armador. Em causa estão a pintura e arranjos exteriores dos edifícios, bem como a resolução dos problemas de saneamento e a substituição de pavimentos interiores de plástico por soalho de madeira. Segundo a vereadora da Acção Social, Ana Sara Brito (PS), o valor do investimento a realizar ainda não foi calculado, mas a autarquia vai começar já a preparar o lançamento dos concursos para a execução das obras, que abrangerão ainda habitações sociais dispersas por outros pontos da cidade.
Com a aprovação, ontem verificada, do orçamento (132 milhões de euros) e do plano de actividades da empresa municipal que gere os 70 bairros sociais de Lisboa, a Gebalis, será também possível agilizar a cobrança de rendas em falta. "Há uma grande dívida [11 milhões de euros] que tem de ser recebida, porque só assim a câmara pode requalificar todos os bairros municipais", sublinhou Ana Sara Brito.
O executivo aprovou também por maioria (com os votos contra do PS, à excepção de Ana Sara Brito) exigir ao Governo a execução de obras de conservação do Conservatório Nacional (proposta do PSD) e chumbou um projecto de construção em altura na antiga escola do Largo da Graça. Foram ainda avalizadas obras de alteração e demolição no Palácio dos Condes de Mesquitela e a construção de um hotel de cinco estrelas na Rua do Cais de Santarém. A reestruturação da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), que deixará de agir como promotora imobiliária e terá competências de licenciamento, foi também ratificada na generalidade, embora volte a ser discutida na próxima reunião do executivo.»

23/07/2008

Nas mãos da reunião de CML de hoje:


Avenida Santa Joana Princesa, Nº 10

A mais bonita vivenda daquela artéria de São João de Brito, antiga sede da ENATUR, vai abaixo para construção de uma outra completamente diferente, desde o muro às fachdas, mas que os serviços da CML e a novel comissão consultiva da revisão do PDM garantem 'não ter impacto na estética do bairro'! Isto se o executivo camarário não a chumbar hoje!

FOI APROVADO
(votos contra: CPL e LCC; abstenções: BE e PSD, ou seja, o PCP e o PS viabilizaram este atentado à estética do Bairro de Alvalade)



Largo da Graça, Nº 58

Em pleno Largo da Graça - largo de baixa densidade, aberto, que 'respira', apesar dos carros, e um dos largos mais bonitos e provincianos (no bom sentido) de Lisboa - há um projecto, que sobre pela segunda vez a reunião de CML que prevê a destruição da vivenda que albergava a escola primária, do logradouro suspenso e o 'nivelamento' das cérceas pelo edifício mais alto da Rua da Voz do Operário. O pior de tudo é o impacto no Largo da Graça, com a inevitável substituição do prédio baixo da escola por um edifício alto, a 'alinhar' com o do lado, na esquina com o jardim.

FOI REJEITADO
(votos contra: LCC, CPL, PCP e BE)
Mas a coisa, a pílula vai voltar, ainda que dourada, disso não tenho dúvida alguma.

Vamos fazer alguma coisa ... ideias?



Rua Rosa Araújo, Nº37-39

Finalmente, a vivenda anexa ao palacete do Museu da Fundação Medeiros e Almeida, fruto do génio de Ventura Terra, actualmente devoluta, na Rua Rosa Araújo, é objecto de projecto de demolição integral, para construção de edifício de espelhos a 'alinhar' com prédio ao lado. Um dos argumentos caricatos é que 'a vivenda já pouco tem de Ventura Terra', pelo que nem o muro fica.

FOI ADIADO
(volta para a semana, em sessão pública, pelo que será conveniente alguém explicar à CML porque não se deve demolir esta vivenda - inscrições na 2ªF!)



Texto editado

Dez milhões para bairros críticos da Grande Lisboa

In Diário de Notícias (23/7/2008)

«Investimento. Contratos, no âmbito do QREN, foram assinados ontem
A região de Lisboa vai receber cerca de 20 milhões de euros para apoiar projectos de modernização administrativa, acções de valorização ambiental e parcerias para regeneração de bairros críticos em Almada e na Amadora.

Os contratos, no âmbito do Quadro de Referência estratégico Nacional (QREN), foram ontem assinados e prevêem um investimento de 1,2 milhões de euros em sete projectos de valorização e qualificação ambiental, 8,4 milhões em 34 sistemas de modernização administrativa e dez milhões de euros para os projectos "Almada poente-Requalificação de uma nova centralidade" e "Zambujal Melhora" (Amadora). (...)»

Câmara discute hoje alteração dos estatutos da EPUL e extinção da SRU da Baixa Pombalina

In Sol Online (23/7/2008)

«A Câmara de Lisboa discute hoje alterações aos estatutos da EPUL que permitam à empresa municipal assumir uma vocação de reabilitação urbana, e a extinção da Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Pombalina (...)»

A extinção da SRU Baixa Pombalina é natural e era previsível (mas, atenção, já a da Lx Ocidental, tenho dúvidas que deva ser extinta!). Dar-se mais poderes a uma entidade que, manifestamente, não funciona bem, com o argumento de que com mais poderes - ainda por cima alguns deles que devem ser da estrita competência da CML, como a definição da políticas de solos, por exemplo - a EPUl vai funcionar bem, é de rir para não chorar, pois trata-se de matéria muito, mas muito séria. A ver vamos o que dá ...

21/07/2008

TUDO DE BRANCO: Rua Pascoal de Melo, 130-132




Recentemente foram realizadas "obras" num imóvel situado no antigo Bairro da Estefânia, na Rua Pascoal de Melo, 130-132 (Residencial S. Pedro). Esta residencial, instalada em elegante prédio revestido de azulejos dos finais do século XIX, pintou toda a fachada de branco. O problema é que foi mesmo TUDO DE BRANCO:

-os azulejos antigos que revestiam a fachada;
-as molduras de pedra dos vãos da fachada (janelas e portas);
-as varandas de pedra, incluíndo todos os elementos decorativos;
-os gradeamentos de ferro artístico das varandas.

Para além dos erros já enunciados, comuns em países de terceiro mundo, foram também instalados os tão amados estores de plástico (branco claro!) em todos os vãos da fachada. O prédio está desfigurado. Por ignorância do proprietário e por falta de fiscalização da CML. Este imóvel, assim como os 2 imóveis seguintes, fazem parte da Carta Municipal do Património no PDM:

«44.38 - Conjunto de 3 edifícios de habitação plurifamiliar / Rua Pascoal de Melo, 130-132, 134-136 e 138-138A»

Segundo informação da CML, esta intervenção urbanística foi ilegal. Será que o Pelouro do Urbanismo vai fazer cumprir a lei para que o património da cidade seja salvaguadado?

E agora? Agora, é neste edifício desfigurado, verdadeiro catálogo do que não se deve fazer num imóvel património, que os turistas que nos visitam ficam hospedados. E se desejarem ver os antigos azulejos que revestiam a fachada da residencial, terão primeiro de pedir ao room-service uma faca para raspar a tinta branca.

E o mesmo vai acontecer ao Palácio dos Mesquitelas:


Quase tudo abaixo (mantém-se a fachada), alterações e ampliação dos edifícios principal e anexos (Rua do Sol, 30; Travessa do Judeu, 2-4; e Tv.Alcaide, 19). Estacionamento subterrâneo para 77 carros. O pior de tudo é a construção de uma torre altaneira, no meio do pátio, com 5 andares!!

FOI APROVADO

(votos contra do BE a abstenções dos CPL e PCP)
Portanto, aí vem a 'torre de menagem' dentro do ainda pátio do que resta do Palácio dos Mesquitela, e estacionamento subterrâneo para 77 automóveis! Força!


Texto editado

Et-voilà, de novo, cantando e rindo de todos:



'Depois'


FOI TUDO APROVADO

O Sr.Arq. Silva Dias (recorde-se, deputado municipal e presidente da Comissão de Urbanismo da AML, e provedor da OA, cuja credibilidade depois disto é ZERO) deve ficar muito contente dado o fervor com que o tem defendido, tal como todos quantos a ele afectos também, por calarem, e quem cala consente. Trata-se de um atentado urbanístico que importa denunciar: aquela zona vai ser virada do avesso e a especulação e a construção desenfreada estão de parabéns, tal como a ... CML!

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Em Abril tínhamos colocado o post que está em rodapé. Mas, amanhã, eis que o assunto volta uma terceira vez a sessão de CML. Fica-se a saber que as coisas quando são chumbadas, são 'corrigidas' para voltarem outra vez até serem aprovadas, porque o que tem de ser tem muita força. É assim como nos referendos ... quando há 'não', há que forçar de novo até dar 'sim'.

Desta vez, parece que as 'alterações' são a nível dos telhados, colocaram-se telhas sobre os telhados nús. Tudo o resto é igual. Acresce que este projecto tem tido, nos 'entretantos', lobby descarado de quem não devia fazer lobby algum, dadas as funções que tem profissional e politicamente.

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A CML portou-se bem! E este projecto megalómano foi chumbado. Lisboa agradece!...

Tínhamos feito este pedido:

«Exmo. Sr. Presidente da Câmara,
Exmo. Sr. Vereador do Urbanismo,


Foi agendado por V.Exas, para aprovação em reunião de CML da próxima 4ªF o projecto 33/URB2006, que diz respeito ao loteamento/emparcelamento/demolição/ ampliação e construção do denominado 'Hotel do Cais de Santarém', no antigo Palácio dos Condes de Coculim, abrangendo 5 edifícios localizados, entre outras, na Rua do Cais de Santarém, Nº 40-66, Rua do Arco de Jesus, Nº 2-10 e Rua de São João da Praça, Nº 23-29 e 59-63.

Nada temos a opor quanto à ideia de transformar aquele imenso quarteirão em hotel de 5*****, que poderá ser uma mais valia em termos de revitalização da zona e reabilitação do edificado, apenas consideramos que o projecto em causa é, do ponto de vista urbanístico, uma aberração em termos de volumetria (quadriplica a volumetria quando, em termos de PDM, só se permite naquela zona uma duplicação dos índices) e estética (quebrando-se, de forma radical, o equilíbrio estético e urbanístico daquela zona histórica de Lisboa, onde, por sinal, a CML afirma ter preocupações renovadas, vide SRU-Baixa-Chiado etc. ).

Assim, ao que conhecemos, o projecto em causa consiste em construir uma estrutura moderna, tipo 'bunker', com 4 pisos, em cima dos antigos armazéns e do que resta do palácio dos Condes de Coculim, alterando profundamente as vistas de quem está por detrás, ou seja, desde São João da Praça, Sé, etc., mas também desde a Rua do Cais de Santarém e do rio. Visualmente, é um mono. Também nas traseiras, na Rua de São João da Praça, se procede à alteração completa da esquina da rua, junto à igreja de S.João da Praça, zona calma, de baixa volumetria e também fazendo parte do conjunto Sé-Alfama, destruindo mais uma vez o equilíbrio urbanístico local, sendo que não será de somenos o impacte a nível do tráfego automóvel referente ao futuro abastecimento do hotel.

Por isso, apelamos a V.Exas. que recusem este projecto tal como está, devolvendo-o ao promotor a fim de o redimensionar, salvaguardando o equilíbrio urbanístico daquela zona sensível de Lisboa, e as características estéticas da mesma, e respeitando, obviamente o PDM em vigor.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Bernardo Ferreira de Carvalho, Diogo Moura, Carlos Leite de Sousa, João Chambers, Júlio Amorim, Miguel Atanásio Carvalho, Nuno Caiado, Paulo Ferrero e Virgílio Marques





Antes


Texto editado

Futuro Hospital de Todos-os-Santos viabiliza Corredor Verde da Bela Vista à Alameda

In Público (19/7/2008)
Ana Nunes

«A zona oriental de Lisboa vai reorganizar-se em torno do Hospital de Todos-os-Santos e os termos de referência viabilizam estatégia do Plano Verde camarário


A construção no Parque da Bela Vista do Hospital de Todos-os-Santos irá "viabilizar a estratégia municipal do Plano Verde da cidade de Lisboa" explicou o arquitecto da autarquia, Paulo Pais. Pela ligação da Bela Vista à Alameda Afonso Henriques através do Vale Vistoso forma-se o futuro corredor verde da cidade que chegará até Monsanto. Segundo Paulo Pais, a área de intervenção será de 107 hectares "uma área significativa para um plano de pormenor, o que torna o projecto ambicioso".
Moderador da sessão de apresentação pública dos termos de referência do Parque Hospitalar Oriental, anteontem à noite, em Marvila, Manuel Salgado, vereador do Urbanismo na autarquia, sublinhou que os termos de referência que vão ser aprovados irão "ordenar a zona central do antigo plano de Chelas e incluem uma área verde no Vale Vistoso (Olaias), para "compensar a área que vai ser perdida do Parque da Bela Vista". Para o presidente da Junta de Freguesia de Marvila, Belarmino Silva, este é um projecto "bom para a cidade de Lisboa e em particular para Marvila" que conta com o seu "apoio incondicional".
A terceira travessia sobre o Tejo que ligará Chelas e Barreiro irá obrigar a uma concertação deste plano de pormenor. Porém, Paulo Pais considera-a "uma oportunidade para a área ao reforçar a sua centralidade no espaço urbano de Lisboa".
O também arquitecto João Tremoceiro adiantou que "este movimento se deve transformar em oportunidades para os bairros circundantes através de uma maior movimentação económica que contribuirá para o desenvolvimento integrado de Marvila".
O vereador do Urbanismo adiantou que o plano de pormenor estará concluído no prazo máximo de um ano, prevendo-se o início da edificação da primeira unidade, o Hospital de Todos-os-Santos, no final de 2009. A obra deverá estar concluída em 2017, garantia dada pelo presidente da Junta de Freguesia de Marvila.
Segundo João Vermens, engenheiro do Ministério da Saúde, o Hospital de Todos-os-Santos será uma das principais unidades do Serviço Nacional de Saúde. "Trata-se de um hospital topo de linha com serviços especializados e de qualidade que irão abranger um milhão de habitantes", explicou.
As especialidades diferenciadoras da nova unidade hospitalar serão as unidades de cardiologia pediátrica, cirurgia cardiotoráxica, grande trauma, transplantes e por fim uma unidade de queimados. Este será também um hospital universitário para onde será transferida a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.
O novo hospital irá nascer na zona oriental irá acolher os hospitais de Santa Marta, Desterro, Capuchos, Estefânia e São José. Na mesma zona passará ainda a localizar-se o Instituto Português de Oncologia (IPO), actualmente situado em Sete Rios.»

O título desta notícia é não só mera propaganda eleitoral como uma verdadeira anedota, pois não só não há qualquer possibilidade física de erguer um 'corredor verde' entre a Bela Vista e Monsanto, como aquilo que o Sr. Vereador dos Espaços Verdes insiste em anunciar como sendo o tal de 'corredor' é, imagine-se, feito de uma ponte (pintada de verde? decorada com vasos de plantas?) sobre o Vale de Chelas (contrapartida do Rock in Rio e exuberantemente festejada pelo Sr. Vereador, a troco da isenção de taxas...), passa pela Rovisco Pais, segue pela Av. Duque d'Ávila e vai até ao palacete Mendonça, nas traseiras do Corte Inglês. Corredor verde?

Câmara "parece estar no bom caminho", mas já podia ter feito algo pelos transportes

In Público (21/7/2008)
Ana Henriques

«O PÚBLICO percorreu o centro da cidade com o arquitecto Manuel Graça Dias, apoiante de António Costa na campanha eleitoral, para fazer o balanço de um ano de mandato autárquico


Aos 55 anos, Manuel Graça Dias é uma das figuras mais conhecidas da arquitectura portuguesa, não tanto pelos projectos que desenvolveu, mas pelo papel que tem tido na divulgação da especialidade. Aos programas de televisão e de rádio que já teve somam-se vários livros e artigos na imprensa, sempre utilizando uma linguagem acessível. Com vários projectos premiados, foi no ano de 2000 autor de um polémico estudo de reconversão urbanística dos antigos estaleiros da Lisnave, em Almada, que nunca foi por diante, e que incluía edifícios de altura considerada exagerada.

Falta pouco para bater a uma da tarde de sábado e a maioria das lojas da Baixa prepara-se para fechar até segunda-feira. Uma turista pega num dos carrinhos eléctricos estacionados na placa central do Terreiro do Paço e ali vai ela Rua Augusta fora, evitando os peões e o menino pedinte que toca acordeão sob o grande arco, com um cãozito empoleirado em cima do instrumento.
Não é a indigência que faz mossa ao arquitecto Manuel Graça Dias, enquanto observa a figura da mulher a circular pela rua pedonal: "Não acho graça a estas mariquices para turistas." O que o irrita é o cenário de uma Baixa morta aos fins-de-semana - "Em Milão há magotes de gente às compras ao sábado à tarde", atira - e um Terreiro do Paço que a autarquia tenta animar com actividades "mixurucas", à mistura com esplanadas precárias, quiosques e roulotes de farturas. "Depois contrataram um monos da Escola de Circo. Quem quer ver palhaços vai ao Coliseu."
Apoiante de António Costa para a presidência da câmara, Graça Dias faz um balanço positivo deste primeiro ano de mandato -- mas deixa críticas à actuação do executivo. "Não tem interesse nenhum tirar o trânsito do Terreiro do Paço aos fins-de-semana", observa, qualificando a concretização desta promessa eleitoral como "patética". Animação de jeito nas arcadas sim; mas reservando a placa central para grandes acontecimentos espontâneos, como as ligadas ao futebol ou a manifestação de polícias contra polícias de 1989.
O arquitecto sabe que muita da revitalização do centro da cidade passa por quebrar a teimosia dos comerciantes, mas pensa que à autarquia cabe um papel: "Tem de haver maneira de envolver esta gente, nem que seja com vantagens fiscais para praticarem horários alargados." A seguir aponta para o lado, para o Martinho da Arcada: "É um restaurante bestial, mas uns amigos meus chegaram cá às 22h e já não lhes deram jantar." Por trás, até à Praça da Figueira, desenvolvem-se quarteirões de prédios pardacentos e esvaziados de habitantes. "Se não houver estacionamento, quem é que vem para aqui morar?" Os obstáculos que o seu colega de profissão Manuel Salgado, vereador do Urbanismo, parece estar a ultrapassar para facilitar obras destinadas a tornar mais habitáveis os edifícios da Baixa - como a introdução de elevadores, essencial para incentivar o povoamento desta zona - merecem a sua admiração. De resto, o alívio da carga burocrática associada aos licenciamentos parece estar a fazer-se sentir no resto de Lisboa: "Já o senti e colegas meus também." Podem ser boas notícias para os arquitectos de renome com trabalhos à espera de aprovação. "[Até porque] não temos assim tanta qualidade arquitectónica em Lisboa para desprezarmos Renzo Piano, Norman Foster ou Jean Nouvel."
Para estancar a desertificação da Baixa, a redução do IMI e a eliminação das taxas que incidem sobre as obras de reabilitação são instrumentos para salvaguardar a diversidade social, evitando que esta zona da cidade se transforme num ghetto de ricos. A promoção de habitação a custos controlados no centro, para gente de todas as idades, deveria, por outro lado, ser o principal objectivo da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, defende o arquitecto.
Acabar com a praga
"São muitos problemas para resolver num ano. Há alguns indícios de que a Câmara de Lisboa está no bom caminho, Não há certeza absoluta", analisa, enquanto passa por carros estacionados em segunda fila e no passeio. Acabar com esta praga fazia parte das medidas que Costa tinha garantido levar por diante. Foi uma promessa "um pouco demagógica" - impossível de cumprir sem ser através de um policiamento avassalador. "Ainda não há uma oferta de transporte público que pela sua qualidade, preço e conforto desencoraje o uso do automóvel", refere. A mobilidade é das áreas em que o executivo menos pontuou: "Ainda não vi nada. É fundamental dar um murro na mesa e conseguir-se entrar em negociações com os operadores." E se algumas promessas foram tolhidas pelo facto de o Tribunal de Contas ter chumbado o empréstimo para saldar dívidas a fornecedores, este não será o caso. A nível cultural, entregar a Casa dos Bicos à Fundação Saramago foi uma decisão "feliz", mas o mesmo não se passou com a arte pública com letras e números gigantes que invadiu a cidade, mostra que custou ao município 290 mil euros: "Foi como comprar uma enciclopédia inútil a um vendedor porta a porta."
Que nota merece então este executivo, de zero a 20? O arquitecto opta pelo B, numa escala de A a D. A meio do mandato é cedo para fazer juízos definitivos... Acima de tudo, a vida na cidade só melhorará com medidas de fundo, defende. E essas não se põem em prática do pé para a mão. "Prometer que as passadeiras defronte das escolas vão ser pintadas? Faz parte das atribuições da câmara!" »

Descontando o facto de serem declarações de um apoiante da candidatura de A.Costa à CML, a verdade é que Graça Dias tem 100% razão no que toca aos transportes colectivos dee Lisboa, onde a CML continua a ser literalmente gozada.

O Metro não abre a boca de saída na Rua Ivens. O Metro não nivela o poço de ventilação da placa central do Rossio. O Metro continua com arranjos à superfície desgraçados (veja-se a Praça de Alvalade, por ex.). O Metro continua a empatar as importantes obras de ampliação dos cais que ainda restam na Linha Verde só para 4 carruagens. O Metro continua a projectar estações onde lhe apetece. O Metro continua a ter continuadas falhas de circulação, sobretudo na Linha Azul.

A Carris fecha carreiras quando e como lhe apetece. A Carris continua a ignorar o protocolo estabelecido com a própria CML para reabertura da linha de eléctrico 24. O transporte de passgeiros na Carris é feito como se transporte de mercadorias se tratasse.

A estação do Cais do Sodré da CP vive há mais de 10 anos uma situação de verdadeiro terceiro-mundismo: obras por acabar, bilheteiras provisórias sem funcionários, ausência de quaisquer condições de conforto para os passageiros nos cais, péssima sinalização dos horários de comboio para a linha de Cascais, etc., etc.

20/07/2008

LARGO DE SÃO CARLOS: O LAGO




Várias das pedras que revestem o lago e o canal estão partidas. Porque razão não se faz um restauro dos elementos partidos e em falta? De ano para ano assistimos ao aumento da sua degradação precisamente porque não se faz a reabilitação a tempo e horas. Lamentamos ver este lago a seguir o mesmo caminho da maior parte dos lagos e fontes da nossa cidade, ou seja, cada vez mais degradados e quase todos sem funcionar. Frequentemente o lago está sujo e com lixo, como no dia em que estas fotografias foram tiradas. Se a questão da manutenção do lago depende apenas da boa ou má gestão da CML, já o problema do lixo depende essencialmente do civismo das pessoas.
No dia da inauguração do novo "boneco" de homenagem ao poeta Fernando Pessoa, no passado dia 13 de Junho, o lago do Largo de São Carlos estava neste estado. São os absurdos criados pelas incompetências dos políticos de Lisboa.