12/09/2006

Avanços e Recuos: Parque Mayer reacende polémica

In Jornal de Notícias
Ana Fonseca

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Nesta autêntica novela que é a reabilitação do Parque Mayer, só houve até agora duas consequências positivas e para 2 privados: Gehry e a Bragaparques (o primeiro porque tem sido tratado como um rei, e porque já recebeu pelo menos 500 mil contos ... por nada; e o segundo porque ganhou mais-valias impensáveis na permuta com os terrenos da Feira Popular).

O melhor da novela: o Parque Mayer tem o seu futuro garantido a nível de autores para revista, basta contratar os autarcas de Lisboa; não dará para grandes vôos, nem contratos com a Rede Globo, mas é o que se arranja.

O pior da novela: o Cine-Teatro Capitólio é tratado como empecilho desde o início da novela. É o vilão, quando devia ser o herói. Depois de muita troca e baldroca, Carmona Rodrigues e a sua vereadora comprometeram-se em directo na TV: "O Capitólio é para preservar". Agora, segundo informações fidedignas, foi pedido a Gehry que "requalificasse" o Capitólio, "torcendo-o" de modo a torná-lo numa sala multi-usos. O problema é o termo "requalificação", que em Portugal costuma significar desvirtuar, delapidar, vandalizar, destruir. A ver vamos.

Os actores de revista é que já perceberam que em 6 anos ainda nada foi feito ... tal como desde que o Parque entrou em circuito fechado, aqui há 25 anos. Infelizmente ninguém assume o evidente: o Parque Mayer devia ser um jardim, e o Capitólio a única sala a manter, porque é o único exemplar modernista que ainda resta em Lisboa, e é imóvel de interesse público, exterior e interior.

PF

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