26/03/2008

Estação Central de Lisboa

A actualidade da escolha do traçado de entrada em Lisboa da Alta Velocidade tem uma importância fundamental na escolha da 3ª Travessia do Tejo. As propostas em cima da mesa e discutidas pelo LNEC são as opções Chelas-Barreiro e Beato-Montijo.
Apesar de ter conhecimento por ter estado envolvido directamente e para a qual existem variados estudos julgo que a primeira solução Chelas-Barreiro é indiscutivelmente a mais agressiva em termos paisaigísticos, e portanto ambientais pois a vista para nascente da cidade, a vista do Rio Tejo e Mar da Palha ficará comprometida definitivamente. A solução da ponte Beato-Montijo será provavelmente a melhor solução, pois não irá obstruir as vistas para nascente, mas sim as de Norte o que será menos grave, no entanto seria fundamental caso seja viavel a amarração ser em Chelas (no local já definido), por permitir uma indiscutível acessibilidade significativa das diversas soluções rodoviárias.
Mas para além deste factor fundamental existe um outro que me surpreende não ouvir a sociedade nem os Lisboetas se pronunciarem sobre aonde é a ESTAÇÃO CENTRAL DE LISBOA. Que na minha modesta opinião concordo plenamente com o Vereador Manuel Salgado, deveria ser em Chelas, mais precisamente entre Chelas e as Olaias.
Permitiria não só um excelente interface de transportes que inclue Alta Velocidade/Refer/Metro e ainda a ligação à Circular Interurbana [Algés-Amadora/Amadora-Loures/Loures-Lisboa rio em Xabregas (proposta em 2004)], mas sobretudo teria a vantagem de valorizar ou "um factor importantíssimo de valorização" desta desqualificada zona da cidade, "uma área critica da cidade de Lisboa", que é a freguesia de Marvila.



No artigo do jornal Publico-Local de 20-12-05, o actual Vereador do Urbanismo pronunciou-se sobre esta situação, é indiscutível que a Estação Central tal como o Hospital de Todos os Santos serão factores fundamentais de requalificação social de toda esta zona da cidade, com a mais valia de valorizar a propriedade municipal e portanto valorização e potencialização da zona.
É inaceitável que a estação possa vir a ser colocada na zona da expo, utilizando ou aumentando o apeadeiro existente, por diversos motivos. Primeiro, porque o argumento de urbanizar a zona oriental ou da expo deveria constituir uma mancha de óleo que se extenderia sobre as zonas limitrofes, coisa que não veio a acontecer (?!). Em segundo aumentar em viaduto a zona junto à existente deixará esta zona profundamente degradada em termos urbanos com as consequências nefastas óbvias de violência e degradação de um espaço público em túnel. Em terceiro, porque este apeadeiro é "inóspito", custou uma fortuna e custa outra fortuna a sua manutenção. Ou ainda surpreendentemente, como me disse um taxista, "quem manda são os espanhóis, você já viu a quantidade de empresas espanholas que aqui estão? Repare quem são as construtoras?" Fiquei a pensar nas palavras de quem circula pela cidade de lés a lés! será que é verdade? Será que existe uma pressão?
A Estação Central de Lisboa, é um equipamento, tal como o hospital, e constitui um dos poucos equipamentos necessários a requalificação social desta zona da cidade Lisboa. A responsabilidade é grande!




2 comentários:

daniel costa-lourenço disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
daniel costa-lourenço disse...

excelente análise