17/03/2008

CML discute mais um plano de urbanização para Alcântara

In Público (17/3/2008)

«A Câmara de Lisboa discute quarta-feira uma proposta de elaboração de um novo plano de urbanização de Alcântara, a cargo de uma equipa de projectistas a contratar pela Refer (empresa de capitais públicos responsável pela gestão da rede ferroviária), que deverá estar pronto no início do próximo ano.
A proposta, do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, justifica a oportunidade de reestruturação e requalificação urbana da área com a "vontade da Secretaria de Estado dos Transportes de promover uma reformulação do nó rodo-ferroviário de Alcântara". Esta reformulação pretende aumentar a operacionalidade dos terminais portuários de contentores de mercadorias e "criar uma nova ligação entre as linhas de caminhos-de-ferro de Cascais e de Cintura".
O problema do nó de Alcântara arrasta-se há vários anos e em Maio de 2006 o executivo autárquico, então presidido por Carmona Rodrigues, apresentou um estudo que propunha que a circulação na zona de Alcântara se fizesse através de uma praça, com a eliminação do actual viaduto.
As propostas apresentadas para a circulação naquela zona da cidade incluíam o enterro da linha férrea de Cascais, entre a Cordoaria e as futuras instalações do Museu do Oriente, a ligação, também subterrânea, desta linha com a de Cintura (Gare do Oriente-Alcântara Terra) e a criação de uma nova estação multimodal, igualmente subterrânea, onde actualmente se situa a estação de Alcântara-Mar.
O projecto admitia igualmente uma ligação do terminal de contentores à linha de Cintura e a extensão da Linha Amarela do Metropolitano até Alcântara, utilizando a futura estação multimodal.
Na proposta, citada pela agência Lusa, Manuel Salgado diz que o novo plano terá "uma área de intervenção mais vasta" do que a do anterior plano de pormenor, abrangendo uma área que ronda os 174 hectares, incluindo o Bairro do Alvito e Alcântara antiga.
Tendo em conta as características da área de intervenção, estão previstos estudos geológicos, geotécnicos e hidrológicos, com análise de riscos, definição de estratégias e medidas preventivas face à ocorrência de sismos e inundações.
Deverão ser igualmente elaborados estudos de tráfego rodoviário e ferroviário, de ruído, sócio-económicos e ambientais.
Segundo a proposta do vereador do Urbanismo, o novo plano deve promover uma estrutura ecológica contínua que relacione o estuário com o vale de Alcântara e, através deste, o Parque de Monsanto, garantir a drenagem hídrica e propor soluções que diminuam o risco natural sísmico e de inundações da zona abrangida.
Encontrar soluções que resolvam o problema da exposição ao ruído proveniente das infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias e promover a criação de um interface que articule o transporte ferroviário proveniente da Linha de Cascais e do Sul (estações de Alcântara-Rio, Alcântara-Terra e estação projectada do Alvito) com os restantes meios de transporte colectivo são outros dos objectivos.
O novo plano deve ainda estabelecer uma rede de percursos para bicicleta e pedestres que se articule com a frente ribeirinha, com a estrutura ecológica urbana e com a rede de equipamentos e o sistema de transportes públicos.
Para marcar uma nova centralidade urbana, Manuel Salgado propõe equipamentos colectivos, comércio, serviços e actividades económicas de base tecnológica, podendo o plano viabilizar a instalação de novas estruturas académicas e de investigação, incluindo "centros de estudos avançados".
Quanto a prazos, o Plano de Urbanização de Alcântara, cuja elaboração a autarquia pretende que seja custeada pela Refer, que deverá igualmente contratar a respectiva equipa técnica, deverá estar pronto no prazo de dez meses (...)»

1 comentário:

Anónimo disse...

Lutemos para que seja desta que se resolve o grande estrangulamento que a não-ligação entre as linhas de Cascais e de Cintura provoca. Que a ligação da linha de Cascais à linha de Cintura e a toda a sua área de influência seja estabelecida o mais rapidamente possível, resolvendo aquele que é o pior estrangulamento a nível de transportes colectivos da cidade.

Esta ligação vai permitir a retirada de milhares de pessoas que actualmente utilizam a A5 entre as zonas de Cascais/Oeiras com as Avenidas Novas, Sete Rios ou Areeiro/Alvalade