19/05/2010

Estudo sugere que antenas perto de escolas não constituem perigo

In Público (19/5/2010)
Por Inês Boaventura

«Foram medidas as radiações em seis estabelecimentos de Lisboa e os valores registados estão mil a dez mil vezes abaixo do limite

Perguntas e respostas

Pais, alunos e toda a população escolar podem ficar descansados: a medição das radiações electromagnéticas emitidas por antenas de comunicações móveis que ficam perto de várias escolas de Lisboa permitiu concluir que os valores registados estão dentro dos níveis de segurança e muito abaixo do limite máximo. Tendo em conta que para este estudo foram escolhidas algumas das escolas que estão mais próximas destes transmissores, os investigadores do projecto Monit, responsável por este estudo, acreditam que não será abusivo concluir que as conclusões obtidas são extensíveis a todos os estabelecimentos de ensino geridos pela autarquia da capital.

As medições foram feitas nas escolas básicas do primeiro ciclo Frei Luís de Sousa, Eurico Gonçalves, Leão de Arroios, Castelo, número 72 e de São José, bem como no edifício dos Paços do Concelho, na Praça do Município. O vereador José Sá Fernandes realçou ontem, durante a apresentação dos resultados, que se tentou abranger "o maior leque de território possível" com a escolha destes locais.

Daniel Sebastião, do projecto Monit (que o Instituto de Telecomunicações e o Instituto Superior Técnico vêm desenvolvendo desde 2002), acrescenta que houve também a preocupação de optar por escolas "perto de antenas de comunicações móveis". Segundo este investigador, a Câmara de Lisboa começou por seleccionar cerca de 30 estabelecimentos num raio de 150 a 200 metros desses equipamentos, número que acabou por ser reduzido porque algumas escolas já se encontravam desactivadas.

No total, até Julho deste ano, deverão ser medidas as radiações electromagnéticas em 14 escolas de Lisboa. Em todos os casos em que esse trabalho de campo (que se desenrola 24 horas por dia durante vários meses seguidos) já foi concluído chegou-se à mesma conclusão: os limites de segurança não só não foram ultrapassados como se ficou muito abaixo deles, nalguns casos 10 mil vezes ou mil vezes abaixo.

Daniel Sebastião acredita que se a mesma análise fosse feita para todas as escolas sob a alçada da Câmara de Lisboa os valores encontrados deveriam ser ainda menores, tendo em conta que já foram alvo de medições as que mais dúvidas poderiam levantar dada a proximidades em relação às chamadas estações base. Além disso, explica o investigador, muitas antenas tendem a ter uma potência reduzida, "para não interferirem umas com as outras".

"Fiquei mais despreocupado quanto a esta matéria", frisou o vereador Sá Fernandes, defendendo a importância de se ter encontrado uma resposta para a velha questão de saber se afinal as antenas instaladas perto de escolas podem ou não representar um perigo para a população que as frequentam.

Desde 2002, a equipa do Instituto de Telecomunicações e do Instituto Superior Técnico coordenada por Luís Correia efectuou medições contínuas (24 horas por dia) em 151 locais de todo o país, registando-se em 69,2 por cento dos casos valores mil vezes abaixo do limite instituído. Foram ainda feitas medições pontuais em 513 sítios (como ruas, praças e centros comerciais), tendo-se verificado em 48,4 por cento das situações que as medições estavam mil vezes abaixo do valor máximo legalmente permitido. Pombal e Penacova podem ser os concelhos que se seguem.»

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Que bom... agora podemos ter mais antenas de modo a atingirmos os valores máximos.

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