In Público (7/5/2010)
Por Inês Boaventura
«Câmara propõe estacionamento a 1,5 euros por dia para quem usar a Carris ou o metro. Oferta em vigor na terça e na quarta-feira pode tornar-se definitiva apartir de Setembro
Como evitar as ruas fechadas
A visita do Papa Bento XVI pode ser o milagre que faltava para converter os moradores da Área Metropolitana de Lisboa à utilização dos transportes colectivos. Essa é, pelo menos, a esperança do vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, que apresentou ontem um pacote de alternativas para quem terá de circular na capital nos dias de maiores restrições de trânsito e estacionamento, a 11 e 12 de Maio.
Em vez de desesperar com os fortes condicionamentos que, por razões de segurança, vão estar em vigor nesse período, os automobilistas estão convidados a deixar o carro num dos 25 parques designados como alternativa e fazer o resto do percurso na Carris e no Metropolitano. Estacionamento e viagem por um dia custará 5 euros, solução que a partir de Setembro poderá tornar-se permanente.
Para começar, a proposta para as próximas terça e quarta-feira funcionará até como teste dessa solução que a partir do Outono será eventualmente definitiva, mas com algumas diferenças. Nos dias da visita de Bento XVI, quem costuma deslocar-se em Lisboa em carro próprio pode antes estacionar num dos parques da EMEL, Emparque, Epul, Sient ou Saba (ver infografia) e realizar o resto do percurso em autocarro ou metro. Isto, explica o vereador Nunes da Silva, para evitar os "transtornos na circulação automóvel" e as dificuldades de estacionamento - vão ser suprimidos cerca de cinco mil lugares - que a visita do Papa (ver ainda págs. 16/17) promete causar.
Depois de parar o carro num dos parques, o condutor só tem de se dirigir à caixa e comprar, por 3,5 euros, um bilhete que lhe permitirá viajar no Metropolitano de Lisboa e na Carris durante todo o dia. Quando regressar ao parque, deve dirigir-se uma vez mais à caixa, para pagar os 1,5 euros de estacionamento.
Mais de 11 mil lugares
Os utilizadores regulares dos transportes colectivos poderão, por seu lado, usufruir de um dia de estacionamento por 1,5 euros desde que apresentem na caixa do parque o seu título de transporte. A Câmara de Lisboa diz que são "mais de 14 mil" os lugares disponibilizados nestes 25 parques, mas somando os números distribuídos ontem aos jornalistas chega-se a apenas 11.634 lugares. Presente na conferência de imprensa de ontem esteve o secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca, que confessou partilhar com Nunes da Silva o "sonho" de "ter parques de estacionamento bem articulados com transportes colectivos". Se se cumprirem as expectativas do vereador, isso poderá ser uma realidade dentro de quatro meses.
Nessa altura, explicou o autarca ao PÚBLICO, deverá estar em vigor um sistema integrado de estacionamento e utilização de transportes colectivos adaptado às necessidades de diferentes tipos de utilizadores: haverá títulos combinados para um dia e assinaturas mensais. Segundo Nunes da Silva, deverão integrar este esquema a Carris e o Metropolitano de Lisboa e pelo menos a EMEL e a Emparque, estando ainda em negociação a adesão de outros operadores de parques subterrâneos ou de superfície.
Quem aderir a esse sistema poderá usar os já existentes cartões Lisboa Viva e Viva Viagens. Para tal é ainda necessário proceder a uma alteração do seu software e intervir nas máquinas de pagamento dos parques para que reconheçam os cartões.
O futuro tarifário ainda não está definido, mas Nunes da Silva diz que o valor do estacionamento não deverá ultrapassar o custo de "duas bicas" e que o do transporte deverá ser inferior ao de um bilhete de um dia adquirido isoladamente. Actualmente o Metropolitano de Lisboa dispõe de um passe que, por 35 euros, dá direito a viajar na rede urbana e a estacionar no parque do Estádio Alvalade XXI durante toda a semana, com excepção dos dias de jogo do Sporting.»
1 comentário:
Num dia em que os transportes publicos vão ter muitas interrupções é que se insita a eles! LOOOOOOOL
Ou seja, o proposito é q quem não gosta deles continue a gostar menos ainda.
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