20/12/2011

É possivel fazer "vibrar' a criatividade numa zona degradada ... mas com respeito pelas características Patrimoniais e qualidade residencial.


Há muito tempo que defendo uma VERDADEIRA Reabilitação e Recuperação do Largo de S.Paulo e Mercado da Ribeira ... os que me acompanham serão testemunhas, através dos meus “posts” ... destas preocupações ...
Claro que a ‘redescoberta’da Rua Nova do Carvalho e dos “bares’ do Cais do Sodré ( com toda a mistura entre ‘Bas-Fond Vintage’ e ‘decors’ anos 60-70 ) pelas ... vibrações Nostálgico-Criativas e pelo Cool-Vintage ... tem desempenhado um papel positivo numa zona antes ‘mono-funcional’, decadente e impenetrável para fora das pessoas do “meio’.
É muitas vezes, através destes reconhecimentos e destas invasões eclécticas ... que a recuperação se inicia ... muitos exemplos noutras cidades Europeias o ilustram ( Berlim vive uma especial efervescência nos últimos anos ).
Mas para isso poder acontecer com equilíbrio e salvaguarda daquilo que garante a base qualitativa do sucesso, tem que existir uma estratégia eficaz de Restauro do Património Arquitectónico e garantia de Preservação das suas características Fundamentais.
Ora, a C.M.L. para tentar compensar e camuflar a total ausência de uma estratégia de Reabilitação Urbana tem apoiado acções ‘pseudo-criativas’ como os murais-Graffitis e agora a acção “feitichista” de “marcação de território” através ‘do rosa pastilha elástica’ numa via pública ... com o alibi de irreverência criativa ...
Este é um caminho perigoso ... e acima de tudo ... da parte da C.M.L. ... mentiroso ... de falso progresso ... pois não cabe ao Executivo da C.M.L. garantir o Restauro Impecável do Arquétipo- Pombalino que constitui o Largo de S.Paulo, do Magnifico edifício do Mercado e do edificado da Rua Nova do Carvalho?!?
É preciso “puxar para cima”, para garantir que Lisboa não se transforme numa espécie de uma Nova-Havana (Cuba) , que é visitada em busca de patine decadente e de um “Shabby Chic”de difícil equilíbrio.
Aliás, Lisboa, neste difícil equilibrio, está a perder completamente o ‘Chic’ ... e brevemente só ficará o “Shabby” e a decadência ...
Portanto “Pensão Amor”... sim ... invasão e expansão na Via Pública ... em assinatura feitichista Rosa – Schoking ... para marcar território ... Não! ... ( e muito menos no Arco-Património Pombalino! )

Deixo-vos, mais uma vez um exemplo da Verdadeira Recuperação de uma Rua em Amsterdam, no coração do ‘Red Light District’, a famosa Zeedijk que nos anos 60 e 70 era o centro de prostituição e droga, absolutamente perigosa num ‘ambiente- Bronx’ ... e que graças a uma estratégia conjugada Público-Privado, mas liderada pelas Autoridades Municipais ( desde 1985 ) foi completamente RESTAURADA em todos os seus aspectos Físicos e Humanos.
António Sérgio Rosa de Carvalho.









9 comentários:

Anónimo disse...

Algum dos «crâneos» da cmL já terá por ali passado durante o dia? Eu já lá passei e simplesmente NÃO TENCIONO VOLTAR A FAZÊ-LO.

Anónimo disse...

O Largo de S. Paulo é das maiores vergonhas da cidade. É assustador ver indigentes a urinarem pelas pernas abaixo, homens literalmente a cair de bêbados, e garrafas de cerveja e de vinho por todo o lado.

Não se pode esperar recuprações "à holandesa" porque somos um país pobre, em termos financeiros e culturais.

Anónimo disse...

Também temos que ter a noção da situação económica da Holanda para a de Portugal; De Amesterdão para Lisboa. O que aconteceu em Lisboa, é que durante os anos 60/70/80 e até 90 (mas com menos frequência) se foi construindo "calhamaços" de betão sem qualquer tipo de cuidado arquitectónico por toda a cidade. E em alguns casos, tentaram esconder isso com alguns padrões de azulejos bonitos e, o povo "papou" disso. Temos que ser sinceros: A grande maioria dos edifícios antigos (algum já os consideram históricos) São simplesmente feios. É um facto. O melhor que temos a fazer é, começar a construir uma "nova Lisboa" no presente, porque a grande maioria do passado é para esquecer. Uma reabilitação e/ou restauração seria muito caro. Era impossível haver dinheiro para isso. É começaram a construir uma nova Lisboa no presente e alertar para a preservação no futuro.

Xico205 disse...

E que alternativa deram ás pessoas "do meio"? É que eu penetrei-me muitas vezes no meio e agora tenho saudades do verdadeiro Cais Sodré!

Anónimo disse...

Deus nos guarde e proteja de tentar inovar e ser diferentes dos outro!

Anónimo disse...

Infelizmente vou ter que concordar com o anónimo das 2:04 quando diz que não há nem nunca haverá dinheiro para a reabilitação, pelo menos para a que deveria ser feita. Tirando o caso da Baixa Pombalina, Lisboa terá de ser recuperada tanto com novas construções como restauros. A única coisa que se pode pedir é que essas novas construções tenham algum valor e o mínimo de gosto para não correr o risco da cidade/capital histórica começar a parecer-se mais com um subúrbio qualquer.

Anónimo disse...

Inovar pintalgando de rosa choque o pavimento e o arco (é o que infelizmente se prevê) não é inovar: é apenas disparatar.

Anónimo disse...

Anda aqui um amigo emigrado na Holanda que poderia dizer algo de sua justiça.. Ou agora como não se opõe, já não convém?

Xico205 disse...

Já estive na Holanda duas vezes e das duas vezes estive na noite de Amesterdãoe e tenho a dizer: que miséria! Que meninos ao lado de Lisboa!!! Ás 3 da manhã morreu tudo. Tem que se ir para as discotecas clandestinas à porta fechada. Lisboa infelizmente tambem caminha para isto com as cada vez mais estupidas leis que fazem. Daí eu morrer de saudades dos anos 90 que infelizmente cada vez mais distantes estão.

Ainda só à 3 anos estive a ver um steap num bar xunga do verdadeiro Cais Sodré que a merda da gentrificação já fechou, em que a xungosa da empregada de mesa desdentada me sentou o mais longe do palco possivel, e quando eu reclamei ela argumentou "então já vistes a tua sorte? Se isto der pa porrada és logo o primeiro a fugir!". :)))) Mataram um dos bairros mais verdadeiros onde se respirava a verdadeira Lisboa dos bairros populares. Infelizmente já só resta Alcantara a Mouraria a Pena, o Beato e Marvila e um bocado de Alfama e a zona da Maria Pia.