30/12/2011

Elevadores do Bairro do Rego avariados e sem data para voltarem a funcionar

É quase meia centena de degraus a trepar e outros tantos a descer naquele que é, para quem não tem automóvel e vem da zona da Avenida de Berna, o principal acesso ao bairro

in Público
Ana Henriques

Os elevadores que ligam o Bairro do Rego ao resto da cidade de Lisboa, perto da Praça de Espanha, estão avariados pela enésima vez e ignora-se quando voltarão a funcionar.
Aos habitantes que não se deslocam de automóvel resta subir e descer os três lanços da passagem aérea sobre a linha férrea onde estão instalados os ascensores imobilizados. Ou então seguir viagem por outra ponta do bairro, até à Av. dos Combatentes e à Praça de Espanha - percurso que, com os seus estreitos passeios e os carros velozes, mais se assemelha a uma via rápida.
Já todos perderam a conta às vezes que os elevadores tiveram problemas desde que começaram a funcionar, há mais de uma década. "Estão constantemente avariados, transformando o bairro num bunker", observa a presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, a social-democrata Idalina Flora. "O que me dói são os velhotes que têm de ir ao Hospital Curry Cabral, coitadinhos". É que a unidade de saúde está mesmo ali ao lado - mas, para os habitantes do Rego, fica do lado errado da linha do comboio. Desta vez, o ascensor que dá para dentro do bairro está parado há perto de oito meses.
O que fica ao lado do hospital, na ponta oposta da passagem aérea, avariou há cerca de dois. São três lanços de degraus para trepar e outros tantos para descer. As causas de tantas avarias são variadas.
Quase sempre foi preciso chamar a empresa fornecedora do equipamento, a Otis, que só por uma
das reparações efectuadas no ano passado cobrou 1580 euros. Mas o principal problema, diz Idalina Flora, reside no facto de as fundações da passagem aérea em que encaixam os elevadores não terem sido concebidas para escoarem a água da chuva, o que ocasiona constantes curto-circuitos no Inverno. A solução passa por fazer novos canais de drenagem nas caixas dos elevadores. "Como a câmara não tem dinheiro, a junta ofereceu-se para comparticipar os custos. Falta os serviços camarários entregarem-nos o projecto", diz Idalina Flora, que espera ter o
problema resolvido em Fevereiro. Entretanto os ascensores continuarão parados.
Em 2008, escassos sete meses depois de ter sido eleito presidente da câmara, António Costa gabou-se na assembleia municipal de ter resolvido alguns "pequenos grandes problemas" da cidade, incluindo este. "A Rede Ferroviária Nacional e a Câmara de Lisboa não se entendem sobre os elevadores", resume a presidente da junta. "A culpa é nossa", diz Ana Maria Sobral, uma habitante reformada de 65 anos, antes de começar a escalada de 47 degraus. "Se nos sentássemos todos na estrada a bloquear o trânsito, isto já se tinha resolvido".

4 comentários:

Paulo Lopes disse...

Enquanto isto acontece, a entidade responsável - Câmara Municipal de Lisboa, começa, como é referido na mesma notícia do público, o "Jogo do empurra".
Pode ler-se na mesma página, o seguinte:
"Contactada pelo Público para explicar por que razão a câmara não resolve o problema, uma assessora do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, respondeu: "É matéria da competência do vereador Nunes da Silva". Só que este último autarca assegura que não: "A câmara tem que resolver o problema, mas eu não posso intervir no caso, porque ele é da competência do vereador das obras municipais, Manuel Salgado".
Senhores vereadores, a bem da população vejam se se entendem ou então o Senhor Presidente da Câmara que intervenha para pôr ordem nos seus vereadores e de uma vez por todas resolver este problema, que em muito prejudica esta população.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Caro Diogo Moura,

Tenho fotos recentes (que tenciono publicar no 'Sorumbático' mas ainda inéditas) do que aqui é referido.

Se as quiser, diga-me:
medina.ribeiro@gmail.com

Carlos Medina Ribeiro disse...

Confesso que esperava, no mínimo, uma resposta a esta minha oferta - nem que fosse sob a forma de «Não, muito obrigado».

Diogo Moura disse...

Caro amigo Medina Ribeiro,

Peço desculpa mas não tenho "navegado" e não vi a sua oferta.

Aceite desde já as minhas desculpas, aproveitando para lhe deixar o meu contacto pessoal: joaodiogomoura@gmail.com

Por ele a comunicação não falha!

Abraço

Diogo Moura