28/06/2008

LISBOA NO SEU MELHOR... Frente Ribeirinha e ampliação do porto de Lisboa


Isto é actualmente. Imagine-se quando a área de cargas e descargas de contentores quadriplicar...

20 comentários:

Anónimo disse...

Este comentário é epidérmico-arquitectónico,pressupõe que ter contentores é uma coisa "feia"...
Lisboa é,como sempre foi,uma cidade portuária pelo que terá sempre coisas "feias" como contentores,gruas,etc.Se tivesse milhares era bom sinal,de que a economia estava a progredir,o que infelizmente não se passa.
Seria bem melhor do que invadir a Ribeira com bares de copofonias...
ou de mais monos de betão como os do Cais do Sodré,o Hotel do vereador Salgado ou como será a Fundação Champallimaud na praia de Pedrouços! Se demolissem estes monos todos IMPRODUTIVOS e pusessem lá contentores,era sinal de produção e de desenvolvimento!
(além do mais eles são amovíveis...)

28-6-08 Lobo Villa

Arq. Luís Marques da silva disse...

Defenderá portanto, contentores, espalhados pela cidade, ao longo de 17Km de frente e quiçá, até ao Rossio, dado serem sinónimos de progresso (esqueceu-se foi de mencionar que, sinónimo de progresso, depende de serem importações ou exportações, certo?), estéticamente muito válidos e pouco incomodativos (porque até são amovíveis).
E, defende também a quadriplicação da área da zona portuária, por ser óptimo para a economia nacional, mesmo que tal implique um aumento brutal das construções necessárias ás respectivas infraestruturas?
Não põe como hipótese, casos como o da cidade do Porto e do respectivo porto de Leixões, pois não?
Achará também genial, que o plano geral da frente ribeirinha, ao prever esse aumento de área para o APL, está impicítamente, a considerar mais de 600m2 de construção especulativa, incluindo um hotel (que agora estão tanto na moda)?
E os mais de 27 anos de monopólio no negócio dos contentores, para a LISCONT, também deve ser muito bom, não?
É o progresso que defende para a economia nacional?
Enfim, são pontos de vista diferentes: Eu entendo uma cidade aberta ao rio e com a sua frente ribeirinha, para uso do cidadão; o sr defende uma frente ribeirinha para uso da APL... Estamos entendidos!

Anónimo disse...

Mutatis mutandis, meu caro, também se podia dizer que a copofonia já estava instalada antes do porto, e que ela sempre existiu e é "feia".

E se o dilema é entre copofonia ou contentores, venha o dianho e escolha. Uma pipa a cair por cima da cabeça ou um contentor?

Quanto aos guindastes é difícil imaginar uma "urbanscape" sem eles. Para mim são "mobiles" "avant" Yves Tinguely. Além de uns pássaros hieráticos, solenizando os cais. Talvez abrir uns bares debaixo dos guindastes?
De resto, queiramos ou não as cidades à beira-rio são sempre libertinas. Donde, a copofonia inerente. Sempre é melhor que a cocafonia e a crackfilia.

O que eu tenho pena é não poder nadar no rio.

Que desperdício!

daniel costa-lourenço disse...

Lisboa sempre foi uma cidade portuária, mas há 500 anos as estruturas de apoio não exigiam tanto espaço como hoje.

E hoje, qualquer cidade que investe a séria numa estrutura portuária, como investe numa estrurua aeroportuária, uma numa estrutura logística ou industrial, fá-lo fora do centro das cidades, em áreas abertas, com acessos condignos.

Lisboa pode manter pequenas estruras de apoios como pequenas marinas, cruzeiros, docas, mas nunca a actividade principal do porto de lisboa no centro da cidade porque prejudica a cidade e limita o próprio porto de lisboa.

Não ha exemplo no mundo que contrarie.

Claro como a água. Contra factos não ha argumentos

daniel costa-lourenço disse...

Lisboa sempre foi uma cidade portuária, mas há 500 anos as estruturas de apoio não exigiam tanto espaço como hoje.

E hoje, qualquer cidade que investe a séria numa estrutura portuária, como investe numa estrurua aeroportuária, uma numa estrutura logística ou industrial, fá-lo fora do centro das cidades, em áreas abertas, com acessos condignos.

Lisboa pode manter pequenas estruras de apoios como pequenas marinas, cruzeiros, docas, mas nunca a actividade principal do porto de lisboa no centro da cidade porque prejudica a cidade e limita o próprio porto de lisboa.

Não ha exemplo no mundo que contrarie.

Claro como a água. Contra factos não ha argumentos

FJorge disse...

Com tantos contentores, pergunto: o que é que os turistas irão ver dos barcos de cruzeiro do rio Tejo? Julgo que uma nova empresa começou, ou vai começar em breve, a operar cruzeiros turísticos à maneira dos de Paris, Amesterdão e Londres. O ponto de partida é o cais junto da Torre de Belém. Mas será que as empresas sabem que em grande parte do passeio os turistas vão apenas olhar para altos muros feitos de contentores empilhados?

É tudo uma falta de planeamento. Actividade portuária sim, mas com regras, nos sitíos certos e bem planeada. Se visitarmos alguns dos maiores portos do Mundo iremos constatar que os terminais de contentores nunca estão em conflito com a cidade e as suas outras facetas.

Anónimo disse...

frente ribeirinha?
qual frente ribeirinha?
desde há muitos anos, TRASEIRA ribeirinha.
e agora, que vêem os olhos gulosos do imobiliário?
a frente ribeirinha?
nah, vêem:
lombo
alcatra
pernil
etc.
a começar no Luis Filipe Vieira, a acabar nos Espírito Santo (e os seus fundos imobiliários, que são mais que os heterónimos de Pessoa...)
tudo sob a batuta do Manel Salgado, claro, que tem a arte de aparecer como urbanista iluminado, salvador da nação
eh eh
isto há com cada artista...

Anónimo disse...

Também digo.....! Há uns anos, resolvi fazer um passeio a pé entre o Cais das Colunas...e Belém.
Passeio esse que tinha a ideia de ir "à beira-rio". De frente ribeirinha...não tenho nem memória.
Essa é mesmo para quem anda de barco no Rio Tejo.

JA

Joao disse...

A mim parece-me mais uma questão de se querer saber se queremos que Lisboa seja uma cidade porto industrial ou de porto-de-recreio. Barcelona tem o porto-industrial no meio da cidade, com os contentores e as gruas e não é por isso que não consegue abrir-se também ao mar. De resto não há qualquer lei que determine o que tem valor estético ou não. E é perfeitamente argumentável que há uma certa poética numa paisagem de contentores e gruas. Dizer que marinas e casas de chá é 'mais bonito' que um porto industrial soa a elitismo pequeno-burguês, uma perspectiva no meio de várias portanto.

Mas podemo-nos decidir de vez que se quer retirar o porto-industrial para outra cidade (Sines ?) e re-vocacionar a frente ribeirinha de Lisboa. Há no entanto que ter em conta que retirar o porto-industrial de Lisboa não retira apenas a infra-estrutura, mas também leva com ele pessoas, actividades e capital. Em qualquer dos casos acho que a escolha entre cenários deveria ser feita democraticamente pela população para que não haja políticas e investimentos ambíguos ou preferencialismos.

Mas esta discussão é importante, para que se algum dia ao indivíduo for permitido fazer uma escolha, que o faça de forma mais informada.

daniel costa-lourenço disse...

Meu caro, tirar o porto de Lisboa não é tirar da área metropolitana. è tirar da Lisboa cidade. ou pelo menos, do centro da lisboa-cidade.

Dentro da área mepropolitana e nos dias de hoje, com as as vias rápidas e com os caminhos de ferro, tudo se faz.

Um dos maiores portos do mundo - roterdão - está em roterdão - mais não no centro da cidade e é dos maiores do mundo, em tamaho e movimento, porque está longe do centro mas ligado por comboio e estrada e consegue aportar á cidade divisas, pessoas e movimento.

O mesmo se passa com londres, atenas, hamburgo e outras.

Barcelona, tem algumas instalações no centro, mas a maior parte das instalações estão fora do centro da cidade.

Até setúbal transferiu a maior parte das instações do centro da sua cidade para este.

Lisboa tem áreas a oriente e tem a margem sul, ou mesmo setúbal ou sines.

Muitas câmaras em volta de lisboa estariam interessadas em receber as instalações.

Lisboa tem de ser gerida á escala metropolitana.

Continuamos a pensar que estamos na decada de 50 do sec XX. A europa já gere as cidades como regioes e as regioes competem entre si, ultrapassando os paises.

Por cá pensa-se ao nivel de concelhos.....

Anónimo disse...

Esta discussão é velha, isto é, começou quando em meados do século 19 surgiram as primeiras comissões para desenharem a construção do porto de Lisboa. Vários planos surgiam então até ao início do século 20 quando as obras arrancaram finalmente. Todos previam para a zona a ocidente da Praça do Comércio a ligação da cidade com o rio, através da construção de um enorme boulvevard (influência haussamanniana) ajardinado, até Algés. Em praticamente todos se reconhecia a importância do porto, mas também que a beleza de Lisboa lhe vinha da sua ligação com o rio e que, portanto, havia que a preservar e embeleza ainda mais. Alguns foram apresentados por estrangeiros (franceses), outros por portugueses, engenheiros e arquitectos: Thomé de Gamond, por exemplo, em 1870 apresentou um plano de melhoramentos e o engrandecimento da cidade (v. a bela planta colorida que acompanha o seu estudo), Miguel Pais (que propôs a primeira ponte sobre o Tejo) e Miguel Ventura Terra, que se bateu fortemente na Câmara de Lisboa, enquanto vereador, para que toda a zona a oeste da Praça do Comércio ficasse liberta das instalações portuárias, que no final da primeira década de 1900 começaram a erguer-se. Isto é, foi sempre uma constante dos desejos para a zona ribeirinha libertar a zona ocidental de "muros e barreiras" e passar o porto para a zona oriental ou para a margem sul. Mas, como se vê, continuam a vencer certos interesses que insistem em dar cabo dessa parte de Lisboa. E no eixo mais nobre, onde se situam alguns equipamentos culturais importantes (Museu de Arte Antiga, Museu do Oriente, Museu dos Coches...), os monumentos mais visitados (Jerónimos, torre de Belém) e alguns edifícios que fazem parte da história da produção arquitectónica do prerído modernista (as 2 gares de Pardal Monteiro) onde, ainda por cima, estão algumas das pinturas mais emblemáticas de Almada Negreiros (escondidas dos olhares de nacionais e estrangeiros há vários anos), anuncia-se o reforço do"muro" : mais contentores!
Pobre Lisboa!
Ana Martins Barata

Filipe Melo Sousa disse...

Claro, fechem o porto de Lisboa. Mandem-no para a Marinha Grande que lá é que ele é preciso. Porto? Para que é que Lisboa precisa de um porto? Esses horrorosos contentores são de certeza inúteis. O que lisboa precisa é de elefantes brancos construídos à beira mar, com ainda mais dinheiro dos impostos.

Anónimo disse...

já cá tardava o Jesus Cristo do blog...

Anónimo disse...

Mas numa coisa ele tem razão: há por aí gente a bradar contra os contentores que só quer é substituí-los por elefantes brancos. O salgado para começar (irra, aquele hotel em belém, cada vez que lá passo dá-me vontade de gritar impropérios pela janela do carro e ir para os paços do concelho mandar pedradas ao gabinete do homem)

Anónimo disse...

Uma cidade destas, com uma frente ribeirinha invejável e ainda há uns iluminados a defenderem os contentores, e as construções; é como estarem a filosofar sobre o sexo dos anjos...
Cidade aberta ao rio, desimpedida de impecilhos e para uso dos cidadãos Já!!!

Filipe Melo Sousa disse...

digamos que existem uns iluminados que pretendem ter uma cidade que é um porto, sem porto

Anónimo disse...

...E há outros quequerem porto e não querem cidade...

Filipe Melo Sousa disse...

O porto e a cidade não são hipóteses mutuamente exclusivas. Eu diria que a irritação em relação ao porto prende-se com a ignorância e o alheamento em relação ao mundo real. Deve haver quem ache que o porto foi ali colocado para chatear, o que se há de fazer?

Anónimo disse...

Vai-te embora, oh melro...

Filipe Melo Sousa disse...

Se o amigo estiver interessado em comprar-me a casa a um preço proveitoso para mim, o seu desejo será satisfeito.