29/06/2008

Prioridade aos peões?

Já ouvimos de Marina Ferreira e de António Costa, que os semáforos iriam ser alterados de modo a beneficiar os peões. Eu não sei se foram, mas de uma coisa não tenho dúvidas, o peão continua a ser fortemente preterido na mobilidade no centro da cidade.

Faça você mesmo!
1. Escolha um percurso pequeno.
2. Munido de um cronómetro, faça o percurso a pé. Sempre que perder tempo devido aos automóveis (semáforos, desvios) conte o tempo.
3. Faça o mesmo percurso de carro. Sempre que tiver que abrandar ou parar devido à travessia de peões (mesmo que tenha que parar não directamente pelos peões mas porque o carro à frente teve que parar, etc... por causa dos peões) conte o tempo.

Eu fiz isto duas vezes do Fórum Lisboa ao Saldanha, ou seja uma zona bem central, com muitos peões, habitação, comércio, escritórios, etc... onde os peões são, à partida, "bem" tratados. A pé tive que esperar 1m05s e 3m15s. De carro foram 6seg e 9seg.

Resultado:o peão tem que esperar 17 vezes mais tempo dos que os automóveis para o mesmo percurso. Isto faz algum sentido?

P.S. Claro que é apenas uma experiência, mas até tenho curiosidade em saber se o mesmo não aconteceria em outras zonas da cidade.

14 comentários:

Anónimo disse...

Já agora, pegue no cronómetro e meça quanto tempo de verde os semáforos dão ao peão.
Nos termos do Decreto-Lei 163/06, de 8 de Agosto, por cada 40cm de distância a atravessar, o peão deve ter 1 segundo de verde.
É experimentar, para chegar à conclusão que Lisboa está, toda ela, ilegal.

Anónimo disse...

Que raio de comparação. Quando o sinal abre, os peões passam todos ao mesmo tempo. Não faz sentido estar mais tempo verde para os peões que o suficiente para atravessar. O resto é optimização do tráfego.

Filipe Melo Sousa disse...

Façamos um exercício agora justo:
cada vez que o peão acciona o sinal, quantas pessoas (numero de carros vezes número de passageiros por carro) têm de esperar e parar por causa de sua excelência?

Anónimo disse...

não sou o autor do teste nem do artigo, mas este comentário do senhor Filipe Melo Sousa é simplesmente desprezivel e sem cabimento.

Anónimo disse...

Ao JCD:
Não é uma comparação descabida, não senhor. Há quem demore mais tempo a atravessar. Os idosos, por exemplo (mas não só). Da próxima vez que vir um idoso lento a atravessar a rua, experimente olhar para a cara dele, que logo descobre o pânico.
Ao anónimo das 12.09:
Não perca tempo com esse senhor FMS, que só quer é provocar. É o parvo de serviço.

Filipe Melo Sousa disse...

aguardo uma resposta objectiva, em vez de evasivas em tom de insulto. só demonstra falta de argumentos

Anónimo disse...

Argumentos?

Partindo do pressuposto que os semáforos não são accionados por peões no saldanha (é um facto), temos que a questão que realmente se coloca é saber qual é o meio que tem mais tempo por utente.

Por outras palavras, trata-se de dividir o tempo de verde para carros pelo número de pessoas que passa de carro, e o tempo de verde para peões pelo número de peões.

Parece-lhe justo?

Olhemos novamente para o saldanha.

Cada vez que o verde abre para os peões, dura 20 segundos aberto (estou a ser generoso). E passam cerca de 20 pessoas (estou a ser conservador). Dá 1 segundo por cada pessoa.

Para os carros, o verde abre cerca de 2 minutos (estou a ser conservador), ou seja, 120 segundos.

Nesses 2 minutos passam no semáforo cerca de 25 carros (não olhando para a hora de ponta, em que podem passar apenas 4 carros), cada carro com uma média de 1,6 passageiros (estou a ser generoso, contando com um autocarro), o que dá um total de 40 pessoas.

Aqui chegados, é fazer as contas: por cada automobilista, são dados 3 segundos.

Miguel Carvalho disse...

Caro anónimo das 2:18AM,
acresce outro problema, para lá disso. O seu cálculo está quase viciado à partida.

É que um automóvel tem que esperar em 99% do tempo devido a outros automóveis. Só 1% (estou a ser generoso) é que espera por peões.
Os peões nunca esperam por peões, esperam sempre por automóveis.

Ou seja olhar para os tempos de "verde" como faz, é esquecer grande parte do problema. Por isso contei os tempos de "vermelho" por "causa" no post.

Anónimo disse...

Na minha ótica, como peão e condutor, a maior parte do problema resume-se à falta de educação cívica associada ao individualismo e ao comodismo dos condutores, porque tudo parte das nossas atitudes para com os outros. Para ajudar ao caos, existe uma organização deficiente dos meios de condicionamento ao tráfego, tais como botões de acionamento que, quase todos eles, só servem para enfeitar (pelo menos em Lisboa), passadeiras sem sinalização adequada, mal localizadas e sem tinta. Existem também sequências de semáforos que, a meu ver, só colocam ainda mais o peão em confronto com o automóvel, como é o caso de acenderem os dois verdes em simultâneo com o complemento no mínimo estúpido de um pequenino sinal amarelo com um boneco a piscar lá dentro para alertar o condutor do "perigo eminente" que atravessa na passadeira. Na vez do boneco mais valia o sinal dizer "dead man walking". Agora pergunto... Será que as coisas não se resolvem porque alguém acha que ainda não morreram(ou pior) pessoas suficientes para encher alguma estatística, ou seja, não é prioridade? Dado o estado que o país se encontra, já acredito em tudo...

Filipe Melo Sousa disse...

de acordo com esse método visionário de gestão do espaço (o da paridade de espera), estaria tudo bem que eu fizesse parar o mundo inteiro por 1 hora, desde que isso poupasse uma hora do meu tempo.

Eu lá me vou rindo por estas paragens...

Anónimo disse...

"quantas pessoas (numero de carros vezes número de passageiros por carro) têm de esperar e parar por causa de sua excelência?"
Como a maior parte dos imbecis que se deslocam de carro nesta cidade vão sozinhos (talvez devido à sua imbecilidade), o n de passageiros é quase o mesmo que o n de carros - mas a imbecilidade suprema é que uma pessoa enlatada dessa forma ocupa 20m2 de espaço na cidade e um peão ocupa 2m2 - quem é que deve ser priveligiado então por promover uma economia de espaço urbano?? E o burro é o peão???

Anónimo disse...

Tentei encontrar um espelho neste blog, mas não encontrei. Como raio então, é que o FMS se vai rindo?

Filipe Melo Sousa disse...

"Como a maior parte dos imbecis que se deslocam de carro nesta cidade vão sozinhos (talvez devido à sua imbecilidade)..."

eh eh.. da próxima vez que se quiser deslocar para o Barreiro não se esqueça de pedir boleia a alguém que está a ir para Alfragide. Ou então toca a parar os carros todos, exigindo um lugar de pendura. Eu ia-me rir um bocado. Há mesmo gente que n tem noção, ou que pensa que o pessoal trabalha na mesma empresa que a mulher.

Anónimo disse...

O Sr. Filipe, se quizer rir ainda mais, experimente o reflexo no espelho... Há casos e casos meu caro, não deve é reinar o chico-espertismo nas ruas, mas sim o cumprimento de regras. Já vi que é alérgico a peões, veja lá se isto lhe diz alguma coisa: http://www.youtube.com/watch?v=EGKnGthGK4M ou isto http://www.youtube.com/watch?v=gHT_ufv2iY8&playnext_from=PL&feature=PlayList&p=80B7807903387675&playnext=1&index=21