19/01/2006

Convento dos Inglesinhos: Obra continua

O que se passa no Colégio dos Inglesinhos (popularmente conhecido por "convento") é uma VERGONHA! E é-o desde o início, desde a altura em que a Misericórdia o vendeu ao Grupo Amorim (pelo quintuplo do que lhe custou ao Patriarcado, dizem as más línguas), estipulando no contrato que a futura utilização contemplasse serviços de índole social, o que não se verificará, de todo.

Depois, a VERGONHA continuou quando a CML autorizou a obra, mostrando-se o IPPAR indiferente ao assunto, e a Junta completamente inerte. Não interessa se o projecto que está em obra actualmente é o enésimo projecto, ou se os técnicos e os directores da CML desenvolveram lutas tenazes contra os seus superiores (leia-se vereadores e presidentes), no sentido de salvaguardarem este ou aquele pormenor. O que interessa é que a VERGONHA passou.

E passou e passa, apesar de muitos cidadãos atentos, e não amorfos, se terem manifestado por variadíssimas vezes individualmente ou em conjunto, em abaixo-assinados, denúncias, audiências, reuniões, assembleias, gabinetes, reportagens, providências cautelares.

E a vergonha é VERGONHA, porque quem de direito - CML, MC, MEC - foi sempre indiferente ao longo dos anos ao imenso património que eram os Inglesinhos (classificados pela Direcção-Geral de Monumentos Nacionais, que alguém, e bem, quer extinguir). Numa capital de um país decente, um projecto como o que está em obra seria aprovado, sem dúvida, mas NUNCA num conjunto como os Inglesinhos, pois ali poderia ter sido instalado o Conservatório ou a Escola de Cinema (em vez do Estado gastar milhões na construção de raíz, em locais longe de Lisboa), ou poderia ter sido aberta uma escola de artes e ofícios (coisa inexistente em Lisboa), ou poderia ter sido a sede da Orquestra Metropolitana de Lisboa, por exemplo.

Mas não, quem de direito demitiu-se de toda e qualquer responsabilidade enquanto zelador do património de todos nós. E uma vez que não é uso neste país fazer sentar no banco dos réus quem atenta contra o património, resta apontar-lhes o dedo e gritar: VERGONHA!

PF

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