27/09/2007

Câmara de Lisboa contra terminal de cruzeiros

In Diário de Notícias (27/9/2007)
FILIPE MORAIS
LEONARDO NEGRÃO (imagem)

«A Câmara Municipal de Lisboa aprovou ontem uma proposta que contesta a construção do terminal de cruzeiros, no projecto que a Administração do Porto de Lisboa (APL) quer lançar na zona de Santa Apolónia. A proposta prevê a construção de um edifício de cerca de 600 metros de comprimento, o que tem sido contestado por todas as forças políticas.

A proposta ontem aprovada visa contestar o projecto junto do Governo e da APL, tutelada pelo Ministério das Obras Públicas, e exige ao Executivo que a autarquia seja parte interessada na "discussão e aprovação de qualquer projecto para a zona em causa, bem como para toda a frente ribeirinha". A gravidade da situação conseguiu, como salientou o presidente da câmara, António Costa, levar o vereador Sá Fernandes (BE) e o movimento Lisboa com Carmona, liderado por Carmona Rodrigues, a aceitarem fundir as suas propostas numa só. O documento teve a abstenção dos três vereadores do PSD e os votos a favor de todos os outros membros do Executivo.

No debate sobre a questão, Helena Roseta, do movimento Cidadãos por Lisboa, pediu a António Costa para que agendasse uma reunião extraordinária sobre o terminal de cruzeiros de Lisboa. O autarca acedeu ao pedido, apesar de entender que esta não terá resultado prático, visto que ainda não há matéria sobre a qual se possa deliberar.

Manuel Salgado, vereador com o pelouro do Urbanismo, depois de ter defendido a localização do projecto durante a campanha eleitoral, disse aos jornalistas que continuava a não estar contra o local, mas antes contra o projecto: "a localização é boa, do que discordo é que seja um muro contínuo, porque antes estava previsto uma estrutura seccionada". »

«A proposta conjunta de Sá Fernandes e Carmona Rodrigues sublinha ainda o desagrado "pela forma de diálogo que a APL tem estabelecido com a Câmara de Lisboa". Os vereadores do PSD decidiram abster-se na votação, por considerarem que é prioritário haver um plano global para a frente ribeirinha antes de estar a votar em projectos concretos.

A movimentada reunião pública da câmara aprovou ainda uma moção do vereador Manuel João Ramos, dos Cidadãos por Lisboa, que visa conseguir uma acalmia de tráfego, limites de velocidade e segurança dos peões. (...)»

Curiosa esta posição da CML. Está contra o terminal, ou está a protestar por não ter sido informada? Está contra o muro ou contra o projecto, todo (hotel, centro comercial, muro de 600m x 8m, impacto no desenho urbano do local, impacto no sistema de vistas, impacto no trânsito, etc.)? Por fim, será que ninguém se deu conta que há 2 gares marítimas em Lisboa, a Gare Marítima de Alcântara e a da Rocha de Conde d'Óbidos? Não servem para paquetes de grande porte? Então, adaptem-nas! Ou querem que a APL transforme tudo aquilo em terminal de contentores?

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Paulo Ferrero, respondendo à pergunta "o que quer a CML", os Cidadãos por Lisboa querem, para já, informação sobre toda a frente Ribeirinha, informação essa que têm vindo a solicitar todas as semanas sob a forma de propostas, que não são agendadas, e que ontem voltaram a solicitar sob a forma de requerimento, o qual conseguiu que ficasse agendada uma sessão extraordinária sobre a frente Ribeirinha e as relações da CML com APL(e não só sobre o terminal - a notícia do DN está incorrecta neste ponto) a realizar nos próximos oito dias (prazo máximo).