«Exmos. Senhores,
Registámos devidamente a Vossa sugestão e, de facto, reconhecemos que o Eborense é um navio emblemático, designadamente, para empresa e para os nossos clientes. No entanto, para assegurar as devidas condições de navegabilidade em segurança, necessitaríamos de providenciar uma intervenção profunda que implicaria um custo, segundo as últimas estimativas, superior a um milhão de euros. Com efeito, é um valor excessivo que a empresa não consegue suportar, considerando, entre outros aspectos, as necessidades actuais da restante frota que carece de uma intervenção ampla e urgente. De facto, a nossa grande prioridade consiste em assegurar o normal funcionamento do serviço fluvial que prestamos aos nossos passageiros. Por outro lado, temos duas unidades mais recentes, catamarã ferry, que também necessitam de uma intervenção, embora de valor muito inferior, de modo a garantir o transporte fluvial de veículos na triangulação Belém, Porto Brandão, Trafaria.
Seja como for agradecemos a sugestão e subscrevemo-nos com os nossos cumprimentos,
José Quintal
Direcção de Gestão Comercial
Transtejo»
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Lisboa, 22.12.2016
Exmo. Senhor Presidente da Transtejo
Eng. Tiago Lopes Farias
Cc. Gab.PM, PCML, AML, Provedor da Transtejo e media
Tivemos conhecimento que a Transtejo pretende retirar do serviço o “Eborense”, último dos ferries tradicionais do rio Tejo, porque, aparentemente, não quer ou não sabe como justificar a renovação dos respectivos certificados de navegabilidade e segurança.
Tratar-se-á de um erro estratégico monumental se a Transtejo não garantir, ao menos, a viabilidade do “Eborense” enquanto ferry turístico.
O seu fim seria, pois, um rude golpe para o turismo fluvial e para quem, simplesmente, gosta do rio Tejo. Uma medida incompreensível à luz das boas práticas cada vez mais em voga por essa Europa fora.
Este tipo de embarcação, construída em 1954 pelos estaleiros de Viana do Castelo, com os seus decks abertos e uma concepção geral de nítido e apurado sentido estético, convida evidentemente a que nela se embarque, nem que seja para simples passeio e lazer, assumindo-se estes carismáticos ferries como os nossos “eléctricos do Tejo”.
Solicitamos, assim, a melhor atenção de V. Exa. para a necessidade da Transtejo repensar a anunciada retirada do “Eborense”, de modo a que nos possamos orgulhar em continuar a mantê-lo no nosso rio, se possível devidamente restaurado e dignificado.
Melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Franco Caiado, João Filipe Guerreiro, Miguel de Sepúlveda Velloso, Luís Mascarenhas Galvão, Inês Beleza Barreiros, Júlio Amorim, António Araújo, Paulo Lopes, Rui Martins, Jorge D. Lopes, Carlos Moura-Carvalho, Maria Ramalho, Maria João Pinto, José Amador, Nuno Vasco Franco, Fernando Jorge, Pedro de Souza, Pedro Henrique Aparício, Irene Santos, Fernando Silva Grade
5 comentários:
Subscrevo!
Vergonha! O que outrora foi o "pequeno berço do povo" ser negligenciado desta maneira. Aprendam com o que se faz lá fora!!
Concordo plenamente com esta campanha para salvar o "Eborense"!
Tantos navios históricos que se perderam e que eram símbolos de Lisboa!
De todos, os que tenho mais saudades é dos velhos paquetes que faziam a ligação para o Barreiro; dava a sensação de serem transatlânticos em miniatura!
E também tenho saudades da ligação de Lisboa a Alcochete, se a recuperassem seria um grande sucesso!
Cumprimentos!
Álvaro Pereira
Um navio com história, como é o caso do Eborense, não pode ser abatido só porque a sua exploração já não se torna economicamente rentável.
Todos temos conhecimento dos inúmeros navios que em fim de vida são encostados aos molhes continuando a desempenhar uma função muito importante para a sociedade como marco histórico com funções museológicas ou sociais.
Por isso nos espanta, ou talvez não, a posição da Transtejo em relação àquele monumento histórico.
Só um movimento cívico, à semelhança do que aconteceu com o Gil Eanes, poderá salvar da sucata o Eborense.
Pinto Soares
É bom saber que a censura aos comentários continua viçosa neste recanto.
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