22/05/2019

Mais azulejos para o lixo....


"Destruição de azulejos leva câmara a embargar obra no Chiado
Câmara de Lisboa impôs a preservação dos painéis de azulejos desenhados pelo ceramista António Vasconcelos Lapa, mas estes acabaram por ir para o lixo.

Foram destruídos 33 painéis de azulejos modernistas que decoravam a fachada de um edifício no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa. A câmara municipal decidiu, por isso, embargar as obras de adaptação do prédio a hotel.

A destruição dos azulejos aconteceu já em Fevereiro, mas só na semana passada é que a autarquia a confirmou ao PÚBLICO. Foram “verificadas desconformidades com as condições do licenciamento”, referiu fonte oficial da câmara lisboeta, explicando que a obra foi autorizada prevendo “a retirada dos azulejos da fachada, o seu aproveitamento e recolocação no interior do edifício e a entrega do remanescente material azulejar ao município”.

Mas tal não se verificou. Durante a remoção dos azulejos alguns ficaram danificados e os restantes foram parar ao lixo. É isso que se lê num documento da Divisão de Fiscalização da Direcção Municipal de Urbanismo, a que o PÚBLICO teve acesso. “Segundo fomos informados no local pelo responsável, a retirada dos ditos painéis apresentou-se tecnicamente difícil, tendo-se traduzido na quebra de alguns azulejos em todos os painéis, o que no final não permitiria a sua reposição”, escreveram os fiscais a 15 de Fevereiro."....

In Público por João Pedro Pincha
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5 comentários:

Anónimo disse...

Escandalosa a aprovação da destruição deste património único da cidade de .
Lisboa.
O Autor dos azulejos tem direitos de autor, não deverá princindir e ainda bem.

João Ribeiro disse...

Sim é mau destruírem os azulejos que poderiam ser usados para ornamentar o interior por exemplo mas a reconversão do edifício por um neo pombalino é de louvar, na minha opinião.

Cumpts,

JR

Paulo Ferrero disse...

Mas qual neo-pombalino, qual carapuça, o que vão construir no lugar deste de esquina é um pastiche que nem é neo-pombalino (pq ali nem existia nenhum pombalino) nem neo-transição (que ali, antes do prédio de 1970, existia um edifício de transição) nem nadinha, apenas outro mono, fake e pseudo-qq coisa. Mais um, aliás, pq agora isso virou moda.

Anónimo disse...

De facto para ser Neo-Pombalino teria que respeitar as regras básicas do Pombalino, o que seguramente não se verifica. Supostamente existem regras, que são para cumprir, nunca são questões de gosto pessoal que devem prevalecer. Os pareceres técnico ciêntíficos não deveriam, nem poderiam, ter sido ignorados neste caso. Isso é que é chocante, para além do facto da cidade ter ficado a perder. Nunca se deve trocar o genuíno pela imitação,mais a mais sendo uma má imitação. Além disso é inequívoco que a CML cedeu ao poder económico, em deterimento do interesse público. A própria recomendação da AML foi literalmente ignorada...Este é apenas mais um caso de má gestão urbanística, que deve ser visto a fundo e em pormenor.

Anónimo disse...

Ó mar de betão salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas casas escalavraram,
Quantos fundos aqui obraram!
Quantos palácios foram arrasar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a grana não é pequena.
Quem não quer o decrépito pombalino
Tem que se habituar ao pimbalino.
Deus ao real estate o perigo e o subprime deu,
Mas nele é que fez o carcalhol montar ao céu.