17/03/2011

Abertura da Fundação Saramago adiada para o final do ano

A Fundação Saramago, em Lisboa, já não irá abrir ao público em Junho, como tinha sido planeado. Atrasos nas empreitadas de reabilitação e adaptação da Casa dos Bicos vão atirar a inauguração para Novembro ou Dezembro.

"Já fomos postos a par desse facto em reuniões com a Câmara de Lisboa", confirma Sérgio Machado Letria, da fundação. "Gostaríamos que a abertura se fizesse mais cedo, mas temos de nos cingir às dificuldades que as obras levantam. A Casa dos Bicos encontrava-se num estado muito degradado", acrescenta.

O edifício é da autarquia e foi cedido, em 2008, à Fundação Saramago por um período de dez anos. A fundação havia sido criada um ano antes pelo escritor, com o objectivo de acolher o seu acervo bibliográfico e de se tornar local de estudo da sua obra, de pugnar pela defesa de causas como o meio ambiente e ou a luta contra o aquecimento global do planeta. Na altura pensava-se que o prémio Nobel da Literatura ainda pudesse vir a frequentar o local. Mas José Saramago acabou por morrer em Junho de 2010, com a obra ainda a decorrer. As empreitadas derraparam nos prazos como nos custos: dos 595 mil euros inicialmente previstos, o orçamento disparou para 2,2 milhões.

O plano de adaptação da Casa dos Bicos prevê a ocupação de quatro dos cinco pisos do edifício, já que o rés-do-chão ficará destinado à história do lugar e à musealização dos achados arqueológicos aí existentes. Os pisos destinados à fundação - provisoriamente instalada numa casa da Avenida de Gago Coutinho, na capital - irão acolher a principal biblioteca relativa à obra do escritor, incluindo parte do espólio da sua casa de Lanzarote, Espanha. O projecto inclui um auditório e espaços para exposições e actividades. Também haverá salas de estudo.

Apesar dos atrasos, mantém-se marcado para 18 de Junho -dia em que faz um ano que o escritor morreu -, a cerimónia de deposição das suas cinzas no jardim defronte da Casa dos Bicos. O Nobel ficará à sombra de uma oliveira centenária que será transplantada da sua aldeia natal, Azinhaga, Golegã, distrito de Santarém. No local será colocado um banco de jardim. Junto a ele, em pedra de Pêro Pinheiro, estará inscrita a frase que fecha o livro Memorial do Convento: "Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia."

In Público

3 comentários:

Anónimo disse...

mais um roubo aos contribuintes

Anónimo disse...

Ai, que pena, uma obra tão urgente e baratinha e agora fica adiada por mais seis meses!

Estava tudo a correr tão bem e cai-nos em cima uma destas!!!

Anónimo disse...

Convenientes atrasos nas empreitadas e convenientes derrapagens em orçamentos pagos pelos contribuintes.Continuem assim!