01/03/2011

Pousada histórica com estilo moderno vai nascer no Terreiro do Paço daqui a três anos

In Público (1/3/2011)
Por Carlos Filipe

«Sociedade Frente Tejo concessionou por 50 anos à Enatur, através do grupo Pestana, todo um quarteirão que ainda é ocupado por instalações do Ministério da Administração Interna


Uma unidade da rede Pousadas de Portugal, inserida num edifício histórico do Terreiro do Paço, deverá abrir ao público o mais tardar daqui a três anos, prevê a administração do grupo Pestana. A Sociedade de capitais públicos Frente Tejo, à qual o imóvel foi entregue pelo Governo em 2008, concessionou na sexta-feira o espaço à Enatur por 50 anos. A gestão do hotel ficará a cargo do grupo Pestana.

A futura unidade hoteleira, prevista para ter 80 quartos, situar-se-á na ala ocidental do Terreiro do Paço, em espaços parcialmente ainda ocupados por serviços do Ministério da Administração Interna - entre os quais uma esquadra da PSP -, que já há algum tempo estão em processo de transferência para a parte oriental da praça, na zona também ocupada pelo Ministério das Finanças. Para aquela nova localização está igualmente prevista uma "esquadra policial do século XXI", conforme descreve a resolução do Conselho de Ministros nº 78/2008.

Castelão Costa, presidente do grupo Pestana Pousadas, fala num design moderno para a unidade, que terá restaurante, bar, zonas para reuniões e, "de preferência", piscina interior, para aproveitar a época baixa. "O que dependerá das entidades encarregues de licenciar o projecto, que ainda não passou para o papel", acrescentou.

O edifício do antigo Tribunal da Boa-Hora, a pouco mais de uma centena de metros, e já desocupado pelos serviços judiciais, será o próximo a ser objecto de contrato de concessão com finalidade hoteleira. Todavia, este processo continua a aguardar a intervenção do Estado, "uma vez que o imóvel ainda não foi afecto às atribuições da Frente Tejo", disse ao PÚBLICO o administrador da sociedade, Biencard Cruz.


Segue-se a Boa-Hora

As concessões de um e outro constituirão receitas para a prossecução do projecto de valorização da frente ribeirinha de Lisboa. O valor não foi confirmado por qualquer das partes, apesar da insistência do PÚBLICO, mas as duas concessões juntas ultrapassam os 17,2 milhões de euros, conforme contabilizado pela Frente Tejo no Plano de Actividades de 2009.

Outras fontes de financiamento tardam em acorrer em favor da revitalização da Baixa pombalina, caso da alteração de usos do torreão poente do Terreiro do Paço, desafectado pelo Exército para ser ocupado por um restaurante de grande dimensão. Para o concurso público, concluído em Janeiro, não houve qualquer proposta.

O contrato de concessão do edifício do MAI foi assinado na sexta-feira, horas depois de o primeiro-ministro ter inaugurado o Pátio da Galé, um novo espaço público no Terreiro do Paço. Mas há muito que Frente Tejo e o grupo Pestana tentavam acertar agulhas. Castelão Costa explicou que houve questões burocráticas a ultrapassar. Biencard Cruz respondeu a um pedido de esclarecimento do PÚBLICO dois dias antes da assinatura do acordo, dizendo que a minuta do contrato de concessão "foi remetida pela Frente Tejo, para assinatura da Enatur, em meados do ano de 2010".

A Enatur, de capital maioritariamente público, concessionou a exploração da marca Pousadas de Portugal ao grupo Pestana, que detém 49 por cento do capital da sociedade.»

...

Como? Pode I-S-P-I-L-I-C-A-R?

Um quarteirão inteiro no T. Paço? À ENATUR? Céus, as Pousadas de Portugal de hoje são uma pálida imagem do que eram há 20 anos.

Segue-se a Boa Hora? Mas não tem andado a CML a dizer que vai para ali um equipamento cultural? E o Governo, que anunciou que o CEJ iria para lá por troca com as actuais instalações que passariam, essas sim, a hotel?

Uma esquadra do "século XXI" na ala das Finanças? LOL.

Anda meio-mundo a enganar o outro meio, já sei, não precisam de me dizer.

5 comentários:

Anónimo disse...

ROUBO; no melhor estilo moderno.
Não está em causa a qualidade do grupo Pestana, está em causa a Sociedade Frente Tejo que tem um claro défice de ideias.

Com tantos grupos de hotéis de prestigio por esse mundo fora, num local privilegiado já meio vandalizado pela Frente Tejo, é triste. Não esta gestão não tem qualidade nem categoria para a gestão desta área.

Anónimo disse...

Ui, se era no tempo do Santana das santanettes, o escarcéu que para aí já não ia!

Até o Zé já tinha ido todo escandalizado fazer queixinhas no tempo de antena do Mário Crespo.

As voltas que a nossa pobre capital dá.

lmm disse...

Que eu saiba, a marca "Pousadas de Portugal" é hoje sinónimo de qualidade, desde que o grupo Pestana tomou conta.

Anónimo disse...

Qual a diferença entre Hotéis de Charme e o que representa a marca Pousadas do grupo Pestana?

Pois, mas quando se falou em Hotéis de Charme no Terreiro do Paço, a intelligentzia tuga ficou escandalizadíssima e possessa.

Quero ver o que diz agora, mas estou certo de que não vou ter esse prazer.

Anónimo disse...

lmm já ouviu falar de concurso público?
E se no concurso público não há propostas? Será que o valor pedido corresponde aos valores do mercado de hoje? Será que em vez de passearem pela europa e outros continentes não seria melhor procurar fazer lobby junto de grupos de prestigio? Será que o Terreiro do Paço não merece um hotel Ritz como o da Place Vendôme em Paris, ou um Danieli de Veneza ou ainda um Palácio de Seteais? Temos que gramar as pelintrices minimal e modernaças à portuguesa?
Um hotel de prestígio com nível e categoria iria contribuir para um saudável e prestigiante desenvolvimento da Baixa, pagavam uma renda menor mas prestigiavam a Baixa, floresciam e valorizam o comercio da Baixa, enquanto que a modernice de uma pousada vai fomentar as lojecas pelintras que se instalam na Baixa.
Outra mentalidade, outros conceitos, outra atitude que não a sofreguidão do poder e de votos!
É cansativo!