21/09/2009

Ex. (péssimos) de espaço público (3)




De uma assentada, eis que à custa do famigerado Túnel do Marquês se deu cabo de 3 das ruas mais nobres de Lisboa: Avenida Joaquim António de Aguiar, Avenida Fontes Pereira de Melo e Avenida António Augusto de Aguiar. O espaço público que resultou desta intervenção a pensar no pópó é do pior dos piores como se comprova no local: as árvores foram-se da Av. JAA e do topo Sul da Av.AAA e não virão; o deserto instalou-se e com ele corrimãos e mais corrimãos, passeios em ziguezague e ora estreitos ora largos, placas centrais estapafúrdias, semáforos semeados sem nexo, placas informativas dignas de auto-estrada, enfim, mau de mais para ser verdade. O pior é que não há nada a fazer.

7 comentários:

Anónimo disse...

suburbio mais suburbio não há

Anónimo disse...

As árvores desapareceram da Joaquim António de Aguiar muito antes do túnel.

O que agora também desapareceu da JAA foram os engarrafamentos permanentes.

Anónimo disse...

É a rotunda central de distribuição de tráfego de Lisboa, onde se juntam os 3 principais eixos viários que formam a espinha dorsal de práticamente todo o trânsito da cidade, está á espera de quê, um lago com cisnes e velhotes calmamente a alimentá-los?

Eu não gosto de carros. Eu ando de bicicleta. Eu sou a favor da pedonalização e da ferroviarização, suponho, mobilidade sustentável, árvores, parques etc. etc.

Mas não gosto de refilões. Não me revejo num movimento que se auto-intitula de "cidadania" mas parece ser maioritariamente composto por gente refilona que nunca pegou num livro de urbanismo, ou num livro sobre a História de Lisboa, ou num qualquer PDM do século XX.

Santa paciência. Querem pegar num ser humano e fazer, literalmente, das tripas coração.

A Rotunda do Marquês, pouco depois de ser um baldio onde se faziam umas feiras, foi pensada mesmo para ser uma porta de entrada, ou saída, para a cidade. Era suposto sair de lá, por onde hoje passa o Pq. Ed. VII, a primeira grande estrada Lisboa-Porto, como continuação da Av. Liberdade, e tanto ela como as avenidas que mencionou não vão ser transformadas num sítio paradisíaco só por refilar.

Como principal entroncamento rodoviário, é algo de utilitário. É uma necessidade e não um luxo, é uma casa de banho, todos os cafés têm de ter, mas não perdem muito tempo com ela. Se e quando tivermos alternativas viáveis ao uso do automóvel, e se conseguirmos obter algum sucesso no desmame dos presentes utilizadores desse standard de transporte lisboeta, será o último sítio a ocorrer a alguém transformar em algo belo e visitável.

Afinal de contas, ninguém embeleza uma conduta de um prédio que serve simplesmente para passar cabos. Embelezam os sítios para se parar e estar a conviver. Porque uma cidade é um organismo vivo, composto por vários aparelhos e sistemas, que se sustentam e complementam mutuamente e sem os quais não pode sobreviver como um todo. Não faz sentido gastar dinheiro a embelezar coisas utilitárias.

Quer pagar mais impostos? Eu não. Gosto de árvores, mas não vou pagar para meter árvores no Marquês, visto que eu nunca páro no Marquês, e quando lá passo a correr nuns escassos 30 segundos tenho mais em que pensar do que nas árvores. Tenho muitas ali ao lado no Pq. Ed. VII, se por acaso estiver na zona e me apetecer esplanar, vou ao Botequim d'El Rei num instante.

É preciso, neste movimento, termos gente com cabeça que faça propostas concretas que compreendam a cidade, beneficiem a cidade e sejam exequíveis no contexto da cidade. Obter o benefício máximo com o investimento mínimo em vez de discutir pormenores irrelevantes.

Os nossos políticos, dos quais já tive oportunidade de conhecer pessoalmente uma pequena amostra, não são inúteis, nem desinformados. Mas têm falta de tempo e de orçamento. E não lêem blogs de gente refilona... ;)

Julio Amorim disse...

"Eu sou a favor da pedonalização..." e queixa-se deste post?

"Não faz sentido gastar dinheiro a embelezar coisas utilitárias..." ??

Bolas...e pensar um bocadinho antes de escrever !?

Ai - a - Tola disse...

Caro anónimo das 12:55,

obrigado por chamar à atençaõ à falta de fundamento dos participantes deste espaço. Já agora tem uma sugestão mais concreta, ou seja, poderia recomendar algum nome de um livro de urbanismo que esteja a ler ou tenha lido? Agradecia-lhe bastante essa gentileza. Confesso que estou expectante em lê-los também porque a julgar pelo seu post tem ideias muito certas onde todos deviam ir beber, a saber: retirar árvores faz sentido se as vias são meras portas de entrada em Lisboa, não pagar para ter árvores em sítios onde se passa demasiado a correr para apreciar - Monsanto, meu Deus, que desperdício de bom terreno para construir porque afinal quem é que lá vai? No entanto duas perguntas me assaltam: por um lado não vive bastante gente nas ruas paralelas e perpendiculares à Av.AAA? Na realidade não é proibitivo comprar ou arrendar nessas zonas por serem demasiado caras? Outro facto que me incomoda por não ter resposta é que as entradas das cidades não eram tipicamente embelezadas e até munidas por monumentais portas - Bradenburgo, Porta de Carlos III em Madrid para receber a raínha estrangeira, o arco da Rua Augusta como porta marítima para entrar em Lisboa - de forma a dignificar a própria cidade? Aguardo as suas sugestões literárias.

Anónimo disse...

Caro Paulo Ferrero e restantes frequentadores deste blogue,
A Associação Lisboa Verde tem lutado contra a tedência em diminuir as zonas arborizadas na cidade de Lisboa, quer eliminando separadores centrais das maiores vias rápidas, quer tapando caldeiras destinadas à plantação de àrvores, sempre que surge uma oportunidade.Tem por finalidade esta luta humanizar a nossa cidade.
No que respeita ao caso vertente, chamo a mehor atenção para a resposta da Divisão de Estudos e Projectos da CML:
"De acordo com o solicitado, informa-se que existe, em desenvolvimento, na Divisão de Estudos e Projectos, um Projecto para o eixo R. Joaquim António de Aguiar e a Av.Eng. Duarte Pacheco (entre a rotunda do Marquês de Pombal e o C.C. Amoreiras), onde as preocupações, apresentadas pela associação Lisboa Verde, se encontram enquadradas.
Esta carta é datada de 19 de Dezembro de 2008. Até agora nada aconteceu!
Trata-se de mais uma longa espera...
Saudações
Pinto Soares

Anónimo disse...

(dedicado ao anónimo das 12:55)

Estes louva autoestradas, túneis e grandes dificuldades em andar de transportes públicos porque são muito maus, agora também se dizem todos ciclistas :D

ya, ya, eu por acaso tenho-vos visto com as binas em cima dos carros pró estilo... oh que pachorra hein?!