30/09/2009

Acerca de uma notícia do Público (22/9/2009) ...




E das declarações oficiais da CML em como pretende construir parques de estacionamento no Coleginho, junto à Rua Costa do Castelo e na Rua dos Lagares (imagens), ou seja, precisamente na zona histórica da Mouraria que ainda mantem alguns logradouros intactos, há que tornar bem claro que tais parques terão a nossa frontal oposição.

Achamos que é tempo dos responsáveis camarários perceberem, de uma vez por todas que não é possível criar um lugar de estacionamneto para cada residente. Muito menos nos bairros históricos! Por favor, actualizem-se!!

6 comentários:

Rodrigo disse...

mas como tb há pessoas contras os elevadores e escadas rolantes, em que ficamos? como criar condições para as pessoas querem lá viver é que nem todos são idealistas

Anónimo disse...

Vivo em Madrid onde existem centenas de parques para residentes, em todos os bairros e principalmente nas zonas históricas.

Aqui os bairros estão cheios de pessoas, todas as famílias têm carros, mas os carros estão debaixo dos logradouros ou das praças. Por cima há jardins e parques infantis.

Deviam vir cá ver, para perceber melhor como se faz.

M.Rui

Anónimo disse...

Caro Arq. Luis Marques da Silva,

Morei alguns anos perto da Rua dos Lagares, pelo que sei por experiência própria as dificuldades na zona para estacionar. Só foram ultrapassadas com o arrendamento de um lugar de garagem num dos raros prédios da zona com garagem. Permitiu-me também deixar de ter o carro assaltado com frequência. Não me parece má ideia disponibilizar à população um parque num terreno abandonado à décadas. Não é real esperar que as zonas históricas fiquem repovoadas sem dar às pessoas algumas condições. Ao longo destes anos foram vários os jovens que chegaram e partiram passados poucos anos. E as razões foram invariavelmente as mesmas. Insegurança e dificuldade em estacionar, para além de questões relacionadas com o próprio parque habitacional. Para quem vive naquela encosta, a solução passa pelo Parque do Martim Moniz. Acredite que é uma situação utilizada por alguns. Mas quando se torna complicado subir a encosta, e normalmente acontece quando os casais jovens têm filhos, esta deixa de ser uma solução razoável. Várias vezes defendi uma solução idêntica em certos bairros como forma de "prender" a população jovem que ainda sonha em morar num bairro histórico. Não só ao nível de estacionamento como fornecendo espaços para arrecadação nos mesmos edificios, visto que a maioria das casas nestes locais é bastante pequena. Nesse sentido julgo ser uma óptima ideia a construção do parque de estacionamento neste local. Lamento discordar da sua opinião mas neste caso é profundamente desajustada da realidade.

Anónimo disse...

se forem parques para residentes concordo que se façam..
se forem para residentes nem por isso.

se queremos ter as zonas historicas habitadas e reabilitadas convem tentar criar o maximo de condições para atrair as pessoas, seja com escadsa rolantes, parques de estacionamento ou outra coisa qualquer

António Muñoz Arq disse...

É evidente que é preciso manter os espaços livres e verdes dos logradouros !
(Parabéns pela notícia, colega)
Não se pode contrapôr ,falsamente,que é preciso destruir os logradouros para armazenar a lata urbana,vulgo "estacionamento"(carros).
Os carros a mais só se resolvem com Planeamneto e Ordenamento da cidade , palavras estas desconhecidas e odiadas pela nossa Câmara...

Raul Nobre disse...

Frequento diàriamenta o bairro de Alfama. Para além de conhecer as Travessas e o Becos, conheço as pessoas: os velhos, os novos, os do álcool, os da droga, os carteiristas, os engenheiros, os médicos, os fadistas, etc. Sei qundo este ou aquele está doente, se foi internado, se perdeu o emprego, se deu uma tareia na mulher, etc. etc. Enfim, conheço os "alfameses" e até falo "alfamês" (atenção que isto´agora foi brincadeira). Esta introdução vem a propósito do seguinte: Há algum tempo, conheci um daqueles arquitectos (o pessoal do bairro chama-lhes "os arquitontos") que estava por lá a trabalhar na "reabilitação" um dos edifícios. Como achei que alguns aspectos da "reabilitação" eram verdadeiras aberrações, perguntei-lhe se conhecia algo da História de Alfama e verifiquei que a ignoráncia era enorme. Enumerei os nomes de vários dos actuais personagens mais conhecidos lá no bairro e verifiquei que não conhecia ninguém. Perguntei-lhe se, por exemplo, sabia como tiram um morto daquelas casas (escadas íngremes e estreitas) ou porque razão é importante colocar-lhe o cinto nas calças no caso de ser um homem, etc. etc. Aquele desgraçado arquitecto tudo desconhecia. A vivência do bairro não era nenhuma. A ressonância afectiva com aquelas pessoas não existia. Quando lhe perguntei onde ia comer à hora de almoço, respondeu-me que ia comer a Algés!!! É claro que com arquitectos destes, o resultado são as obras que por vezes nada têm a ver com o bairro, que estão desinseridas do local,das pessoas e da História. E depois fazem um ar superior, armados em "senhores", não se apercebendo que ao fazer asneira e ao querer justificar a asneira, denotam apenas que são broncos. É evidente que esta carapuça não serve na cabeça de todos os arquitectos.