28/11/2017

E outra vez os "vencedores" do Orçamento Participativo. Não, isto não é a democracia a funcionar

Ao contrário das eleições municipais, onde votamos em conjuntos de ideias agregadas em programas eleitorais, no orçamento participativo os cidadãos votam apenas numa única ideia (bom, são duas, uma local e uma municipal).
Mesmo que todos os lisboetas participassem, a ideia ganhadora seria escolhida meio aleatoriamente e teria apenas o apoio de meia dúzia de pessoas - bem longe do que deve ser uma democracia.
E é por isso que no orçamento participativo temos sempre projetos vencedores duvidosos (não é o caso do memorial no título, mas abram a notícia e vejam os outros vencedores). Ao contrário do que a Câmara Municipal de Lisboa diz, isto não é a democracia a funcionar, e os lisboetas a escolherem melhor o destino das verbas, etc. 

E até existem soluções; cada lisboeta poder escolher as 5 ou 10 ideias preferida, seriando-as, por exemplo. Os vencedores seriam bem mais consensuais. Para uma ideia ganhar não bastaria ter o voto de 200 pessoas organizadas, seria preciso o apoio de uma percentagem maior dos participantes.

3 comentários:

Anónimo disse...

Totalmente de acordo.

Este modelo de orçamento participativo é uma fraude.

Anónimo disse...

"Colocação de uma peça de arte pública com a palavra de Lisboa, em que cada letra vai simbolizar a dimensão cultural da capital e de Portugal"

Gosto especialmente desta! Que ideia tão útil, nem consigo imaginar nada mais relevante onde gastar dinheiro, espero que Joana Vasconcelos seja convidada (e devidamente paga) para embrulhar tudo num bonito crochet.

Lixoboa disse...

Esse memorial da culpa branca é precisamente o monumento mais discutível: como se africanos não tivessem escravizado e vendido outros africanos para português comprar e vender depois.
Não há nada pior do que o complexo de culpa dos brancos, de facto.