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02/12/2010

Moradores dizem que obras da CRIL estão a afectar habitações


In Sol Online (2/12/2010)

«Os moradores de Santa Cruz de Benfica acusam a Câmara de Lisboa de «abandonar os seus munícipes» ao ignorar os impactos da obra final da CRIL, que, segundo os habitantes, está a afectar a «estabilidade estrutural das habitações».
De acordo com o representante da comissão de moradores Jorge Alves, vários proprietários de moradias contíguas ao local onde está a ser construído o sublanço Buraca - Pontinha da CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa) queixam-se de que a cedência dos terrenos tem provocado abatimentos e rachas nas paredes, inclusive com mais um centímetro.

Ana Paula, que reside a menos de 40 metros das obras, na Rua Comandante Augusto Cardoso, contou à agência Lusa que as fissuras começaram a surgir nas paredes da sua casa em 2009.

Entretanto, chegou a estar sem água num anexo devido a um «abatimento do terreno em cerca de 20 centímetros», a ver os candeeiros a abanar, como num «autêntico tremor de terra», e a ter loiça partida.

Já apresentou uma queixa, contactou a Estradas de Portugal e o empreiteiro, a Bento Pedroso, mas «a resposta foi de que as obras não têm nada a ver com as fissuras».

Ainda assim, diz que alguns vizinhos estão numa situação «muito pior».

Para tentar encontrar uma solução e salvaguardar os interesses dos habitantes, a comissão de moradores quer ter, com urgência, uma reunião com a autarquia, que pedirá hoje ao presidente António Costa numa reunião descentralizada do executivo.

Jorge Alves defende que a Câmara de Lisboa tem uma grande responsabilidade, até porque a obra teve o aval do antigo presidente Carmona Rodrigues (PSD).

Agora, com o PS na presidência, o representante considera que o executivo de António Costa se isentou das suas obrigações: «Embora consciente de que este projecto era uma aberração, aceitou-o como um facto consumado».

A comissão não entende como o município não actua, «desculpando-se de esta ser uma obra do Governo», quando um dos seus vereadores, Fernando Nunes da Silva (independente eleito na lista do PS), considerou o projecto «um crime».

Na opinião de Jorge Alves, «se um responsável político diz que todo o processo é um crime» então é necessário que a câmara tome uma posição.

«Caso isso não aconteça vamos avançar com queixas-crime», adiantou.

Lusa / SOL»

12/09/2008

Moradores do Bairro de Santa Cruz pedem à PGR investigação à Estradas de Portugal sobre obras na CRIL

In Público (12/9/2008)

«A comissão de moradores do Bairro de Santa Cruz (Benfica) pediu ontem ao procurador-geral da República que mande investigar as ligações de responsáveis das Estradas de Portugal (EP) a empresas que fazem estudos na área do ambiente e da arqueologia, relativos a obras da EP.
Citando notícias divulgadas no sábado pelo PÚBLICO, que apontam ligações de técnicos superiores da EP à empresa Geoarque, responsável por grande parte dos estudos de arqueologia encomendados pela EP, os moradores do Bairro de Santa Cruz, afectados pela construção do último troço da Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL), lembram que já tinham denunciado uma intenção de "ocultar património arqueológico" descoberto na zona da Buraca, envolvendo um daqueles técnicos.
"A serem verdade estas ligações de altos funcionários da EP às firmas a quem são entregues os estudos ambientais e arqueológicos necessários para as obras da responsabilidade daquela empresa, estes trabalhos não nos merecem credibilidade alguma", disse à agência Lusa Jorge Alves, daquela comissão de moradores. "Exigimos que esta situação seja investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para que se apure toda a verdade", disse, acrescentando que "alguns funcionários citados nas notícias" fazem parte da fiscalização da obra da CRIL. "Que confiança podemos nós ter nestas pessoas?", questiona Jorge Alves, explicando que os moradores já em Julho tinham revelado uma descoberta que terá sido feita durante as obras da CRIL, junto à parede do Aqueduto das Águas Livres, e que - dizem - "foi ocultada do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar)" por um técnico da EP. De acordo com Jorge Alves, as informações prestadas ao Igespar sobre aquela descoberta por um dos técnicos da EP que, segundo o PÚBLICO, controlam a Geoarque, firma que fez a prospecção arqueológica da obra da CRIL, não coincidem com fotos do local a que os moradores tinham tido acesso.
Na altura, fonte do Igespar confirmou a disparidade de informações, tendo enviado para o terreno um arqueólogo para averiguar a situação. A comissão de moradores pede igualmente ao primeiro-ministro que "mostre as suas preocupações ambientais" em relação à CRIL e acusa o Governo de ter "apenas preocupações eleitoralistas relativamente a esta obra". "No contrato com a Bento Pedroso, a quem foi adjudicado o último troço da CRIL, há uma cláusula que encurta a duração da obra de 700 para 670 dias, precisamente para terminar em Julho de 2009, a tempo de ser usada na campanha eleitoral", afirmou Jorge Alves.
A administração da EP mandou abrir um inquérito às ligações de dois dos seus técnicos à Geoarque depois de, na semana passada, ser questionada pelo PÚBLICO acerca do assunto. »