11/06/2010

Inaceitável: Deltatejo estropia Monsanto anualmente














... e nem paga taxas à CML, que aliás serão insuficientes para o estropiamento que provoca naquele que pomposamente é apelidado de Parque Florestal de Monsanto. Não bastavam as vias rápidas em que se transformaram as estradas que por lá há, não bastava o chumbo do campo de tiro, não bastavam as construções e o banco de terrenos em que o parque se transformou, para agora ainda haver uma marca de cafés a estropiá-lo à custa de um festival de música, que pode ser muito interessante mas que devia ser feito noutro local. Ninguém trava isto?



Fotos: AL

11 comentários:

Unknown disse...

acabei de enviar um e-mail para: comunicacao@delta-cafes.pt
a protestar.Uma vergonha!

Anónimo disse...

É só isso chegar aos ouvidos do Zé que ele embarga tudo imediatamente.

Podem ficar descansados.

Anónimo disse...

O inaceitável torna-se aceitável quando ninguem faz nada para o impedir.

E os camiões - e demais maquinaria - até é relativamente facil de travar. Ilegalmente, é certo, mas ainda assim relativamente facil.

A.lourenço disse...

Gostaria , a semelhança do que fiz num post anterior sobre este assunto, brincar e ironizar um pouco. Apetecia -me dizer que estas redes são para proteger estas novas espécies, como lhes chamei anteriormente, dos habituais visitantes , ou dos mirones, que são para os proteger da má influencia e da agressividade doutros animais , habitantes daquela zona como os coelhos, as cobras, as perdizes ou os insectos,ou até de alguma planta que ali ouse sobreviver. Mas por agora basta.Só me apetece é dizer que basta.Nunca pensei que este parque pudesse voltar a ser tão maltratado.Nunca pensei que uma ofensiva tão grade pudesse voltar.Desde os tempos do presidente Cruz Abecassis que não se via uma ofensiva tão grande contra o Parque Florestal de Monsanto. Com uma agravante , que agora os tempos são outros e as coisas têm uma importância que nesse tempo não tinham.Com outra diferença fundamental que hoje tudo é feito com muito mais esperteza, melhoram-se uns sítios, e esses são bem publicitados, para estragar noutros. É apenas outra maneira de estragar mas o resultado é o mesmo.
Duma coisa não tenho dúvidas já, e acompanho a vida deste parque há muito tempo, esta é sem dúvida, no que respeita a Monsanto, a pior direcção de espaços verde desde o tempo de Cruz Abecassis Nunca pensei vir a afirmar uma coisa destas.
Espero sinceramente estar enganado e que o futuro me desminta.

Coelho-do-monsanto-onde-vão-montar-o-festival-e-amigo-de-uma-andorinha-que-lá-tem-o-ninho-que-por-sua-vez-foi-comido-por-um-esquilo. disse...

Tanto alarido por causa de nada. E
é mesmo nada de nada. Por muita simpatia que tenha pelos auto-denominados defensores do Monsanto, não percebo qual a importância desta situação em especifico.

O festival que por aqui tanto se fala é realizado numa área periférica ao Parque Florestal do Monsanto. É realizado - em exclusivo - num local aberto onde não existem mais de meia dúzia de árvores e muito cascalho. É realizado portas meias com zonas urbanas, nomeadamente os bairros sociais da Ajuda e o complexo universitário. Não vou dizer que estes ficam do outro lado da rua porque estaria a mentir, alguns edifícios do complexo universitário ficam mesmo... ao lado deste espaço agora utilizado para o "festival". Trata-se de um local que na verdade não passa de uma moita, sem qualquer tipo de utilização, sem vias pedonais para passeio, sem uso humano, pouco convidativa até para animais, sem nada. Degradado. Estava assim há anos. Décadas. Sem ninguém lhe dar importância. Sem ninguém o querer qualificar. Sem ninguém o limpar. Sem ninguém se importar. Julgo não estar enganado até em ter sido aquele o local utilizado como estaleiro de obras aquando a construção dos edifícios universitários. Se não fosse o festival até suspeito que por ali não houvesse mais do que canas e silvas que nunca seriam limpas.
Enfim. Já se sabe. Em Portugal não se pode fazer nada que aparecem logo os ofendidos. Mesmo que se trate do local mais esquecido e sem qualquer utilização do Monsanto, como é o caso deste. Falam do "Parque Florestal do Monsanto" como se estivéssemos a falar do coração deste, e não de um local já relativamente exterior, reduzido, e que nunca teve qualquer uso. Mas claro que estes "pormenores" não interessam nada.

Jorge Pinto disse...

O que tem mais piada, embora isto não tenha graça nenhuma, é que o sítio da DeltaTejo http://www.deltatejo.com/ se auto classifica como um 'site ecológico'.
A ecologia destes promotores de espectáculos de massas fica-se pelo mundo virtual. E ao que parece a consciência ecológica da CML também não ultrapassa a fronteira do virtual para o mundo real.

A.lourenço disse...

Caro- anónimo- coelho- do- Monsanto- que- mais parece -uma Raposa, que também há em Monsanto embora o caro Coelho, por ventura, nem imagine que isso seja possível.

Vou fazer de conta que não imagino donde vem esse comentário e fazer de conta também que estou a falar com um cidadão interessado e descomprometido.

Claro que esses argumentos são a escapatória de quem quer explicar o inexplicavel.

1º Desculpe a frontalidade mas não tem nenhuma simpatia pelos defensores de Monsanto, talvez já tenha tido , noutros tempos , quando lhe dava jeito ou a alguém que conhece.

2º"O festival que por aqui tanto se fala é realizado numa área periférica ao Parque Florestal do Monsanto"
Realmente o festival é realizado numa área periférica de Monsanto, que o é agora,não era há uns anos atrás, como outras.É engraçado que se diz sempre que não faz mal , é na periferia do parque, como no caso da REN por exemplo. O que se esquece de dizer é que se vão comendo as periferias aqui e acolá e que essas áreas de periferia desaparecem e outras que eram interior passam a ser periferia de um momento para o outro.E assim periferia a periferia se vai diminuindo a área do Parque.
Tem sido assim ao longo dos tempos , está a ser assim com a REn, é assim com o Delta tejo , embora de outra forma.
No parque não existe periferia e interior, o parque é um todo e todas as zonas são importantes . Também não são apenas importantes as zonas com árvores, as clareiras também o são e têm a sua função dentro duma floresta.
(cont.)

A.lourenço disse...

3º Quando fala do terreno, que não passa "de uma moita" e que esteve abandonado, refere-se concretamente a uma pequena parte do terreno em questão e toma-o, delíberadamente, por um todo. É verdade que parte do terreno, roubado ao parque para as universidades, exactamente com as mesmas justificação que dá, ficou , depois das obras destas muito mal tratado.Foram deixados entulhos e lixos da construção que entretanto se foram misturando com a vegetação ,com as terras etc . Isso é inquestionavel e representa bem o desleixo de quem governava na altura e permitiu aquele crime.Desleixo também de quem governou entretanto e nunca fez uma limpeza adequada do local.Mas nos tempos do Engº João tremoceiro fez-se ali um grande limpeza( passou até a ser ali uma das entradas "oficias" do Parque) , o que não quer dizer que não tenha ficado muito lixo, ficou, e ficou mais visível aquando da 1ª edição do festival delta tejo. E apenas foi realmente limpo por uma razão: já depois do festival, porque lixo deixado pelo festival era de tal ordem, a juntar ao já existente, que a Plataforma por Monsanto protestou, existem registos fotográficos e outros disso, e a Delta prontificou- se a limpar o terreno, o que aconteceu dias depois do protesto.Apenas assim a limpeza foi feita.Não houve nenhuma requalificação , nada. O que houve foi uma limpeza por pressão da Plataforma por Monsanto.(O mesmo aconteceu no ano passado em que 1 mês depois do festival os terrenos ainda estavam imundos, também só depois de pressão feita pela PPM os terrenos foram limpos).

O facto de uma entidade responsável não cuidar do que lhe diz respeito, não pode justificar nunca que outros venham e destruam ainda mais.

Mas refiro uma vez mais: a área a que se refere representa um pequena parte de todo o terreno para o festival. Porque mais para cima tem carreiros, (um deles muito frequentado por BTTistas e agora irremediavelmente destruido e cortado a meio por vedação) , tem pistas pedonais (existe por exemplo também uma via pedonal e ciclável, que é uma das entradas do parque mesmo ao lado de uma via agora construída ) e é um sitio bastante frequentado e com uma vista fabulosa sobre o rio.

4ºRepito: Não houve ali requalificação nenhuma . O que está acontecer é que agora existem muitas mais pedras, montes de terra e cascalho, vias abertas sem nexo , obras que têm um único fim:Servir o festival. E são feitas tanto nessa área mais empobrecida como na outra mais sensível e bonita, sem qualquer cuidado, com maquinaria pesada, sem respeito por nada.
Existe, ou existia, um plano de requalificação da área do tempo, se não me engano, do vereador Rui Godinho que nunca foi posto em prática e que esse sim deveria ser feito o mais rápidamente possivel.

A.lourenço disse...

5ºAfirma que nunca ninguém se preocupou com aquele local.Pode ter a certeza que sempre "alguém" se preocupou, desde os tempos da festa do avante que se realizava ali, (e já agora pergunto, porque não se poderá voltar a realizar ali, ou outros festivais, ou a feira popular, se uns têm direito porque não outros?) passando pela construção das universidades e pelo estado em que ficou a seguir. Só que para quem está na oposição dá jeito juntar-se ao protesto, para que é poder, ou passa a ser poder, são sempre os mesmos pseudo- isto ou aquilo e estão sempre ao serviço de alguém.

6º diz que não é no coração do parque se fosse...
Este não é no coração, mas os projectos para o Panorâmico são para o coração do parque, o Clube de tiro está há três anos ilegalmente, no coração do parque e numa das zonas mais sensíveis e não me venha arranjar bodes expiatórios. O problema do Aquaparque, que teve um fulgor inicial, convenientemente mediatizado só avança devido á comissão de moradores , sem qualquer apoio da CML que parece querer esquecer o assunto, a Ren...

Resumindo:
O que estava degradado mais degradado está, o que estava aceitável está degradado e tudo é feito sem ter em conta o mais importante: O Parque florestal de Monsanto.


Cumprimentos, desculpe alguma coisa e sendo um coelho veja se não vai para o local, pode ficar espalmado debaixo de algum cilindro, ser comido por uma escavadora, ou ainda, ficar entalado nos ferros da montanha russa...

Ps , as minhas desculpas a todos por um comentários tão longo.

Coelho-do-monsanto-onde-vão-montar-o-festival-e-amigo-de-uma-andorinha-que-lá-tem-o-ninho-que-por-sua-vez-foi-comido-por-um-esquilo disse...

Primeiro referir que o meu comentário é completamente descomprometido, e que nem sequer sou simpatizante do festival pois não tenho qualquer intenção do vir a visitar este ano, embora já o tenha feito em edições anteriores, apenas porque tive acesso a entradas gratuitas.
Resta-me voltar a sublinhar que o festival é realizado numa área periférica do parque. De facto o parque Monsanto é “um todo” mas convenhamos que existem locais mais interiores, e outros mais exteriores. Este local, onde é realizado o festival é completamente exterior. É o fim da linha do Monsanto, não sendo sequer arborizado. Para além de não ser arborizado, está como concordou bastante mal tratado, sem qualquer utilidade ou uso. Nem sequer é uma clareira pois não é cercada pelo coberto arbóreo do parque. Além disso está nesta situação há vários anos, décadas. Pior, não há previsão para que o cenário venha a alterar-se.
Posto isto, não vejo mal nenhum na realização do festival num espaço degradado, sem uso, e desqualificado de qualquer importância. É um espaço desprezado pelo próprio parque. Sinceramente até vejo naquele espaço algum potencial para ser uma das portas de entrada do Monsanto à população, com alguns devidos condicionalismos, mas dado que actualmente o que temos é um desterro, não encontro qualquer problema para que por ali se realize um festival temporário, até porque este pouco - ou nada - entra no parque do Monsanto propriamente dito. Quanto a uma Feira Popular ali, isso sim, seria absurdo e extremamente inconveniente para o Monsanto.
O meu comentário só surgiu pois observei que alguns “pormenores” estavam a ser esquecidos. Grande parte dos lisboetas não tem qualquer noção sobre o Monsanto, a não ser uma imagem verde no horizonte. Acredito que muitos leitores deste blog desconheçam até por completo o sítio específico onde se realiza o festival. Ao verem os textos e fotos acompanhados de “Monsanto”, “estropiar” et cetera e tal, podem facilmente ficar com a ideia errada que se está a violar o Monsanto, no seu coração, abatendo árvores com maquinaria pesada que destruí e aplana tudo à sua passagem, e não é propriamente isso que está a suceder.
Por fim devo referir que nem sequer percebo o fetiche de escolher sistematicamente aquele local para realizar o festival, é uma má escolha por várias razões, mas isso já é problema dos promotores.

A.lourenço disse...

caro Coelho, volto a referir que continua apenas a falar de uma parte do terreno. Quanto ao facto de gostarem de fazer ali o festival isso deve-se a vários factores entre os quais poderem fazer praticamente o que quiserem desde que depois dêm umas compensaçõesitas, o custo do terreno e a sua previligiada situação geografiaca acompanhada de uma magnifica vista sobre o Tejo.