24/03/2012

O que António Costa poderia ter feito no seu "Bairro"antes de partir para o Intendente (1), por António Sérgio Rosa de Carvalho. 21/04/2011


António Costa veio anunciar em Triunfo a deslocação da Sede da C.M.L.para o Largo do Intendente.(Mudança de António Costa custa 672 mil euros)
Já anteriormente me pronunciei sobre isto :"Aguardemos com expectativa os possiveis efeitos positivos ... mas há algo de demagogia e de "timing" eleitoral afim de garantir "algo" para apresentar no fim do mandato ...
Assim garanta esta presença uma melhoria em todos os aspectos associados à Reabilitação Urbana e que traga um novo "élan" ... e uma melhoria perante a passividade e inoperância demonstrada até agora pela CML, em face dos desafios da Reabilitação Urbana."
Mas,paradoxalmente, é precisamente na envolvente imediata da Sede da C.M.L. que se encontra o "Bairro" com os maiores desafios e a maior importância estratégica para a qualidade de vida no quotidiano e o prestigio da Imagem Internacional de Lisboa:
...A Baixa ... Perante este paradoxo podemos então perguntar qual a razão para esta deserção ... esta retirada estratégica ? Se há ainda tudo para fazer na Baixa ?


Curiosamente, no dia 4 de Abril de 2011, precisamente no dia em que António Costa anunciava também em Triunfo, um investimento: Projectos de 350 milhões " É desta forma que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, descreve os 19 quilómetros da futura frente ribeira." ...
... no mesmo dia portanto, o Público publicava um artigo:
Sociedade Frente Tejo sem verbas para acabar obras na Baixa pombalina de Lisboa
Estão em causa pelo menos sete projectos
Esses projectos parados por falta de verba são:
Espaço público do Campo das Cebolas e Doca da Marinha ?(3,3 milhões de euros);
Requalificação da ligação da Rua do Arsenal à Rua da Alfândega (2,5 milhões);
Recuperação das fachadas da Praça do Comércio ?(2,2 milhões);
Projecto do Jardim Tropical ?(1,5 milhões);
Projecto do Jardim do Palácio de Belém (796 mil euros); Mobiliário urbano, sinalética e iluminação para a Praça do Comércio (1,7 milhões de euros);
Construção da Escola Portuguesa de Arte Equestre (7,3 milhões).



Perante esta calamidade o Arquitecto Biencard Cruz da Sociedade Frente Tejo afirmava no Público:
Admite sair em Setembro . Biencard Cruz: "Eu, por mim, vou-me embora"
É impossível não notar o tom de descontentamento nas palavras do arquitecto João Biencard Cruz. "Eu, por mim, vou-me embora", desabafa, quando questionado sobre o futuro da Sociedade Frente Tejo. Remete, porém, para Setembro uma decisão final sobre a sua permanência no cargo de administrador. É nesse mês que termina o mandato da actual administração. "Das duas, uma: ou prorrogam o mandato, ou não sei. Como agora se fala em extinguir tanta coisa..." O arquitecto, com 70 anos, diz que está "à vontade" seja qual for a decisão do Governo que estiver no poder nessa altura. E, apesar das dificuldades, Biencard Cruz já concretizou um "sonho" de muitos anos. "Conseguimos dar vida ao Terreiro do Paço", afirma, sem esconder que tem sido "cansativo".

Biencard Cruz preside à Frente Tejo desde Julho de 2008, quando sucedeu ao advogado José Miguel Júdice, que abandonou a gestão da sociedade sem revelar os motivos.



Ao observarmos o estado da dos pavimentos da Praça do Comércio, que depois da intervenção apressada para a visita do Papa, ficaram “a meio” ... ao observarmos a forma escandalosa como foi tratada toda a envolvente do Cais das Colunas ( Monumento Nacional) e o “baldio”vergonhoso em que se tornou a Ribeira das Naus, compreende-se o embaraço de Biencard Cruz ...
Mas, afinal quem pareçe que se vai embora primeiro ... é António Costa ... deslocando toda a sua atenção para o Largo do Intendente ...






E no entanto a alternativa aos periscópios ... não está longe ... basta ir ao Largo de Camões ... o bom senso e a sensibilidade contextualizante é que parecem estar bem longe ... a última imagem é da Cour Napoleon no Louvre ...




Inauguram-se esplanadas ... e deixam-se no pavimento intactas ... as bases de "kiosks" de Jornais ... mesmo em frente da placa comemorativa do Regicídio ...


O pavimento central não demonstra capacidade de “envelhecimento” nobre .... comparar com o pavimento em lioz da Agência Europeia Marítima ...




Pavimento em lioz da Agência Europeia Marítima ...










8 comentários:

João Garcia disse...

È de facto um espetáculo pindérico, de gente habituada a gerir a coisa pública como novo-rico... O resultado está à vista...

Anónimo disse...

não há dinheiro para o fundamental...

Anónimo disse...

Prioridades

1-Substituir piso da Praça do comércio e luzes pseudo modernas
2-Substituir pavimento ao pé do Arco da Rua Augusta
3-Por bancos e possivelmente árvores no praça do Comércio
4-Construir o projecto da Ribeira das Naus

Rui Dias disse...

De facto! Parece que à medida que os anos passam e começamos a sentir os resultados de todas estas obras de requilificação, existem cada vez menos locais intacto ou sequer acabados, que possam ser mostrados com orgulho a quem nos visita, ou sequer usufruídos pelos que cá habitam.

A Baixa encontra-se num estado lastimável. A Praça do Comércio, como o autor refere, está incompreensivelmente inacabada, desde que a obra... foi termina!?!
O percurso entre a Praça do Comércio e o Cais do Sodré é, diria, inexistente. O mesmo se passa para o Campo das Cebolas.

A zona de Belém, em particular a zona dos museus, importante não só para quem visita a cidade, mas como pólo de lazer de quem mora nela, articula-se com dificuldade com a zona da Torre de Belém. Mesmo ao lado, a Fundação Champalimaud, "vive" isolada na sua "ilha".

Do meu ponto parece cada vez mais uma manta de retalho que exigiria estratégia de integração, e provavelmente uma forma de "fazer cidade" mais abrangente. Seja ao nível do espaço público, seja ao nível do edificado, como muitas vezes tem sido aqui referido.

João Garcia disse...

Rui Dias, gostei da sua análise.
Parece que Lisboa é governada pela pomposidade, negligenciando coisas simples, mas bastante importantes, como a qualidade de percursos pedonais.
Nem sempre é preciso gastar muito dinheiro para as coisas ficarem bem.
Falou e bem de Belém, ao qual recordo se permitiu recentemente a construção de um Hotel que não contribuiu em nada para essa articulação (apesar de achar a obra em si muito interessante), tornando-se numa oportunidade perdida.
Poder-se-ia para já ter construído o hotel no CCB ali ao lado (que está previsto ser construído), e planeado melhor a articulação entre o Mosteiro e a Torre.

Outro exemplo é a praça do Terreiro do Paço. Se não descuro a necessidade de uma renovação, já não entendo a necessidade de se gastar tanto dinheiro. Comprou-se candeeiros novos, destruiu-se pequenas parcelas de calçada portuguesa na placa central da praça. Acho que são dois exemplos simples que demonstram que era possível ter o mesmo resultado, sem gastar tanto dinheiro... Talvez agora já se estivesse a arranjar a Ribeira das Naus.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

estão todos de parabéns está tudo muito bonito e muito elegante está de parabens o Sr. Biencard junto com os amigos Bruno Soares bem pode limpar as mãos á paredede. Isto é o que se chama salgar o campo para nada lá crescer.

BRUXA disse...

E as contas bancárias destes "cavalheiros" também estao assim, tao desoladas?

Anónimo disse...

Está tudo muito bonito e amanhã a meia-maratona que pacoviamente é orgulho tuga vai amanhã passar por ali...