14/03/2012

Lisboa é mais que Belém ... "Vinte Anos Depois" por Alexandre Dumas ... perdão ... por António Costa

No estado em que a Cidade de Lisboa se encontra ... Tema largamente tratado e ilustrado continuamente neste "blog"... gostaríamos de menos política  ... e mais  ideias e actos  croncrectos no aqui e agora ... para a Cidade de Lisboa.
António Sérgio Rosa de Carvalho.



"Os próximos 20 anos não se esgotam no próximo ano"
Por São José Almeida in Público

Não afirma que vai ser candidato ao que quer que seja para além de declarar que "em condições normais" repete a candidatura à Câmara de Lisboa em 2013. Sobre o seu futuro além do município da capital, afirma: "Não sinto necessidade de excluir nada." E acrescenta: "Não fujo de cargo nenhum"


Aos 50 anos, António Costa lança um livro de textos políticos que apresenta como o balanço de 20 anos em que foi quase tudo na política portuguesa: dirigente político, candidato, deputado, eurodeputado, líder parlamentar, secretário de Estado, ministro, presidente da câmara. Diz que quer permanecer na política por mais 20 anos, mas jura que não faz planos, numa entrevista feita à volta do livro Caminho Aberto, que hoje é lançado em Lisboa, numa sessão na estação do Rossio e em que é orador Jaime Gama.
Caminho aberto para onde e para quê?
O livro recolhe o testemunho de 20 anos de actividade e de um caminho que tem estado aberto. Nestes 20 anos tem seguido diversos sentidos e tem um futuro também com sentidos em aberto.
Nesses sentidos em aberto, quem lê o prefácio descobre um trabalho com as palavras, uma leitura interessante. As palavras executar, mobilizar, chefiar equipas, dirigir e coordenar projectos. Ou seja, mostra uma vontade de um futuro com um perfil executivo.
Sim, o livro é sobre o gosto da execução e sobre um entendimento da política centrada muito na análise dos problemas, na concepção de projectos e na constituição de equipas para os executar. Houve outras dimensões da minha actividade política que de facto aí não estão expressas, a de candidato, a de líder parlamentar. É uma questão de gosto. Há diferentes formas de estar na política. Eu nunca o escondi e reconheço que gosto mais das funções executivas.
Nos próximos 20 anos há uma data clara já: 2013, eleições autárquicas. Tenciona recandidatar-se à Câmara de Lisboa?
Não tenho a decisão tomada. Como disse, não programei os últimos 20 nem programei os próximos 20, mas em condições normais, naturalmente serei candidato a um novo mandato na Câmara de Lisboa.
O que são condições normais?
Se eu chegar ao fim do mandato e fizer uma avaliação positiva do trabalho que fiz, no sentido de o continuar a desenvolver. E em condições normais serei candidato.
E as próximas duas décadas? Só pode ser candidato a Lisboa mais uma vez.
Os próximos 20 anos logo se verá. Se me perguntasse há 20 anos se eu faria tudo o que fiz, eu certamente não sabia dizer. Sabe que na vida política, se se quer ter alguma felicidade naquilo que faz, tem de se estar concentrado naquilo que se faz e pensar pouco naquilo que pode vir a fazer a seguir. E depois o futuro há-de dar oportunidades, e as pessoas podem ou não aproveitá-las. Ter caminhos abertos é bom.
Voltando ao livro...
Nunca saímos do livro. (Riso)
Nem vamos sair do livro, claro. Mas estas suas intervenções são seleccionadas, como explica no prefácio. Fez este trabalho de selecção pensando que ele pode vir a servir de base, parcial claro mas de contributo, à elaboração de um programa de governo?
Há aí muita coisa já realizada.
Mas tem pensamento político. Não são relatórios de execução.
A questão é interessante, porque eu quando me apeteceu fazer este testemunho pensei em várias formas de o fazer. E exactamente não quis fazer como memórias, nem como relatório de actividades. Por isso peguei num conjunto de textos, desde um artigo de opinião no PÚBLICO a discursos na Assembleia da República, que escrevi ao longo destes 20 anos e organizei-os em onze temas, que foram os principais temas que ocuparam a minha vida política ao longo de 20 anos. E serve como testemunho do que fiz, do que pensei. E para prestar contas quer aos cidadãos, quer ao partido que me tem permitido ter exercido certas funções, quer aos amigos, quer à família. Muitas dessas coisas tiveram um momento e estão cumpridas.
São adquiridos.
Exacto. Direito de voto dos imigrantes nas eleições autárquicas foi uma proposta muito inovadora há 20 anos, que felizmente está consagrada. As propostas sobre a paridade, felizmente já se foi mais longe do que as propostas apresentadas em 1995. Há outras que permanecem com importância para o futuro. E há um conjunto de ideias ou de valores, esses eu admito que sejam intemporais. E há também neste exercício um teste, que é o de saber o que é que nestes 20 anos perdura.
Insisto. Pode ser visto como um contributo para um programa de Governo?
Se alguém que elaborar um programa de governo encontrar aqui algumas ideias úteis, terei muito prazer em que elas sejam utilizadas. As ideias são livres, não têm direitos de autor.
Classifica o livro como um apresentar de contas à sociedade e ao PS. Porquê agora?
Este livro esteve para sair o ano passado e não saiu porque havia muitas eleições, as legislativas e as do PS. Quis que fosse um testemunho fora de qualquer contexto eleitoral.
Teme que seja considerado um manifesto de candidatura à liderança do PS?
Noutro contexto certamente confundiria.
E assim não o pensam?
Eu escolhi um momento para ajudar a ficar claro que este livro é só um livro e não é um manifesto para candidatura. E isso penso que é importante porque permite concertar o debate em torno das ideias.
Já ocupou inúmeros cargos na direcção do PS. Admite que, no futuro, venha a integrar direcções do PS?
Sim. Eu sou da direcção do PS.
E admite no futuro, mais próximo ou médio ou longínquo, vir a ser líder do PS? Ou exclui liminarmente esta hipótese?
Este livro pode testemunhar o que fiz ao longo destes últimos 20 anos. E fiz as coisas mais diversas. Algumas que tinha previsto fazer. Outras que não tinha previsto. O que vai acontecer nos próximos 20 anos não sei. Há uma coisa que lhe posso dizer, é que, neste momento, não estou a concorrer para cargo nenhum, mas também não fujo de cargo nenhum.
E primeiro-ministro? Quer ser primeiro-ministro? Exclui ser primeiro-ministro?
Pode fazer essa pergunta para qualquer cargo, secretário de Estado dos Transportes, primeiro-ministro, presidente da Assembleia da República, Presidente da República. O que lhe respondo é o seguinte: eu não tenho a minha vida política para os próximos 20 anos planeada, portanto, estou disponível, como estive nestes 20 anos, para a actividade política. O que é que isso vai significar? Não sei. Perguntou-me há pouco se para o ano serei candidato à Câmara de Lisboa. Em condições normais, serei. Mas os próximos 20 anos não se esgotam no próximo ano. Não sinto necessidade de excluir nada nem de me propor a nada. Penso que devo estar na vida política com a naturalidade com que tenho estado. E as oportunidades surgem. O futuro o dirá.


2 comentários:

Anónimo disse...

Não vale a pena enviar comentários... há dias e dias que deixaram de aparecer... bye-bye...

Xico205 disse...

Agora já percebes a censura. Enquanto era só a alguns não davam por ela.

Isto é um blog de idiotas arrogantes que acham que são superiores a toda a gente e toda a gente extra blog é estupida.

Eles é que sabem tudo e são donos da razão.