18/11/2020

TAXI de 1928, Sr. Augusto Macedo, deixado ao abandono em instalações CML

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«Boa tarde,

Escrevo-lhes como cidadão, amante de automóveis antigos e lisboeta, para vos dar nota da minha indignação face ao que aparenta ser mais um caso de incúria e/ou profundo desrespeito no tratamento do património público.

Passo com regularidade junto às instalações da Câmara Municipal de Lisboa nos Olivais e já tinha reparado no conjunto de viaturas antigas, aparentemente recuperadas, deixadas ao abandono e à chuva.

A situação que descrevo ocorre há cerca de 1 mês, um período que para mais foi marcado por severa precipitação.

Identifiquei algumas viaturas que conheci em exposições de clássicos e desfiles, umas emblemáticas como a biblioteca itinerante em tudo igual às da Gulbenkien, outras valiosas como um Mercedes 3.5 ou um Citroen “boca de sapo”, outras ainda que não conhecia como um carro da Polícia antigo.

Mas olhando com mais atenção, uma viatura em particular, escondida debaixo de uma capa, suscitou-me grande curiosidade. A situação que descrevo ocorre há cerca de 1 mês, que para mais foi marcado por severa precipitação.

Olhando com mais atenção, uma viatura em particular, escondida debaixo de uma capa, suscitou-me maior curiosidade.

A forma quadrada fez-me crer que seria uma viatura bem mais antiga que as restantes que deverão ser dos anos70/80.

Na 6ª feira passada tive a confirmação dos meus piores receios.

É o táxi do Sr. Augusto Macedo!

O Oldsmobile de 1928 do documentário “Táxi Lisboa”, vencedor do Festival de Cinema de Pescara 1996, de “Lisbon Story” de Win Wenders, de “Casa dos Espiritos”, do “Rei das Berlengas” de Artur Semedo, entre tantas outras presenças.

Que transportou Fernando Pessoa, Pablo Picasso, a fotógrafa alemã Leonore Mau, e o escritor Português Vergílio Ferreira.

Deixado a apodrecer na rua em pleno inverno!

Como é isto possível?

É este o respeito pelo património público e pelo dinheiro dos contribuintes que com toda a certeza foi gasto na sua recuperação?

Com os melhores cumprimentos,

Carlos Azevedo»

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