23/04/2021

Arranque de carris nas Ruas de Campo de Ourique e Ferreira Borges - PROTESTO VEEMENTE

Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina
Exmo. Senhor Vereador da Mobilidade
Dr. Miguel Gaspar
Exmo. Senhor Presidente da Carris
Eng. Tiago Farias


CC. AML, JFCO e media

No seguimento do nosso pedido de esclarecimentos de há dias (https://cidadanialx.blogspot.com/2021/04/eventual-arranque-de-carris-na-rua.html), do qual não obtivemos qualquer resposta da parte da CML, e após verificarmos o arranque já efectuado à maior parte dos carris de eléctrico da Rua de Campo de Ourique, e tendo por adquirido o mais do que previsível arranque dos carris em toda a Rua Ferreira Borges;

E considerando o anúncio feito pela CML de que novos eléctricos chegarão a Lisboa em 2023, que permitirão alargar a rede e que entendemos ser uma boa notícia para a cidade, contraditória todavia com o assunto em apreço,

Apresentamos o nosso protesto veemente pelo arranque dos carris nas artérias citadas, por o mesmo impossibilitar a reabertura da linha de eléctrico no percurso Amoreiras-Campo de Ourique, impossibilitando assim a circulação em rede.

Além do mais, é uma obra sem qualquer aviso no local, sem qualquer documento de suporte que orientasse o simulacro de discussão prévia (realizado escassas semanas antes das obras, cuja dimensão obrigaria a um caderno de encargos consolidado e integrante, há muito tempo, do concurso que, certamente, terá sido lançado para o efeito.

Obra essa feita aparentemente pela Junta de Freguesia de Campo de Ourique, tudo indica exorbitando competências, pelo que ainda mais inaceitável.

Mesmo tendo em conta a necessidade de substituir o colector de esgoto da Rua de Campo de Ourique, onsideramos esse arranque lamentável, porque os carris não serão repostos, e um retrocesso, senão uma promessa falsa da CML - a de apostar na reabertura de linhas de eléctricos encerradas há 30-40 anos - na política de incremento do carro eléctrico, em claro contra-ciclo com a Europa com que Lisboa se orgulha de comparar mas, inclusivamente, com a aposta feita pela CML na reabertura do eléctrico 24, que tão efusivamente aqui saudámos, a qual, curiosamente, continua a aguardar a ligação ao Cais do Sodré e ao Carmo, tal como se continua a aguardar pela abertura do eléctrico entre o Corpo Santo e Alfama.

Este arranque é ainda mais incompreensível se pensarmos que a CML manteve, e bem, os carris da Rua Silva Carvalho aquando das obras no pavimento, há 3-4 anos.

Não queremos acreditar que este arranque tenha algo que ver com a Linha Circular do Metro, e com as anunciadas estações das Amoreiras e em Campo de Ourique, porque ambos os transportes são perfeitamente compatíveis.

Questionamo-nos se a CML irá promover, ainda que de forma indirecta, o arranque dos carris existentes entre o Martim Moniz e os Mártires da Pátria e Estefânia, impossibilitando assim mais uma potencial reabertura de uma linha de eléctrico tão útil à cidade.

Lamentamos profundamente que, no século XXI, ainda se proceda ao arranque de carris de eléctricos, uma prática nada ambientalista, retrocedendo a uma prática dos anos 80-90, que julgávamos extinta, por manifesto efeito contraproducente que teve na mobilidade das pessoas nas décadas seguintes, e que só agora parecia estar a ser corrigido, assim nos parecia mas enganámo-nos.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, João Filipe Guerreiro, Júlio Amorim, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro de Souza, Ana Alves de Sousa, Virgílio Marques, Marta Saraiva, Inês Beleza Barreiros, André Santos, Jorge D. Lopes, Teresa Silva Carvalho, Eurico de Barros, Ana Celeste Glória, Gustavo da Cunha, Bruno Palma, Pedro Fonseca, Jorge Pinto, Miguel Atanásio Carvalho, Pedro Henrique Aparício, José Morais Arnaud, António Araújo, Helena Espvall, Irina Gomes, Jorge Lima, Pedro Formozinho Sanchez, Carlos Boavida, Pedro Cassiano Neves, Maria do Rosário Reiche, Bárbara e Filipe Lopes, Irene Santos

4 comentários:

Anónimo disse...

A existência de carris nestas ruas não faz sentido há décadas. As ruas tornam-se escorregadias e perigosas.
Se não passa lá elétrico, para que servem os carris?

Anónimo disse...

Muito obrigado pela vossa ação.

Anónimo disse...

As décadas de atraso que continuamos a cultivar, representam o subdesenvolvimento dos países do Norte da Europa que continuam a implantar carris para que neles passem Transportes Colectivos.
Nos carris deixaram de passar transporte colectivo de tração animal, porque os animais agora circulam nos passeios conduzidos pelos seus donos altaneiros, que abandonam os automóveis de vaidosas marcas na via pública, porque não têm um míseros cêntimos para os deixarem em parques subterrâneos.
Os carris servem para combater os G.E.E. que a nossa inteligência ainda não quer assumir que somos nós que estamos a acelerar a destruição do Planeta Terra que deixaremos aos nossos descendentes.
Ruas escorregadias poderá ter a ver não com a qualidade da pedra que tem muita espessura para se lhe aumentar o atrito, mas porque escandalosamente Lisboa prescinde da formação de calceteiros.
Não vale a pena chamar a Polícia porque ela não existe para nos obrigar a ir à Escola.
Lisboa não merece melhor governança ?
Talvez mais automóveis seja a solução que Portugal mereça.
Defendam a Ferreira Borges, se calhar cortando metade das árvores talvez se arranjasse mais 200 lugares de estacionamento.
Quo vadis ?



























































Anónimo disse...

Alguns comerciantes gostariam de ver os eléctricos de novo a funcionar e há clientes que andando pela Europa verificam que os eléctricos fazem sentido perante a invasão do automóvel. Os passeios ficarão melhores mas sendo estreitos não possibilitam um andar descontraído e depois há pessoas invisuais e outros deficientes, como mães com carrinhos de bebés, pessoas idosas com sacos de compras, que não terão o direito de andar como deveriam em passeios que deveriam ter o dobro de largura.
Alguém tem de ser prejudicado pela gestão urbanística feita pela Câmara e por uma Junta que se quer substituir com estes projectos que não têm a devida avaliação de regras de segurança pedonal e esses prejudicados são sempre os peões. O Presidente da Câmara tem que ter conhecimento desta situação e terá a obrigação de se deslocar ao local, porque para o final da Rua já junto à Ferreira Borges alguns prédios serão demolidos e assim talvez toda esta prematura intervenção é fruto do eleitoralismo da ocasião.
Há quatro anos a Rua e os seus prédios já estavam em ruína extrema, os eléctricos já não circulavam, os comerciantes fechando os seus negócios e nunca a Câmara quis avançar para o diálogo com os proprietários e respeitar os moradores.
Esta intervenção não se deve repetir na Rua Ferreira Borges, porque se o piso rodoviário está também em mau estado, a sua regularização não poderá ser feita à custa da eliminação da linha do eléctrico. A Carris tem de ser questionada, a linha faz sentido com a sua ligação à linha que vai a Campolide. O departamento de gestão urbanística da Câmara não pode alhear-se da situação porque nas traseiras da Rua de Campo de Ourique em frente às Torres das Amoreiras há licenciamentos que provocarão novas entropias aquelas artérias, com mais carga de veículos rodoviários.
Na Rua Ferreira Borges com a expansão de mesas e cadeiras de esplanadas já neste momento não se consegue andar nos passeios.
Os eléctricos não devem ser sacrificados e se algum modo de transporte deverá ser prejudicado esse é o rodoviário, porque na Europa aposta-se no combate à poluição e em Portugal estamos em contraciclo com invenções do século passado.
Vamos questionar a Câmara de novo?