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24/04/2012

Jardim Pç. José Fontana/pa​ra quê árvores junto ao coreto?

Resposta da CML:

Exmos. Senhores,

Em resposta ao e-mail dirigido ao Gabinete do Sr. Vereador Sá Fernandes no passado dia 16 de março e de acordo com o parecer técnico dos serviços, informamos que não se afigura adequado proceder ao transplante das referidas espécies arbóreas.

Com efeito, a plantação das árvores em causa (jacarandás) foi realizada em 2010 no âmbito da obra de requalificação do Jardim e consistiu apenas na substituição de árvores que já existiam naquelas caldeiras. A espécie atual, embora de crescimento rápido, forma copas transparentes facilmente controláveis por podas. Deste modo, estas árvores não representam qualquer risco para a imagem do coreto, o qual mantém a sua visibilidade.

Certos da melhor compreensão, apresentamos os melhores cumprimentos,

Veríssimo Pires
Chefe de Divisão
Câmara Municipal de Lisboa
Direcção Municipal de Ambiente Urbano
Divisão de Sensibilização e Educação Sanitária e Ambiental
...


Exmo. Sr. Vereador José Sá Fernandes


No seguimento da empreitada de remodelação do Jardim Henriques Lopes de Mendonça (Praça José Fontana), constatamos a plantação em circunferência de uma série de ávores em redor e a escassa distância do coreto; que a nosso ver é a peça de "mobiliário urbano" de maior valia naquele jardim (plantação em memória do projecto original do jardim, conforme imagens a p/b em anexo?).

Como se comprova pela imagem a cores em anexo, mal as árvores ganhem copa o coreto será completamente tapado pelas mesmas, oque nos parece uma má opção em termos estéticos. Daí que, pese embora seja nossa causa a defesa dos espaços verdes e o combate aos arranques injustificados de árvores, tão comuns em Lisboa, venhamos pelo presente solicitar a V. Exa. e aos serviços que tutela para procederem ao transplante dos exemplares recentemente plantados para outro local do jardim que não este, uma vez que ainda são exemplares jovens e poderão resistir facilmente a esse transplante, e à sua substituição por exemplares de outra espécie que, uma vez desenvolvida a copa, não venham a tapar o coreto, isto verificando-se a necessidade de manter árvores em redor do coreto.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Virgílio Marques, Júlio Amorim, Luís Marques da Silva, Rui Cláudio Dias

C.c. PCML, AML, Media



18/07/2011

Coretos buscam nova vida em Lisboa

In Diário de Notícias (18/7/2011)
Inês Banha


«Ar livre. Na cidade sobrevivem seis exemplares da estrutura que, no século XIX, revolucionou a sociabilidade urbana


Começaram por ser estruturas móveis, ainda no século XVIII, mas foi na segunda metade do século seguinte que os coretos ganharam popularidade e transformaram a sociabilidade da capital. Apenas seis chegaram aos dias de hoje, mas têm potencial para continuar a ser "um motor da cultura urbana", defende Pedro Bebiano Braga, autor de uma tese de mestrado em mobiliário urbano e do livro, em parceria com Eunice Relvas, Coretos em Lisboa: 1790- -1990, da Editorial Fragmentos. "Os coretos vão sobrevivendo sobretudo no Verão, mas podem ser, ainda hoje, um motor da cultura urbana", como o foram no século XIX, explica ao DN Pedro Bebiano Braga. Até porque, lembra o historiador, são estruturas que podem receber outro tipo de actividades para além da música, como teatro, workshops e marionetas.

Isto apesar de, nos dias que correm, a cultura urbana ser "muito individualizada", contrariamente ao que acontecia no século XIX "Nós hoje estamos no metro e vamos com os auscultadores nos ouvidos, a ouvir música. É completamente diferente de ir ao jardim com a família", como se fazia, justifica Pedro Bebiano Braga. Nessa altura, os coretos, contemporâneos da iluminação pública e dos quiosques, deram oportunidade aos lisboetas de sair à rua e assistir com frequência a concertos numa "verdadeira festa". "Havia quase sempre, à volta do coreto, quiosques" e "até se alugavam cadeiras" para os espectadores estarem confortáveis, conta.

Tábuas em risco de cair na Estrela O presidente da Junta de Freguesia da Lapa não se conforma. Em causa está a proibição, que vigora desde dia 6 deste mês, dos cidadãos acederem ao coreto do Jardim da Estrela. "A Câmara [Municipal de Lisboa] optou pelo mais fácil - fechar", acusa Nuno Ferro. Contactado pelo DN, José Sá Fernandes, vereador com o pelouro dos Espaços Verdes, frisou que prefere garantir a segurança das pessoas. "Aquilo são uma série de tábuas do tecto que estão a cair desde o Outjazz [evento musical que se realiza durante o Verão nos jardins de Lisboa]. Já lá se fizeram as comemorações do Dia da Criança e nada se fez para pregar as tábuas. E agora optou-se pela lógica mais fácil, que é fechar", queixa-se o presidente da junta.

Por enquanto, ainda não se sabe quando é que a estrutura ficará reparada, embora Sá Fernandes deseje que séja"rapidamente". Certo é que, no ultimo sábado, já tinham sido montados andaimes no interior do mais antigo coreto da capital, o que parece indiciar que a solução está para breve.

Coreto da Estrela nasceu na Avenida da Liberdade

Construído originalmente na Avenida da Liberdade, em 1894, é o coreto mais antigo de Lisboa e custou quase 6,5 milhões de réis. Mudou de localização por razões acústicas, já que a intensificação do tráfego automóvel, no início da década de 1930, tornou impossível ouvir os concertos que nele aconteciam. A inauguração aconteceu a 25 de Outubro de 1936, com a banda da GNR.

Madeira queimada no dia inaugural deu lugar a pedra

Originalmente de madeira, o coreto da Praça da Viscondessa dos Olivais foi mais tarde reconstruído de pedra, devido a um incêndio no dia da inauguração, a 9 de Agosto de 1896. A culpa foi de um candeeiro a petróleo que queimou a corda pela qual estava pendurado e derramou petróleo sobre o palco. O balanço final foi um coreto chamuscado e apenas quatro instrumentos salvos.

Ciclone arrancou cúpula e fez crer que aquela nunca existira

Inaugurado em simultâneo com a linha do eléctrico número 13, a 14 de Abril de 1929, nasceu por iniciativa da Sociedade União Operária de Carnide. Em Fevereiro de 1941, um ciclone arrancou-lhe a cúpula. Passaram mais de 50 anos até que fosse substituída, o que levou carnidenses e visitantes a duvidar de que alguma vez tivesse existido. Hoje em dia, já tem uma cobertura.

Exemplar do Jardim Zoológico foi uma oferta de Oeiras

Foi uma oferta, em 1988, da Câmara de Oeiras e a sua estrutura é uma réplica da do coreto de Porto Salvo, naquele concelho. Pensado pelo engenheiro Guilherme Costa, tem uma base revestida com oito painéis de azulejos decorados com imagens de animais selvagens. Perto dele nasceu, em 1938, um outro, em formato reduzido, dedicado a um público infantil.

Uma cobertura de plátanos e oliveiras

Da autoria do engenheiro agrónomo P. Fontes, nasceu, no Beato, sem cúpula artificial. Em alternativa, foram plantados em seu redor vários plátanos e oliveiras - uma cobertura natural. Actualmente, quase ninguém reconhece nele um coreto, servindo para as crianças brincarem. Foi inaugurado a 13 de Julho de 1958.

Em obras após ser 'abandonado'

Com o desenho de Alexandre Soares, aprovado em Dezembro de 1912, o coreto da Praça José Fontana teve um orçamento de 1490 réis. No final da década de 1950, sofreu uma remodelação profunda no interior da sua base, com a escada em caracol de acesso ao palco, que passou para o exterior, a dar lugar a uma arrecadação e a casas-de-banho. Beneficia agora de obras de manutenção, após ter sido votado ao abandono. »