15/10/2007

BAIRRO AZUL - OBRA DO METRO PÕE EM PERIGO PEÕES

Exmos. Senhores
Presidente Metropolitano de Lisboa E.P. – Dr. Joaquim Oliveira Reis
Presidente CML - Dr. António Costa
Vice-presidente CML – Dr. Marcos Perestrello
Vereador Urbanismo – Arq. Manuel Salgado
Presidente Junta F.S.S.Pedreira – Sr. Nelson Antunes
c.c.
Administração El Corte Inglês – Sr. Angel Vaca
Administração Fundação C. Gulbenkian – Dr. Emílio Rui Vilar

Desde Outubro de 2002 que a Comissão de Moradores do Bairro Azul tem vindo a expressar as suas preocupações, por escrito e em diversas reuniões, ao Metropolitano de Lisboa, E.P., à Câmara Municipal de Lisboa e à Junta de Freguesia de S. Sebastião da Pedreira, e a fazer recomendações relativamente às obras do prolongamento da Linha Vermelha do Metropolitano e ampliação da estação de S. Sebastião que estavam previstas decorrer no Bairro Azul.

A segurança dos peões foi uma das questões a que foi dado maior relevo, visto existirem no Bairro fluxos pedonais diários muito significativos.

Estão localizados na periferia do Bairro Azul, entre outros, os seguintes equipamentos: Escola Marquesa de Alorna (com cerca de 700 alunos e 200 professores e pessoal); Reitoria e Faculdades da Universidade Nova (com cerca de 2.000 alunos, professores e pessoal); Mesquita Central de Lisboa (apta, ainda este ano, a receber 4.500 utentes/dia); Clínica dos SAMS - Serviços de Assistência Médico - Social do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (a receber uma média de 500 utentes/dia); os Bancos Santander e Popular (com cerca de 1.600 funcionários); o Teatro Aberto (com 550 lugares); vários hotéis na Av. José Malhoa (com cerca de 1.800 camas); Fundação C. Gulbenkian; etc.

Por outro lado, a população residente no Bairro Azul é, na sua maioria, constituída por pessoas de idade avançada e, consequentemente, com mobilidade muitas vezes bastante reduzida.

Assim, a Comissão de Moradores do Bairro Azul alertou insistentemente os responsáveis para a necessidade de serem asseguradas condições de segurança e conforto nos acessos ao Bairro e no atravessamento, durante o período em que decorrem as obras, devendo, por exemplo, as passagens para peões ter uma largura mínima de 1,20 metros e estar em boas condições, devidamente sinalizadas e iluminadas.

Tal não está a acontecer e milhares de peões vivem aqui diariamente situações de verdadeiro perigo.

Iniciadas as obras há já alguns meses verifica-se, designadamente no cruzamento da Av. António Augusto de Aguiar com a Rua Marquês de Fronteira, em frente ao mega armazém El Corte Inglês, que os passeios que foram provisoriamente construídos são desadequados e a sinalização vertical e horizontal é muito má. Os automóveis continuam a circular a velocidade excessiva, tendo em conta que os sentidos do trânsito mudam quase diariamente, causando enorme confusão às pessoas idosas e crianças e pondo as suas vidas em risco.

Devido às obras, deixou também de existir a passagem subterrânea do Metro, utilizada por muitos para atravessar a Av. António Augusto de Aguiar, e a saída do metropolitano que dava acesso directo ao Bairro Azul e aos equipamentos que o circundam, está também encerrada. Por isso, os utentes deste meio de transporte utilizam agora o átrio que existe dentro do El Corte Inglês. Milhares de pessoas são, por isso, obrigadas a atravessar diariamente a Rua Marquês de Fronteira neste cruzamento.

Em frente a uma das maiores superfícies comerciais da Europa, por entre o pó, o lixo e o ruído das máquinas, é o caos diário, com os peões a circularem anarquicamente pelo meio das ruas, e os turistas estrangeiros perdidos no meio da confusão das obras: não existe sinalização, p.ex., para os hotéis e para a Fundação Gulbenkian e os mapas de que dispõem continuam a indicar as estações e saídas do metropolitano actualmente encerradas.

Numa altura em que se fala da Carta Municipal dos Direitos dos Peões, a Comissão de Moradores do Bairro Azul solicita, uma vez mais, aos responsáveis do Metropolitano de Lisboa E.P. e da Câmara Municipal de Lisboa que tomem medidas urgentes antes que aconteça uma tragédia, tornando os percursos pedonais em obra legíveis, iluminados, confortáveis e seguros.

P/ Comissão de Moradores do Bairro Azul

Edgard Piló
Ana Alves de Sousa

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