15/02/2010

Buganvílea na Av. Fontes Pereira de Melo: a preservar


Fotos sn © 2009


Acrescento ao anterior post de Luis Serpa, a fotografia do mesmo edifício onde é visível a bonita buganvílea a preservar.

9 comentários:

Anónimo disse...

Estou pasmo:

"Buganvílea a preservar"...

Pode alguem explicar-me onde é que este espécime fica enquadradado na legislação?

E passo a citar: «… devem proteger-se todos os arranjos florestais e de jardins de interesse artístico ou histórico, e bem os exemplares isolados de espécies vegetais que pelo seu porte, idade ou raridade se recomendem a cuidadosa conservação.» (Decreto-Lei 28 468, de 1938-02-15)

Não vejo como esta Buganvílea, que não é particularmente antiga (como por exemplo a que cresce ao longo da vedação da casa-museu Bordalo Pinheiro), nem particularmente grande, se possa considerar rara e insubstituível ao ponto de merecer a referida preservação.

cumps.
f.

Susana Neves disse...

Porque as buganvíleas, outrora abundantes em Lisboa, estão a desaparecer caro f.
Porque a Av. Fontes P.M. é um susto, uma verdadeira e inóspita via que o peão percorre com desprazer.
Por isso, esta buganvílea, que a seus olhos pode desaparecer, faz falta a outras pessoas e à cidade.
Antes de ser grande, os arbustos e árvores começam pequenos.
A sua beleza depende do cuidado que lhes prestamos.

Anónimo disse...

Cara Mariposa Roja:

Não contradigo a sua classificação da Av. Fontes P.M., mas não creio qua a solução passe pela preservação deste espécime.

A classificação de bens imóveis, "vivos" ou não, presupõe uma imutabilidade da forma urbana, que, por vezes, é contraproducente.

Este espécime vegetal poderá facilmente ser substituído por outro de igual(ou maior)valor ornamental, paisagístico, etc.

Quanto às buganvíleas estarem a desaparecer em Lisboa, parece-me exagerado, elas ainda abundam onde sempre foram mais frequentes nos logradouros privados, no tardoz, longe da vista do público.

Precisamente nos locais onde tradicionalmente Lisboa sempre foi mais verde e onde de facto há pérolas "vegetais" escondidas que importaria classificar.

cumps.
f.

Susana Neves disse...

caro f., diga-me, o que sabe o sr sobre esta buganvílea? Por acaso, conhece a sua história? Sabe qual a sua idade? Se fará parte de algum evento histórico importante?
o sr. f. percebe de árvores, sabe qual as suas origens e compreende o valor simbólico que desempenham na nossa história?
quantas buganvíleas existiam e quantas existem agora? fez algum estudo, consultou bibliografia sobre o tema?
dou-lhe uma boa notícia: o mundo é vasto, há mais vida para além das classificações, e legislações.

Anónimo disse...

Cara Mariposa Roja:

Percebo o seu Amor por esta planta... e o amor é por defenição irracional!
Apenas por isso não lhe apelo à razão, mas lembro-lhe que voi você que escreveu que esta era uma "bonita buganvílea a preservar". E no mundo dos crescidos, só é possível garantir a "preservação" desta buganvílea de duas maneiras ou compra o terreno onde ela cresce ou promove a sua calssifcação.

cumps.
f.

Susana Neves disse...

O que é irracional e infantil é dar sentença sem ter conhecimento, julgando que impressões e preconceitos podem fundamentar a aplicação da lei.

Não sei, portanto, de que "crescidos" fala, mas por certo andam a brincar às "casinhas" em vez de estarem atentos às últimas investigações e debates sobre a necessidade de preservar a biodiversidade e reduzir as emissões de carbono.

Também me parece que esse "mundo dos crescidos" de que fala é um "mundo" de desistentes e conformistas, incapazes de encontrarem ou sequer imaginarem soluções para novos problemas.

O caro f. em vez de assumir que nada sabe sobre esta bungavílea e desconhece uma área de conhecimento que é a história do património vegetal, que todos os anos produz a nível internacional quilos de bibliografia interessantíssima,
decidiu infantilizar-me.
Vejo no final do seu post um grande desalento e percebo que realmente é triste.

Anónimo disse...

Cara Mariposa Roja:

De facto, nada sei sobre ESTA buganvílea. Mas sei sobre a que cresce há largos anos no quintal da minha avó, e sei sobre as 12 Phyllostachys Nigra que plantei no meu quintal no coração de Lisboa; dessas sim sou, com alegria, responsável pela preservação e bem-estar.

Quanto à sua responsabilidade que assume por ESTA buganvílea, em que é que ficamos? Vai comprar o terreno ou vai promver a classificação da dita "bonita buganvílea a preservar"?

Saiba que deve dirigir-se à Autoridade Florestal Nacional (AFN) que é a entidade responsável pela classificação, dependente do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (de acordo com Decreto Regulamentar 10/2007, de 2007-02-27, publicado no DR n.º 41, orgânica da DGRF).

Aquilo que distingue "desistentes e conformistas" dos perseverantes e inconformista é a ACÇÃO e não a VERBE.

E já agora, por favor, mantenha-nos informados aqui no blogue das suas diligências no sentido de salvar tão precioso espécime!

cumps.
f.

Susana Neves disse...

Caro f.
Folgo muito em saber que cuida do que é seu e conhece o nome científico dos espécimes que planta.

Uma vez mais verifico que faz juízos antes de ter conhecimento e por isso parte do princípio que eu não saiba o que é a AFN o que significa que continua a dialogar com os seus fantasmas.

É evidente que essa distinção entre "Verve" e "Acção" tem a haver com o tal "mundo dos crescidos" de que falava e em nada me diz respeito.

Por outro lado, não tenho qualquer obrigação em lhe prestar contas dos meus actos que de resto, como se viu, são de imediato enquadrados nesse redutor balançar contínuo de binómios: classificar/não classificar, comprar/não comprar, falar/agir, racional/irracional, etc

Penso que foi interessante este nosso diálogo e bastante esclarecedor.

O sr. f. não sabia nada da buganvílea em causa mas já se espantava que uma primeira "verve/acção" que visava protegê-la fosse realizada neste blog. E decidia do seu abate.

Em síntese: 1. não se pode decidir sem conhecer. 2. Lisboa não pode continuar a destruir o seu património vegetal, seja ele classificado ou não, optando por acimentar tudo e mais alguma coisa.

Se queremos evitar as alterações climáticas, discutidas recentemente na cimeira de Copenhaga, temos de começar localmente a proteger o que não polui e mantém vivo um ecossistema que uma cidade também devia ser.

Lisboa é cada vez mais uma auto-estrada gigante rodeada de parques de estacionamento e menos uma capital europeia onde dá prazer viver.

Anónimo disse...

Ao invés de discutirem o futuro da dita B., muito me espanta a pouca atenção pelo edifício a que, de resto, pertence o jardim!
É com tristeza que vejo, diariamente, a degradação progressiva deste e de mais outros dois prédios, condenados, certamente, a serem demolidos e substituídos por mamarrachos insípidos.

PS: Sou a favor da preservação de árvores e jardins, sobretudo dos mais antigos, nesta e em qualquer outra cidade.