In Público (4/4/2009)
António Arnaldo Mesquita
«Três antigos administradores dos bairros sociais de Lisboa vão sentar-se no banco dos réus, no Tribunal da Boa-Hora, e poderão ter de indemnizar a empresa
O juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa validou ontem de manhã a acusação de peculato e de gestão danosa imputada pelos procuradores do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa a três antigos administradores da Gebalis, empresa municipal responsável pela gestão social, patrimonial e financeira dos bairros municipais de Lisboa.
A pronúncia dos gestores Francisco Ribeiro (ex-presidente do Conselho de Administração), Clara Rocha e Mário Peças (antigos vogais) implica o seu julgamento nas Varas Criminais de Lisboa por terem causado um prejuízo à Gebalis no montante aproximado de 200 mil euros, por uso abusivo dos cartões de crédito que lhe tinham sido entregues, por decisão dos próprios, pela empresa municipal.
O dano causado corresponde, segundo cálculos efectuados pelos magistrados do Ministério Público, a dois quintos do montante do subsídio atribuído anualmente pela Câmara Municipal de Lisboa àquela empresa municipal, no período correspondente ao seu mandato, que terminou no final de 2007, já depois da tomada de posse do actual executivo dirigido por António Costa. Os arguidos terão usado os cartões de crédito para pagamento de despesas em refeições particulares e com amigos, quer nos dias de trabalho, quer em férias ou fins-de-semana, quer, ainda, no decurso de viagens ao estrangeiro. Entre os restaurantes habitualmente frequentados pelos três administradores figuram alguns dos mais luxuosos do país, em Lisboa e em Cascais, mas também estabelecimentos do mesmo género no decurso das suas viagens.
Independentemente deste processo, a actual administração da Gebalis já desencadeou uma acção cível, no âmbito da qual reivindica o pagamento, pelos seus três antigos administradores, de uma indemnização de 5,9 milhões de euros.
A acusação do DIAP ficou pronta em Outubro de 2008, sendo que os crimes de peculato de que os arguidos são acusados podem originar condenações a penas até oito anos de prisão.»
Ah, gandas gestores públicos! Sempre dispostos a pagar com cartão da empresa contas de restaurante onde jamais iriam se não fosse assim. Quando é que acabam com as empresas municipais?
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2 comentários:
ora bem, vamos lá ver, se bem me lembro, estes três caramelos são uma herança do santana, o primeiro (beato francisco) andava agarrado às saias da leninha, a segunda era digníssima esposa do chefe de gabinete, e o terceiro foi lá parar por via das negociatas por baixo da mesa com o ps lisboa, capitaneado à data pela fabulosa dupla vasco franco - miguel coelho. bem podem todos limpar as mãos à parede.
se vivessemos num país civilizado estes artistas eram punidos severamente, mas como vivemos numa terra de ninguém de certeza que nada lhes vai acontecer...
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