Fui telespectador atento da longa entrevista que Carmona Rodrigues deu à Rádio Renascença, transmitida ontem à noite, na RTP2. No cômputo geral, fiquei com boa impressão dele. Além de ser homem afável, pareceu-me genuinamente interessado em deixar às gerações futuras uma Lisboa melhor e, melhor, ser alguém competente. Tem ainda a virtude de não sabe esgrimir argumentos de retórica política (aliás, foi nítido, por ex., o embaraço em responder sobre algumas das muitas "batatas quentes" do ex-Presidente). Contudo, pareceu-me perdido quanto a algumas questões (e foram poucas) levantadas pelos jornalistas. Sobre o referendo às torres de Alcântara (que afinal também parece abarcar as torres de Santos, de Foster), os seus resultados serão "estudados"... pelo que se pergunta sobre se o referendo servirá para alguma coisa (não vincula? e os cidadãos, só servem para opinar sobre umas coisas e sobre outras não?); sobre a participação interventiva dos cidadãos ora defendia uma maior intervenção cívica, ora criticava Sá Fernandes, por ex., dizendo que ele chega sempre "tarde"; sobre o trânsito no centro de Lisboa disse nada (por ex, que o B.A. está fechado ao trânsito, etc., bom, eu vejo-o sempre cheio de carros, porco do chão às fachadas e completamente anárquico); sobre os ministérios sairem do T.Paço (já vamos em 3 anos de mandato e nem uma portinha foi libertada!) disse e contradisse; sobre as trocas de terrenos à volta do Parque Mayer-Entrecampos-Alta de Lisboa foram só evasivas. Falou pouco sobre a Lisboa que temos e a que queremos. Espremida a entrevista, o que ficou foi pouco, muito pouco. Talvez porque se sente como devedor de favores ao ex-Presidente. Talvez porque saiba que, a continuar independente (o que só o enobrece, claro), dificilmente será futuro candidato a nº 1. Voltaremos a falar daqui a uns 6 meses.
PF
15/11/2004
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