06/05/2009

Av. Liberdade. Instituto Mobilidade exije revisão de Plano Urbanização após PDM aprovado

«Lisboa, 05 Mai (Lusa) - O Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) deu parecer condicionado ao Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade, mostrando "grandes reservas" e sujeitando a autarquia a rever o documento após aprovação do Plano Director Municipal (PDM).

De acordo com o parecer do IMTT, a que a Lusa teve acesso, falta ao Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE) uma lógica global de circulação viária.

O IMTT considera também que o PUALZE "não expõe de forma precisa os impactos reais da abertura do Túnel do Marquês" e trata de uma forma redutora a futura linha de metropolitano das colinas.

Esta linha, em estudo no âmbito da revisão do PDM, atravessa, na direcção Este-Oeste, a área do PUALZE e cruza a Avenida da Liberdade nas imediações da Estação da Avenida.

"A rede das colinas é tenuamente tratada, remetendo-se a sua análise para os estudos desenvolvidos ou a desenvolver no âmbito do PDM. Este facto parece-nos redutor face à importância deste projecto, que deveria igualmente ser apresentado neste trabalho de forma desenvolvida, pois trará consequências às soluções apresentadas", refere o parecer do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres.

Quanto à entrada em funcionamento do Túnel do Marquês, o IMTT lamenta que apenas seja referida no PUALZE uma diminuição da pressão do trânsito no Marquês de Pombal, sublinhando que esta redução "terá ou já teve alguns impactos nas vias principais referidas na Área-Plano (Av. liberdade, Joaquim António de Aguiar e Av. Fontes Pereira de Melo".

"Tal facto deveria vir reflectido neste trabalho para melhor justificar algumas soluções apontadas para a Avenida da Liberdade (vias laterais)", indica.

Quanto às alterações pontuais propostas na circulação viária, o Instituto considera que elas não decorrem de uma lógica global de circulação, inserindo-se apenas num conceito de melhoramento do espaço público.

"Pelo forte impacto negativo resultante do tráfego de atravessamento na Av. da Liberdade (ruído, poluição atmosférica) este Plano deveria já contemplar ou adiantar soluções (a harmonizar com o PDM) que permitissem minimizar esses problemas", indica o parecer. "Só assim parece possível avançar com soluções globais de ordenamento e requalificação desta avenida e não com soluções parcelares, como é o caso apresentado para as vias laterais e parques de estacionamento", acrescenta.

O PUALZE remete para uma fase posterior alterações de fundo que o IMTT considera imprescindíveis para a melhoria da poluição atmosférica e do ruído provocado pelo tráfego automóvel, designadamente a redução do tráfego de atravessamento, em particular no sentido Norte-Sul, opção que o Instituto diz merecer "grandes reservas". O Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade, que uma área de 100 hectares nas freguesias de S. José, S. Mamede e Coração de Jesus, teve a sua primeira versão há quase 20 anos (1991) e acabou por nunca avançar. Na actual versão do PUALZE, a autarquia prevê acabar com o estacionamento à superfície na Avenida da Liberdade e construir dois parques subterrâneos, que a autarquia admite só construir se a procura se justificar. Além destes dois parques - no cruzamento da Avenida da Liberdade com a Rua Barata Salgueiro e no entroncamento da Avenida com a Rua Manuel de Jesus Coelho - o Plano prevê ainda outros quatro nas encostas da Avenida, para moradores.

A versão PUALZE que a autarquia analisa quarta-feira já introduz alguma preocupação ambiental com a poluição atmosférica e com os elevados índices de ruído, áreas que até aqui não permitiam a aprovação do plano pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT).

Fonte: Agência LUSA»

Um parecer a ter em conta. Mas poupar-se-ia muito tempo se fosse claramente 'não' em vez de 'nim'.

2 comentários:

Anónimo disse...

Contactado pela Lusa, o vereador Sá Fernandes (ex-BE) afirmou que "se a Avenida vai ser posta de pantanas é porque tinha de ser. Para fazer trampa há sempre uma justificação".
Relativamente ao facto de não ter informado os eleitores de Lisboa sobre esta acção, Sá Fernandes explicou que "não tem conhecimento" e que "essas coisas são tratadas pelos serviços".

Anónimo disse...

não pode ser um não porque o parecer não é legalmente vinculativo e a CML tem autonomia ara decidir os seus regulamentos, pelo menos no que toca ao IMTT.

além disso o IMTT participou no âmbito da consulta pública.

Está explicado porque é que foi um nim.

informem-se primeiro antes de mandar bocas.