14/05/2009
Chegado por e-mail:
«Com pedido de divulgação segue para V/conhecimento esta informação do Prof. Carvalho Rodrigues, relativa à nova travessia sobre o Tejo proposta pelo Governo.
http://www.youtube.com/watch?v=8ZBoRouCzi0
A Terceira Travessia do Tejo (TTT) em Ponte no Mar da Palha põe definitivamente em risco as populações ribeirinhas das cidades de Lisboa até Vila Franca de Xira e do arco ribeirinho da margem sul(Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Seixal e Almada). O índice de assoreamento no Mar da Palha é extremamente elevado, como é bem visível nesta fotografia do "Dique" Vasco da Gama (http://www.anmpn.pt/images/apvg.jpg) dado que, o aumento de amplitude do estuário naquela zona provoca uma diminuição significativa da velocidade da água, que facilita a precipitação dos sedimentos que vêm em suspensão. Na maré baixa, no trajecto Seixal - Lisboa, existem locais onde já não passam dois catamarans um pelo o outro. Os cerca de 50 pilares da nova Ponte vão originar igual número de ilhas cujo aumento de volume ao longo dos anos provocará um efeito de Dique ,potenciando a ocorrência de catástrofes com inundações das zonas ribeirinhas, em situações de caudais elevados aliadas a ventos e marés vivas equinociais. Efectivamente, dado que os caudais no rio têm vindo a aumentar fruto da diminuição das zonas de infiltração em terra ocupadas pela malha urbana, a introdução de infra-estruturas no rio que funcionam como obstáculos à corrente fará crescer significativamente o nível de assoreamento, potenciando a ocorrência de inundações devido à subida da altura da água. Este problema não foi objecto de qualquer estudo científico, nem sequer foram consultadas as entidades de referência no domínio da hidrografia, nomeadamente, o Instituto Hidrográfico.
O Professor Carvalho Rodrigues, no Programa Clube de Imprensa da RTP2, através de uma experiência simples ,mostra-nos os riscos que a TTT em ponte (em qualquer dos corredores) representará para as populações ribeirinhas, no caso de não vir a ser travada a tempo. A falta de rigor e superficialidade do estudo subjacente à TTT no respeitante aos seus efeitos na área molhada, é uma vergonha para a Engenharia Portuguesa, aliás bem patente no parecer sobre o Projecto emitido pelo Gabinete de Sexa.
O Chefe do Estado Maior da Armada, quando afirmou sic. "Apesar do Estudo de Impacto Ambiental referir que o Instituto Hidrográfico foi contactado como entidade interessada, convém esclarecer que as solicitações dirigidas àquele Instituto não foram nesse sentido, tendo tido apenas como objectivo a cedência de dados hidrográficos publicados pelo IH."
Ou seja, quem sabia da poda, quem tinha a soberania sobre os saberes, não foi consultado!
Para ver a totalidade do video do Clube de Imprensa de 2009.04.29 - Portugal, País de Descobertas - clique neste link
http://ww1.rtp.pt/multimedia/?tvprog=23329&idpod=24754»
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7 comentários:
Parece-me que existem aqui vários equívocos.
É verdade que o Mar da Palha tem um grande problema de assoreamento.
Os canais por onde passam as linhas fluvias têm de ser dragados.
O problema de assoreamento ocorre, sobretudo, na parte interior do mar da palha e não junto a lisboa, porque aqui a corrente é mais forte.
Mas isso é processo natural que acontece há seculos e que levaram à formação dos mouchões e transformaram um enorme golfo interior naquilo que é hoje o mar da palha.
Aliás, no sec XV o rio tejo ocupava o que é hoje a várzea de loures.
è natural que se acumulem sdimentos junto aos pilares da ponte, e isso apenas acontece nas zonas baixas, como é o caso.
e neste caso da foto, não se procedeu a dragagens pois ali não passam quaisquer barcos.
e este problema de assoreamento ocorre em qualquer ponte do tejo, seja em vila franca de xira, seja em santarém, seja em abrantes.
aliás, o mar da palha sempre foi um mar de baixios, originando fenómenos conhecidos há seculos como "bailadeiras", ou seja, pequenas ondas, devido aos baixios, escondidos na água escura, que se tornam perigosas e que originam naufrágios.
e isso não pode nunca ser motivo para dizer que uma ponte não se deve fazer, sobretudo por argumentos de navegabilidade.
no caso do mar da palha, será natural o assoreamento, mas os canais de navegação serão sempre dragados e seriam sempre dragados mesmo que ponte não estivesse lá.
se hoje há problemas com os barcos para o seixal, não tem nada a ver com a vasco de gama que está a quilómetros de distância e sim com a falta de dragaem do canal. aliás, a ponte vasco da gama até ajudaria pois, sendo uma barragem, como diz o texto, impediria os sendimentos de se depositarem no canal do seixal.
portanto, estes assuntos têm de ser tratado com alguma seriedade, precisão e sem alarmismos, para não inquinar um debate sério.
Sempre dá para nos rirmos um bocado.
Explicado com ilstrações practicas, desenhos e linguagem simplificada para os políticos entenderem bem.
Não há dúvida que realmente este país não se sabe governar.
Destroem património cultural e natural.
Este povo persiste em matar a galinha dos ovos de oiro.
Depois meus amigos acabou!
O assoreamento do mar da palha é um fenómeno natural e irreversível, dada a acumulação de sendimentos.
Aliás, o processo até se tornou mais lento, com a construção de barragens que não deixam passar os sedimentos.
Basta comparar o tamaho do mar da palha há 100 anos e agora, verifca-se que o assoreamento foi gradual e contínuo. sendo que a primeira ponte foi apenas contruída nos anos 60 e na parte mais funda e a segunda, apenas nos anos 90, na parte mais baixa.
Se recuarmos 500 anos, o Mar da Palha era um enorme golfo que se estendia para lá de Vila Franca de Xira, sendo que os mouchões apenas se formaram nesse período.
O problema do assoreamento das "calas", ou seja, os canais por onde passam os barcos da transtejo, deve-se á falta de dragens em face de um fenómeno natural de assoreamento e não á existência de uma ponte.
O que a imgem mostra é a normal acumulação de sendimentos junto a um pilar.
Como aqueles pilares estão situados juntto de baixios é natural que a acumulação de sendimentos seja mais visível, o que não contece junto aos pilares da ponte 25 de Abril e da Vasco da Gama (na parte jutno a Lisboa).
Os pilares das pontes sobre o mar da palha nunca formaraõ uma barreira ou barrajem, dado que a distância entre os pilares é suficiente para a passagem de águas.
E neste caso, estando em baixios, o enchimento do rio é muito mais lento, como também as correntes, pelo que nunca se formaria o efeito de afunilamento ou barragem como acontece em rios pequenos.
O problema da impermiabilização dos solos é outro problema e as pontes nunca serão o motivo que possa levar a catástrofes, mas sim os ribeiros rodeados de casas e estradas, onde se provoca o efeito de afunilamento e aumento da velocidade das águas.
O mar da palha é tão largo que qulquer curso de água, inclusive o tejo, mesmop em situação de cheia, faz com que a velocidade das águas diminua e se espraie até ao mar, diminuindo o perigo.
Não me parece que os motyivos apresentados possam constituir razão para se criticar a construção da nova ponte sobre o tejo. Existirão outros, de ordem económica e paisagistica, mas não estes.
Gosto destes comentários sábios. Em vez dos tradicionais bitaites anónimos a meter veneno (a bela da posta de pescada)!
Se isto fosse para levar a sério, Paris já não tinha Sena.
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