23/10/2015

E o mesmo acontece na zona "protegida" do Castelo



Palácio setecentista no largo de Santiago, castelo. Nada restou do que era um belíssimo exemplo de moradia aristocrática lisboeta. Será um prédio de apartamentos, muito modernos e com amplas divisões, dirigido ao segmento de luxo do mercado imobilário. Terá honras de figurar em mega-cartaz publcitário no aeroproto, traduzidas as miríficas qualidades do empreendimento em Inglês, espanhol e chinês. É confrangedora a trivialidade com que se trata Lisboa. E se a vende.

Como e quem autorizou esta selvajaria? Acrescentem-se a este os seguintes "magníficos e modernos" empreendimentos nos palácios de Lisboa: palácio Mesquitela, palácio dos Condes de Santiago, palácio Coculim, palácio dos Condes de Alva e teremos uma ideia do que esta CML tem feito ao património da cidade.

Sabe a CM que a opinião pública está ocupada com outros assuntos e não exige que os destinos da cidade sejam orientados de outra forma.

5 comentários:

Anónimo disse...

Aguardamos todos com grande expectativa o momento em que o sr. do seu próprio bolso desate a renovar todos os palácios e palacetes de Lisboa. Até lá temos que nos render às evidencias e concluir que ninguém de bom senso vai recuperar um espaço com o luxo e o caráter de uma mansão destas dimensões e viver lá dentro sozinho visto que são espaços unifamiliares. O que pode acontecer, aguardo fotos da recuperação integral de um projeto pago por si. Ou então deixar tudo como está, devoluto.
E já agora, só entre nós, porque você não passa comentários com alguma ironia e contraditórios às vossas ideias, tentem fazer um pouco mais de pressão contra os telhados de zinco que estão a descaracterizar o colorido uniforme das vistas de Lisboa sem qualquer justificação razoável.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Reagindo ao anónimo das 12.34

Em relacao aos telhados de zinco já houve varios posts aqui e noutros pontos sobre isso mesmo. Com mais e menos ironia. Até agora essa triste moda, soma e segue.

Aguardo com bastanee expectativa a altura em que os comentadores apresentem argumentos que vao para além do famigerado dinheiro.

Ou sera que Lisboa é a única cidade com um vasto património, com pouco dinheiro? O que há é uma CML ausente da sua funcao de gestora, organizadora e guardia do que exisite no seu espaco?

O que se passa é que a CML promove o que é fácil e nao ousa estipular regras e procedimentos. E o resultado está à vista: descaracterizacao da cidade de uma ponta à outra.

Anónimo disse...

A questão do dinheiro é inevitável. Quem apresenta estes posts é que deveria pensar numa solução porque eu sinceramente não sei. O restauro integral a ser possível, no estado em que alguns se encontram, deverá chegar a valores absurdos. Já são muitos anos a assistir ao apodrecimento de dezenas de edifícios destes que nunca terão resolução, pelo menos assim pode salvar-se as fachadas. Também sei que nem sempre as fachadas são bem preservadas. E esta minha opinião vincula apenas as casas unifamiliares apalaçadas, edifícios habitacionais como por exemplo os das avenidas novas deveria ser feito muito mais, nestes caso é a câmara a proteger os abutres do dinheiro fácil.
A questão do zinco é diferente. Conheço os vossos anteriores posts e não consigo encontrar nenhuma razão para utilização do dito. Não sei quem é que permitiu começar a gracinha, mas acho que numa cidade de miradouros como lisboa estar a modificar o ocre que caracteriza a paisagem mostra o desleixo total dos seus responsáveis. O meu problema é que está a avançar rápido e é pior para mim que o interior de alguns palacetes. À 30 anos também não havia marquises

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Reagindo ao anónimo das 9.28 da tarde,

Obrigado pelo seu comentário. De facto a solução não é fácil, mas mesmo assim podem-se tentar:

- patrocinadores, em Itália há a tradição de algum mecenato desse tipo e funciona (ex: FAI)

- cadernos de encargos bem definidos para futuros promotores

- criação de pólos culturais

- valorização histórica do edificado

em relação ao zinco, já deste grupo saíram pedidos de esclarecimento e até agora nada,


Cumprimentos,


Miguel de Sepúlveda Velloso

Anónimo disse...

Ou então um investidor privado com uma mistura de bom gosto e dever público, porque até poderá ser um bom investimento para quem tiver tal disponibilidade financeira. Mas é muito difícil. Entretanto mais um acidente com um prédio devoluto em Lisboa.
Existem demasiadas obras, finalizadas ou não, com o tal zinco, que vai fazer estragos graves na paisagem. Lisboa vai ser a cidade dos metais, zinco nos telhados, alumínio nas varandas e ferro dos carros por toda a parte.